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Itapira, 18 de Abril de 2024
Artigo
17/03/2013 | Nino Marcati: Fogo é sinal de fumaça... Branca.

A Igreja Católica reinou absoluta durante toda Idade Média. Do final dos anos trezentos, quando o cristianismo foi adotado pelo Império Romano, até o descobrimento das Américas, a pedra edificada por São Pedro se organizou, acumulou riquezas, influenciou reinados, interferiu na elaboração de leis e estabeleceu os padrões morais da nossa civilização. Mas também é desse período, as suas maiores e bem guardadas chagas. E não parou por aí. 

 
Na idade moderna, vozes cristãs se levantaram e colocaram em cheque os ditames e práticas católicas. Eclodiu a reforma protestante. Mas foi o iluminismo que nos levou a rever conceitos, até então, definidos e controlados pela religião. Tirou parte da vida terrena do altar.  Kant resumiu: “o iluminismo é uma espécie de democracia baseada em inspirações pessoais que podem diferir, de acordo com a cabeça de cada um." Um pensamento que lastreou a Revolução Francesa e virou esse mundo no avesso. A poderosa Igreja Católica começava a não fazer, tão bem, a cabeça do homem ocidental.
 
O catolicismo entrou em nossa era, já arranhado. Atravessou colecionando novas crises, enfrentando temas jamais imaginados. 
 
Nenhuma outra organização desse mundo, com mais de quinze séculos de existência, viveu tantas experiências, tantos conflitos, tantos escândalos, tantas crises, e se manteve em pé. Uma instituição que sempre valorizou o conhecimento e a inteligência. E quem junta experiência com inteligência não morre pagão.
 
Quando parecia estar em frangalhos, em trinta dias mostrou a força que tem. Desde o anúncio da renúncia de Bento XVI, o mundo midiático; crentes e ateus, cristãos e não cristãos; vem dedicando fartos espaços a todos os detalhes que envolveram a sucessão. Elegeram o momento histórico. Mas por que tanto frenesi em relação aos procedimentos internos de uma igreja tida como combalida? 
 
A Igreja Católica sempre reuniu grandes pensadores. Gente que não pensa na década em curso, mas no século. Joseph Ratizer foi eleito sob a aura da improbabilidade. Confesso que os últimos acontecimentos fez passar pelos meus neurônios se não teria sido Bento XVI um papado tampão preparatório, cuidadosamente elaborado. Será que o Vatileaks (divulgação de documentos do Vaticano) atribuído ao mordomo do Papa e mais vinte pessoas ligadas à Santa Sé também não teria saído dessa arquitetura? Vale lembrar que nenhuma outra instituição é tão hábil na guarda de segredos como a Santa Madre Igreja.
 
O cardeal Jorge Mario Bergoglio virou o “Papa Francisco”. Tem cara de gente boa. Sorridente. Voz serena. Humilde. Bem-humorado. Um papa que produziu, em poucos dias, gestos simples que repercutiram no mundo inteiro. Ganhou simpatia e rápida popularidade.
 
O Papa Francisco é argentino. Um conservador, com viés social. Representante da América Latina que tira a Europa do foco. Disposição de mudança. Será que a igreja católica percebeu a fogueira?  
 
Fonte: Nino Marcati

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