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Itapira, 29 de Mar�o de 2024
Artigo
26/05/2013 | Nino Marcati: Big Data - Nossas imperfeições, enfim, perfeitas!

 

Venho acompanhando, com atenção e curiosidade, os avanços da tecnologia intitulada Big Data, que reúne dados complexos, não necessariamente ordenados ou vinculados a plataformas específicas, cujo processamento seria impossível para as ferramentas de análises tradicionais. Os desafios envolvem captura, curadoria, armazenamento, busca, compartilhamento, transferência, análise e visualização. Enquanto nós vamos levando as nossas vidas de caderneta, os nossos dados são colhidos e aproveitados. Há estudiosos que afirmam que esse tal de Big Data é tão ou mais revolucionário, para a nossa civilização, que a invenção da imprensa por Gutenberg.

Mas o que faz esse Big Data? Em linhas simplificadas, ele reúne várias soluções tecnológicas que compilam, executam e correlacionam dados digitais em volume, variedade, velocidade, veracidade e valor. Um sistema que analisa instantaneamente um monte de informações digitais e apresenta relatórios, em tempo real, para fundamentarem as tomadas de decisões executivas dos interessados. Quem é que fornece os dados? Nós. Quem são os interessados? Empresários, cientistas, políticos, publicitários, jornalistas etc.. Quais são os dados e como eles são passados?  Quase tudo o que fazemos, hoje em dia, de um jeito ou do outro, acaba sendo digitalizado: cadastros, compras, consultas, pesquisas, e-mails, mensagens, comentários dentro ou fora das redes sociais, denúncias, reclamações, pedidos, felicitações, até singelas poesias e acontecimentos do dia a dia postados no Facebook e companhia. Todos eles - e mais alguns – são transmitidos e capturados via internet, celulares, gravações telefônicas, caixas de lojas ou supermercados...

Até bem pouco tempo atrás, a maioria desses dados era considerada lixo, de armazenagem cara e de difícil manipulação. Com os avanços tecnológicos e as soluções do Big Data, 85% dos chamados dados não-estruturados passaram a ser muito valorizados, gerando um mercado que cresce 40% ao ano.

Essas ferramentas analisam o comportamento das pessoas, a rotina, o consumo e as conversas por mais desconexas que elas possam parecer propiciando, por exemplo, a descoberta da quantia que alguns perfis gastarão em determinados horários do dia ou os momentos em que as pessoas começam a pensar em trocar de carro ou renovar o guarda-roupa ou viajar... Sem que nenhuma informação direta tenha sido fornecida, elas detectam, ainda, a opção sexual, a religião, a tendência política etc..

Parece aterrorizante, né! Cheira à invasão de privacidade, e é! Mas o mais preocupante é a possibilidade de que essa tecnologia possa oferecer para controlar as massas, nossa velha e conhecida neura integrante das teorias conspiratórias contra a humanidade. Que ninguém perca noite de sono por isso.

O Big Data atende, com certeza, o apetite voraz das empresas. Mas também identificam terroristas, localizam vagas livres nos estacionamentos das grandes cidades, corrigem falhas nos atendimentos ou nos produtos de interesse dos consumidores, rastreiam os desejos cidadãos na definição das prioridades governamentais e podem, no futuro, racionalizar serviços e melhorar a qualidade de vida. Enfim, qualificam decisões do varejo à saúde pública.

A humanidade sempre pautou suas decisões lastreadas em experiências, cálculos estimativos e pesquisas amostrais, que validavam as tendências apontadas pelos grandes números: os primeiros da lista. O Big Data destrona a amostra, conta com o universo e nos oferece a descoberta de que a busca pela perfeição - que jamais seria atingida – é, de fato, desnecessária. As nossas imperfeições, então, passaram a ser perfeitas na construção do mundo que queremos. É isso!

Fonte: Nino Marcati

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