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Itapira, 18 de Abril de 2024
Artigo
27/11/2010 | Buy Nothing Day

Hoje, no último sábado de novembro, dia 27, será comemorado em sessenta e cinco países o “Buy Nothing Day”. Ao pé da letra: Dia de não comprar nada. O “Dia Mundial sem compras”, em bom português, foi criado no Canadá no início dos anos noventa. A idéia é protestar contra o consumismo que nos assola, e demonstrar o nosso poder, como consumidor, de, pelo menos um dia ao ano, não comprar coisa alguma.

É um evento que ganha, em alguns países, anúncios na TV. Até agora apenas a CNN aceitou veiculá-los. Ao redor do mundo serão realizadas inúmeras manifestações visando conscientizar a população sobre o consumo exacerbado e o mal que ele provoca no orçamento familiar e ao meio ambiente. Em locais de grande concentração popular, principalmente nos horários de pico, ativistas destruirão cartões de crédito por atentarem com o crédito fácil. Outros circularão fantasiados pelos corredores dos shoppings centers e supermercados, com olhar petrificado e rosto inexpressivo, feitos Zumbi. Muitos promoverão nas melhores praças públicas do mundo, interessantes feiras de trocas. Grupos radicais espalhados pelos quatro cantos do mundo pregarão que nesta data as pessoas conscientes deveriam não só deixar de comprar, como não usar carros, computadores, televisores e outros aparelhos elétricos do nascer ao por do sol. Os mais engajados consumirão alimentos estritamente necessários. Até beber água, para esses, será um ato comedido.

Você deve estar rindo e pensando: nesse mundo tem de tudo - cada loucura que aparece. Confesse! A grande pergunta que se apresenta é: até que ponto manifestações dessa natureza atinge os objetivos esperados? Os críticos avaliam que quem não compra no “Dia Mundial sem Compras”, certamente comprará nos dias seguintes, logo o protesto apenas posterga a compra, não a elimina – é, portanto, inócuo. Já os defensores respondem que a idéia fundamental é fazer com que as pessoas reavaliem seus modos de consumo e passem, ao longo do ano, a ter uma postura mais consciente e ambientalmente responsável. E complementam: a cada ano, mais países, mais ativistas e mais simpatizantes são incorporados. Repercute, cada vez mais, na imprensa e na internet. Acreditam que de cada cem pessoas residentes nas áreas mais evoluídas, decididas a consumir nas trinta e seis horas seguintes, na leitura de um texto como este, pelo menos dezoito buscarão refletir sobre os seus padrões de consumo, caso a compra planejada seja supérflua ou prejudicial ao meio ambiente. Quatro não comprarão no dia. Um abandonará a idéia definitivamente. 

Para os que não estão dispostos a abrir mão do direito de consumir, os ativistas recomendam para que parem e pensem por dois minutos: porque o consumo exagerado seria tão prejudicial ao mundo. Provavelmente passará pela cabeça de todos: o excesso de lixo, a engorda das pessoas, a compra compulsiva desnecessária, a ostentação, a exploração das pessoas que produzem e das que compram, o aumento da competitividade, a ditadura das modas... Profeticamente chegam a anunciar: haverá um dia em que o homem consumirá apenas o que precisa para bem viver e promoverá o verdadeiro sentido da vida e o respeito aos recursos naturais e sociais.

Fonte: Nino Marcatti

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