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Itapira, 28 de Mar�o de 2024
Artigo
09/06/2014 | Nino Marcati: As oportunidades para as greves!

 Parece que o Brasil inteiro, de uma hora para outra, resolveu entrar em greve. Que nada! O país não está parado (Toc. Toc. Toc.) A cada dia, as grandes cidades, principalmente São Paulo e Rio, tem alguma paralisação ou manifestações contra a Copa e outras querelas. Até Itapira entrou na dança. Os servidores públicos municipais, num ato inédito, conseguiram com que cerca de 8% da classe (basicamente: educação e guarda municipal), cruzassem os braços em busca dos seus propósitos econômicos, sindicalistas ou políticos. Penso que seja este um bom momento para avaliar, modestamente, o que está acontecendo, aqui e acolá.

Greve? Ninguém gosta dela. Nem os próprios grevistas, supo­nho. Sabe como é: greve é daqueles acontecimentos que a gente sabe como começa, mas nunca sabe como termina. A greve e seus desdobramentos, invariavelmente, resvalam em agressões que ora atingem o patrão/gestor, ora a própria categoria, os que não aderiram, e às vezes, os próprios dirigentes em função das suas divergências internas.

Se nem para os próprios grevistas a greve é desejável, o que dirão aqueles que sofrem as consequências: sem condução, sem escolas ou creches, sem atendimento pelo sistema de saúde, sem segurança... Enfim, aqueles que além de pagar o pato, aca­bam pagando, no final das contas as eventuais conquistas dos grevistas. Se a greve não é palatável, por que elas acontecem, com tanta frequência?

A greve é um instrumento de defesa dos trabalhadores, im­portante para a manutenção e evolução capitalista. Não fosse ela, estaríamos trabalhando mais de doze horas por dia, em condições desumanas, até hoje. A indústria mundial estaria estagnada tecnologicamente e tampouco existiriam tantos consumidores. A valorização da mão de obra obrigou as empresas produzirem mais, mais barato. O aumento da renda criou as classes de con­sumo. E assim, a roda vem virando, gostemos ou não.

O excesso de greves e manifestações que ocorrem país a fora, atualmente, tem dois fatores fundamentais: motivação política e aproveitamento das oportunidades. É interessante para os grupos opositores colocar fogo no circo para atrapalhar a popularidade dos governantes, principalmente dos que buscam a reeleição? É óbvio que sim. É legítimo, afinal qual é o papel da oposição, senão o de se apresentar com alternativa? Só não pode matar a galinha dos ovos: o povo!

É interessante para os sindicatos, aqueles que envolvem o maior número de pessoas, cruzar os braços no momento vivido pelo Brasil? A resposta, novamente, é sim. Estamos com uma taxa histórica de desemprego. É nessa fase que a luta por melhores salários pode obter êxito, que associada à Copa do Mundo e às eleições, o cenário se completa, tem o caminho azeitado. Nem sempre é uma ação oportunista. Aproveitar as oportunidades, onde o barulho ganha eco, faz parte das estratégias dos sindi­catos. Quanto maior a repercussão, mais rápida é a finalização do processo.

Mas é preciso entender que a melhoria de salários, sem aumento na produtividade ou melhoria nos serviços aos contribuintes, vira tiro no pé. O que se ganha hoje, pode ser perdido amanhã. As categorias devem não só estar cientes desse processo, mas preparadas para melhorar a qualidade da mão de obra.

As leis econômicas e a evolução humana não perdoam. Os sindicatos que não se ativerem à realidade futura, pouco tempo de vida terão. Não basta saber gritar!

Fonte: Nino Marcati

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