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Itapira, 24 de Abril de 2024
Artigo
30/06/2013 | Nino Marcati: Ai que vergonha do Warti!

 

Que vergonha do mundo. O que aquele povo de nariz empinado, pele branca e olhos azuis estaria pensando de nós? Afinal, fora o detalhe da violência que vez por outra tira a vida ou estupra turistas daquelas bandas, no resto sempre fomos reconhecidos pela nossa passividade, pelo carnaval e futebol arte. Que papelão! Justo no torneio de futebol que antecede a Copa do Mundo a moçada resolveu colocar a boca no trombone. Não tinha outra hora não? Uns dez ou vinte anos atrás?

Será que não era a hora de apresentar o país com seu povo consciente e trabalhador, interessado em sair do campo dos  emergentes para entrar na seleta lista dos países que transformam os impostos recolhidos em qualidade de vida cidadã?

Que nada! Parte da população, depois que a água ultrapassou as nádegas, resolveu lavar a roupa suja acumulada no cesto secular, mostrando ao mundo que a nossa corrupção é endêmica, que começa nas pequenas multas do dia a dia e vai até as gordas comissões pagas por empresários aos nossos agentes políticos e servidores do povo. Descobrindo que o nosso país tem um futuro que nunca chega porque não oferece educação compromissada. Percebendo que a sétima economia do mundo deixa a saúde das pessoas nas mãos de Deus. Contrariando a fama de vagabundo, nas grandes cidades, com o trabalhador brasileiro enfrentando batalhas diárias, feito sardinhas em lata, antes e depois do expediente. E, para não alongar a lista, esclarecendo que as favelas não são redutos culturais, recheados de poetas, compositores e sambistas, mas alternativas baratas de moradias, cuja estrutura serve ao “crime organizado” e aos traficantes que abastecem, fundamentalmente, jovens e adultos bem aquinhoados.

Lembrei-me de uma piada machista, que pela causa achei por bem compartilhar: Antero e Warti eram amigos. Certo dia, no bar da esquina, Antero ficou sabendo que a mulher o traía na própria casa justamente com o amigo Warti. Em princípio Antero não acreditou, ele confiava na mulher e no amigo. Mas para tirar a pulga detrás da orelha, acabou seguindo o conselho da turminha. Fingiu que ia para o trabalho, se despediu da esposa, voltou escondido e entrou no armário. Não deu outra. Dez minutos depois ele observou, através de uma fresta, a esposa entrando no quarto com o amigo Warti já tirando a roupa. Tirou a blusa e o sutiã: “plaft”, os seios caíram.  Tirou a calça comprida: “ploft”, a barriga debruçou sobre as coxas. E lá dentro do armário, Antero colocou as mãos na cabeça e pensou: ai que vergonha do Warti!

Aquilo que o Warti fazia todo mundo sabia. Mesmo sabendo da traição, o conhecimento não despertou a consciência de Antero, apenas o alertou. Apesar da reação popular, ação da juventude com apoio nacional, ainda é muito cedo para saber se acordamos ou se estamos no meio de um sonho. Além das cobranças, precisamos nos manter vigilantes. Além de criticar os políticos, precisamos construir uma sociedade com ações éticas cotidianas, politizada, despreconceituosa, honesta, zeladora do bem público e do meio ambiente, para poder oferecer nas eleições futuras lideranças que pensem e ajam no compasso dessa sociedade cobradora consciente. Caso contrário, só nos restará colocar as mãos na cabeça e dizer: ai que vergonha do Warti? 

Fonte: Nino Marcati

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