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12/07/2012 | Clovis Akira: Alimentação Natural segundo a filosofia japonesa
Os japoneses possuem uma das maiores taxas de expectativa de vida do mundo, e é o país onde se concentra o maior número de pessoas centenárias. Um dos segredos para toda essa longevidade é a alimentação, mais natural que os países ocidentais, aliada a uma ótima qualidade de vida.
 
Muito antes de surgirem temas que estão em destaque hoje, como: sustentabilidade, respeito ao meio ambiente e alimentação natural, o filósofo japonês Mokiti Okada (1882-1955), na década de 30, institui no Japão um programa de agricultura natural, desenvolvida respeitando-se os princípios na natureza, defendendo a tese de que o espírito é inerente, não somente aos seres humanos, mas aos animais, aos vegetais, enfim, a todos os seres. Sendo o solo o maior organismo vivo do planeta, ressaltando ainda a importância do respeito que a ele se deve ter para a preservação da vida humana em níveis espirituais e materiais, razão por que a agricultura natural centra, nele, a base de seu trabalho.
 
A proposta de Mokiti Okada para a nova agricultura representa um aperfeiçoamento de algumas técnicas atuais de cultivo aplicadas diretamente no solo, e dependendo da sua qualidade, tem-se o resultado bom ou ruim da planta, de modo que no caso do cultivo, a condição principal é melhorar, ao máximo, a qualidade do solo.
 
O atual excesso de alimentos contaminados por agrotóxicos lançados nas plantas e no solo tem resultado no aumento crescente de doenças, o que contribui para a elevação do índice de pobreza e de conflitos na vida humana. Isso requer uma responsabilidade consciente para a produção e o abastecimento de alimentos verdadeiros e sadios, indispensáveis para a criação de uma sociedade saudável, próspera e pacífica.
 
Hoje, sabemos que, utilizando-se corretamente as forças e a energia da natureza, é possível a obtenção de uma produção suficiente, com colheitas abundantes, sadias, saborosas e nutritivas, sem a necessidade do uso de fertilizantes químicos ou biocidas, como atesta o crescimento de árvores e ervas nos campos e matas, sem o ataque de insetos que as prejudiquem.
 
Assim, através de criteriosas pesquisas, a Agricultura Natural visa restabelecer o estado natural de produção de alimentos e é desenvolvida seguindo-se um sistema técnico capaz de alcançar os objetivos do método, que são:
 
- ser econômica e espiritualmente vantajosa, tanto para o produtor como para o consumidor;
- poder ser praticada por qualquer pessoa e, além disso, ter caráter permanente;
- respeitar a natureza e conserva-la;
- garantir alimentação para toda a humanidade, independente de seu crescimento demográfico.
 
De acordo com o princípio da Agricultura Natural, a base é fazer o solo emanar toda sua força. Observamos a fertilidade do solo das matas e dos campos naturais. Há um acúmulo de resíduos vegetais, tal como folhas, ramos, troncos de árvores e capim seco, os quais se transformam em morada de organismos que os decompõem. Estes organismos gostam de sombra, do calor, da umidade e da porosidade do solo enriquecido por resíduos vegetais. Segundo as estatísticas de Iwao Watanabe, estudioso da agricultura no Japão, em 1 m² de solo de campo natural existem umas 360 (trezentas e sessenta) espécies de organismos maiores, como: anelídeos de mais de 2 cm de comprimentos e centopéias; 2.030.000 (dois milhões e trinta mil) espécies de tamanho médio, como parasitas, insetos voadores e minhocas e 1.000.000.000 (um bilhão) de microorganismos, como fungos e bactérias. Se no solo fértil existe um número infinito de organismos como os mencionados, isto quer dizer que eles exercem ai um trabalho efetivo. A minhoca, por exemplo, é considerada como uma excelente produtora de solo fecundo, pois se alimentando de resíduos vegetais e de terra, excreta um composto rico em matérias orgânicas. Os elementos não digeridos dessa excreção servem, por sua vez, de alimentos para os organismos menores. Dessa maneira as minhocas modificam o estado do solo, aumentando a sua porosidade e contribuindo assim para uma melhor aeração e umidade. Estima-se que a quantidade de terra preparada anualmente por esses anelídeos, em 100 m², oscile entre 38 e 55 toneladas. Baseado nesses fatos vemos a necessidade de desenvolver uma técnica capaz de tornar o solo cada vez mais produtivo como um operário experiente. Se o solo for mantido puro e se ele puder manifestar toda sua energia vital, não surgindo doenças nem pragas, poderemos alcançar uma agricultura que respeite a natureza.
 
Tecnicamente a Agricultura Natural é definida como um sistema de exploração agrícola que se baseia no emprego de tecnologias alternativas, as quais buscam tirar o máximo proveito na natureza, das ações do solo, dos seres vivos, da energia solar, de recursos hídricos. As técnicas da Agricultura Natural fundamentam-se no método natural de formação do solo, com interferência humana em concordância às leis da natureza.
 
Na Agricultura Natural, com a força da natureza e todos os conhecimentos técnicos e científicos disponíveis ao longo da evolução humana, o homem interfere diretamente no processo, restabelecendo rapidamente o solo produtivo, ainda mesmo durante a fase de exploração agrícola. Isso evita que o trabalho de conversão seja antieconômico.
 
Na Agricultura Natural são feitas recomendações como o uso de composto, cobertura morta, adubação verde e outros recursos naturais, microorganismos do solo, controle biológico de pragas, controle biomecânico de plantas daninhas. A Agricultura Natural recorre aos conhecimentos mais avançados da ciência, em todas as áreas, selecionando habilmente os conhecimentos científicos de acordo com a filosofia deixada por Mokiti Okada. Na prática, recorremos ao princípio da reciclagem de recursos naturais e enriquecimento da matéria orgânica e microorganismos do solo para tornar a exploração agrícola duradoura e racional.

Para saber mais sobre a Agricultura Natural, acesse o site da Fundação Mokiti Okada: http://fmo.org.br

Fonte: Clovis Akira

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