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Itapira, 18 de Abril de 2024
Artigo
06/03/2011 | Ainda, o Paulão na roda.

O deputado Barros Munhoz, nos microfones da Rádio Clube de Itapira, usados periodicamente por ele para manter a comunicação viva com os itapirenses, após a votação do novo presidente da Câmara, desancou críticas à maioria dos vereadores, então, aliados. Ofereceu maior atenção a Paulo Andrade e rotulou-o de só pensar em fazer marketing. Política que é bom, necas de pitibiriba.  Verdadeira ou não a rotulação, é fato que Paulo é assunto constante, por várias semanas a fio, na imprensa e nos bate-papos. A questão que se coloca é: onde estaria a verdade? Com tanto disse me disse, fica o dito pelo não dito.

A política é estimulante, pois nem toda verdade vem à tona. A parte que aparece é aquela que interessa aos políticos. A outra ativa a imaginação de quem gosta do assunto. Desses, quase todos, limitam-se à boca pequena. Outros escrevem e publicam como é o caso deste texto e o que rola na imprensa, sistematicamente.     

Até as eleições, pros lados dos oposicionistas majoritários, tudo corria às mil maravilhas. O deputado Barros Munhoz desfrutou de uma votação que nem ele, talvez, acreditasse que voltaria a receber do povo itapirense. Votos mais do que suficientes para retirar todas as suspeitas de rejeição que lhe foram imputadas desde a derrota de 2004. Ficavam os eternos oposicionistas, porém reduzidos. Deveria ser motivo de alegria, não deveria?  De repente começou brotar a insurreição na nossa Pasárgada. Nenhum dos cinco vereadores aliados sentia o cheiro da respiração dos seus pares, ao pé do ouvido. Foi quando Barros Munhoz jogou confete no ventilador da Clube. Por maior que seja a imprevisibilidade da política, essa história, para mim, tinha outro enredo. Donde estaria o nó da meada?  

Paulo Andrade é um empresário bem sucedido. Passou como executivo por duas multinacionais. Viver sob pressão, superar desafios e absorver fracassos integrou, seguramente, a maior parte da sua vida, desde que deixou de ser radialista. Essa história de estresse emocional, com base nos motivos declinados, sinceramente, não me convenceu. Mas ele foi sincero, o suficiente, ao declarar um projeto de ampliação da sua empresa que o deixaria fora de Itapira por períodos prolongados e o forçaria às constantes ausências das sessões. A falta ou a licença saúde implodiriam a sua carreira política e, talvez, a sua imagem de benemérito. A renúncia, portanto, seria o mal menor.

Uma decisão empresarial, desse porte, não nasce do dia pra noite. O planejamento começou, no mínimo, no primeiro semestre do ano passado. Diante da prioridade empresarial estabelecida por ele, a comunicação ao deputado não deve ter sido tardada. Provavelmente, foi feita antes das eleições. Uma notícia que deve ter colocado Barros Munhoz nos píncaros da furiosidade. Candidato, nas vésperas da eleição, não podia extravasar a ira, de jeito nenhum. Aguentou, como pode, até o momento conveniente. Desarticulados e abandonados, os vereadores oposicionistas se tornaram presas fáceis das manobras palacianas para as votações dos projetos emblemáticos e da eleição para a presidência da casa. Bingo! Era a hora de estrebuchar as mágoas.

Afinal, Munhoz preparava Paulo Andrade para as próximas eleições municipais. De uma hora para outra não só viu seus planos na estaca zero, como deve ter passado um aperto danado com o seu coordenador oficial de campanha que poderia interferir na votação que desejava receber, aqui. Aquela viagem providencial reduziu o risco de vazamentos. Uma parte ficou fora d’água.

O futuro político de Paulo Andrade é incerto. A renúncia é um ato que representa a fraqueza de luta. É jogar a toalha. Alguém que abandona o barco quando se vê sem condições de chegar ao destino. Apesar de continuar atrelado ao PSDB, dificilmente voltará a receber o apoio de Barros Munhoz noutras eleições. Sabe como é, quem tem, tem medo!    

O caro eleitor deve ter estranhado a ausência do meu comentário sobre o carnaval de Itapira.  Que carnaval, cara pálida?

Fonte: Nino Marcatti

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