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Itapira, 28 de Mar�o de 2024
Artigo
08/09/2014 | Nino Marcati: Eita eleição danada, sô!

  

Estamos caminhando para a sétima eleição seguida para escolher o presidente do Brasil. A impressão que eu tenho é que muito pouca gente está se dando conta dessa sequência inédita na história do Brasil. Nunca tivemos tantas eleições presidenciais sem que não entrasse, no meio, algum golpe para instalar governos não representativos. Tal sensação pode ser bem vista ao demonstrar que para a maioria do povo o processo eleitoral é corriqueiro, distante das aventuras intervencionistas. Por outro lado, preocupante, pois pode demonstrar que acreditamos que o processo democrático já esteja concluído. Seria um erro, por exemplo, acreditar que já aprendemos a escolher e que os escolhidos são os melhores da praça. Diante disso, podemos deixar tudo nas mãos deles e imaginar que a nossa parte, como brasileiros, termina aí.

Não termina não! É importante saber que a nossa democracia vai muito bem, obrigado. Está consolidada nos processos eleitorais, temos liberdades de pensamento e de expressão... Mas não vivemos uma democracia plena, há grandes diferenças sociais e restrições aos acessos às oportunidades, os privilégios correm soltos e a par­ticipação popular nas decisões de interesse coletivo é medíocre. Enfim, democracia não se resume às eleições! Começa com elas.

A grande discussão das eleições deste ano é: “o PT deve continuar governando este país?” A resposta será dada no dia cinco ou no dia vinte e seis de outubro. Segundo as principais pesquisas, Dilma poderá ser reeleita ou Marina Silva consagrada, além de um fenômeno eleitoral, presidente que nos governará nos próximos quatro anos. A democracia exige respeito à decisão da maioria. Nesse ponto, pergunto: “estamos preparados para respeitar qualquer que seja o resultado ou vamos continuar diferenciando votos, como se de alguns fossem mais importantes do que de outros?” Dependendo da resposta, é possível concluir que a nossa democracia ainda não passou das eleições.

Não devemos nos sentir diminuídos das eventuais falhas nos nossos sentimentos democráticos. Somos inexperientes nesse negócio. Estamos praticando democracia há apenas vinte e cinco anos. Como comparar o Brasil com as maiores democracias do mundo que são exercitadas há duzentos, trezentos anos. Sorte nossa, imagino, que não precisaremos de igual tempo para entrar nos eixos, estamos aproveitando as experiências alheias e a informação que se propaga à velocidade da luz. Nem por isso será fácil.

O bom das sucessivas campanhas é que nós nos aprimoramos não só como aquele que escolhe, mas como aquele que se sente como o escolhido. Explico: em síntese escolhemos aquele que vai pensar e agir como se nós estivéssemos no lugar dele. Mais ou menos assim: quanto mais eu me distanciar dos afagos da corrupção e me preocupar mais com bem comum, maior será a probabilidade do meu candidato, caso eleito, não ser corrupto e priorizar os interesses reais da população. Em suma, quanto mais brasileiros reunirem tais qualidades, mais políticos parecidos entrarão em cena.

Esta eleição deverá entrar para a história não só pela morte de um candidato de expressão, mas por todos os acontecimentos pré-campanha que envolveram o atual governo, a ação midiática e as consequências desse processo. Enfim, além do resultado, esta eleição nos fará dar um passo importante. Oxalá!

Fonte: Nino Marcati

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