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Itapira, 19 de Abril de 2024
Artigo
16/12/2012 | Nino Marcati: É o fim do mundo!

Em 2004 votamos em Toninho Bellini. Itapira optou pela mudança. Queríamos respirar novos ares, sacudir os bairros, revitalizar o centro, desenvolver a economia, oferecer boa educação e saúde, no mínimo, razoável. Antes mesmo de tomar posse, quando ainda era discutida a formação do novo governo, algo não me cheirava bem. Dava-se, naquele momento, o tom da prioridade administrativa.

Escrevi, então, um texto angustiado. Questionava se teríamos, pela frente, um prefeito administrativo ou político e preceituei: “Precisamos de um prefeito político, preocupado com o bem público, atento ao bem comum, ao meio ambiente, à higiene e limpeza da cidade, à saúde, à educação, com seus acertos e erros, aberto às críticas sem esperar elogios por cada ato executado. Que tenha coragem de admitir os erros e corrigi-los.” Toninho Bellini se fez de surdo.

Mais adiante, em abril de 2005, Itapira parecia ninar o novo governo. Preocupada, quem sabe com a fragilidade, poupava criticas a Toninho Bellini. Atribuía às eventuais vozes discordantes associação aos interesses da oposição, independentemente de onde elas partissem. Nesse clima, ao completar cem dias de governo, para o arrepio daqueles que mal previam o dia seguinte - cegos pela vingança - publiquei outro artigo que dizia que a “Lua de Mel” tinha terminado, era hora de acordar: “Preocupa-me o futuro. Torço por este governo. Falta coordenação política. Sobram arrogância, prepotência e sentimento de vingança. Integrantes do grupo situacionista já sentem certo desconforto (...). Cadê a coordenação política cumprindo seu papel junto aos vereadores, aos secretários, conversando com as pessoas, trocando ideias com os grupos e entidades representativas da nossa sociedade. Espero errar totalmente a previsão - se esse governo não se estruturar politicamente a toque de caixa, priorizar seu projeto político sobre o administrativo, abandonar o rancor e a vingança, unir a cidade, desenvolver ao longo do mandato um processo de enxugamento da folha de pagamento, privilegiar, na partição das verbas, os novos amigos do rei, em pouco tempo perderá a sua maioria na câmara, terá a imprensa escrita e falada em oposição sistemática e, ganhando a opinião pública, transformará cada dia da atual gestão numa eternidade. Resultado: vinte e seis anos de luta jogados no lixo.”

Mas a prepotência prevaleceu. A fragilidade do Novo Tempo não tardaria a vingar. Perderam elementos preciosos como Alberto Mendes, Pedro Boretti, Valentin Valério, Luiz Domingues, Beto Trevelim, Dado Boretti, Sonia Santos, Carlão Vieira, Mario da Fonseca... Mas permanecia cada vez mais forte o nome de Manoel Marques, alardeado por alguns novotempistas como o grande desagregador do grupo.

É desnecessário contar o resto da história. Estamos assistindo a mais lamentável despedida de um governo, em processo brutal de desintegração natural. Oferecendo-nos, a cada semana, noticias desalentadoras. Destruíram, em três meses, quase todos os preceitos discursados até outubro deste ano. Sendo justo, apesar de Toninho Bellini arcar no presente e, quem sabe, no futuro com o peso talvez não merecido, metade da carga deveria ser repartida ao grupo de apoio que tinha um único projeto político: derrotar Barros Munhoz.

Derrotaram, de fato, o povo itapirense.

Fonte: Nino Marcati

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