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Artigo
10/11/2014 | Nino Marcati: O ano em que eleição não termina

 A regra vale para qualquer eleição democrática do mundo. Declarado o vencedor, o derrotado reconhece o resultado e os palanques são desmontados. No Brasil, desta vez, os desmontadores trabalham a passos de tartaruga. Há duas semanas que assistimos aos desdobros de uma eleição muito disputada. Uma eleição marcada por adversidades, reviravoltas nas pesquisas e pelo alto grau de agressividade dos candidatos e da população que vestiu, sem medo, a camisa do preferido.

utro detalhe que marcou essa eleição foi o sistemático uso de que o outro lado estava mentindo. Sem entrar no mérito de quem estava com a razão, há de se refletir: foi um processo que pode ser classificado como normal? Podemos esperar mudanças nesse cardápio eleitoral nas campanhas futuras?

Não devemos nos esquecer de que esta foi apenas a sétima eleição consecutiva para presidente do Brasil. Um fato inédito nos quinhentos anos da nossa história. Lembremos, também, que saímos há pouco de uma ditadura militar que durou vinte e seis anos e que até hoje provoca respingos e projeta consequências. Um período que interrompeu a evolução da sociedade e dos candidatos a representá-la. Ninguém nasce sabendo fazer a melhor escolha. Como consumidores, por exemplo, levamos tempo para aprender a escolher um simples abacaxi maduro, mas não sabemos ainda, como eleitores, quanto tempo será necessário para aprendermos a não escolher os “abacaxis” da política? Acho que estamos no meio da lição! Essa eleição foi uma prova de fogo.

Pode parecer estranho para alguns, mas a campanha tal como foi desenrolada, apesar dos exageros e destemperos, está na trilha da democracia. É ferramenta para nos ajudar a escolher melhor. Que ninguém espere, então, mansidão nas próximas eleições.
 
Entramos numa fase interessante. Antes, os apoiadores dos candidatos e a imprensa influenciavam os “neutros”, aqueles que levam a indecisão até as vésperas eleitorais. Hoje, sempre que uma eleição é disputada, quem decide é esse grupo intermediário. Gente que vai mais fundo na análise, que não segue a onda e quer ter certeza de fazer a melhor escolha. É na agressividade que o candidato foge do padrão marqueteiro, mostra o perfil real e assume pensamentos próprios. É nessa hora em que o candidato açoitado tem que engolir a seco as acusações sem apelar e respondê-las adequadamente, mostrando segurança e autocontrole para ocupar o cargo pretendido.
 
Ainda não dá para saber se nesta eleição foi Dilma quem se saiu melhor nesses quesitos, apesar da vitória. Não dá para saber quem exagerou mais, quem agrediu mais, quem mentiu mais... Só o torcedor ferrenho é quem sabe, puxando a sardinha para a sua brasa.
 
Esta eleição foi marcada pela tomada de posição. Muita gente desceu do muro. Os antipetistas se assumiram publicamente e defenderam suas posições com unhas e dentes. A direita voltou a se expressar sem subterfúgios. Os jovens, através das Redes Sociais, despertaram para a política, numa ação qualitativamente superior às manifestações de junho de 2013.
 
Na democracia, o importante é que cada um mostre seus pensamentos, faça as suas escolhas, da extrema direita à extrema esquerda, e que prevaleça o pensamento da maioria
Fonte: Nino Marcati

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