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Itapira, 16 de Abril de 2024
Artigo
13/07/2015 | Nino Marcati: O país que sabe demais!

 Quando o ex-técnico da CIA Edward Snowden revelou que os EUA, através de programas de vigilância, espionavam vários países, inclusive o Brasil, nos sentimos ultrajados. Obama disse que nada sabia sobre os procedimentos de coleta de informação e que a espionagem era usada para combater as ações terroristas. Pode ser, mas na prática ofendeu a nossa soberania.

A revelação de Snowden em 2013 acabou cancelando a viagem oficial da presidente brasileira aos EUA programada para outubro daquele ano. A reunião foi adiada para 2015 em decisão conjunta dos presidentes das duas nações.

Dois dias após o retorno da visita oficial aos EUA, o site WikiLeaks revelou que até o telefone do avião presidencial estava entre os 29 números brasileiros grampeados pela Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA). Rapidamente, o ministro da Comunicação Social informou que a notícia era requentada e que o episódio da espionagem norte-americana estava superado.
 
A prática de espionar, sem autorização judicial, é condenável em qualquer situação. Espanta-me ver alguns setores da sociedade brasileira tratar o assunto como se a bisbilhotagem americana era coisa nova. Os governos norte-americanos sempre usaram e continuam usando a informação como instrumento de poder. Os filmes de Hollywood confirmam a tese. Dá para imaginar quantos governantes brasileiros ou não tiveram que aceitar “determinadas condições” por conta dos conhecimentos privilegiados do Tio Sam? Como o maior parceiro comercial brasileiro até o início dos anos 2000, éramos o quintal dos Estados Unidos. Alguém se lembra dessa expressão?
 
O serviço de informação dos EUA é o melhor do mundo desde os tempos em que as cartas eram transportadas nos lombos
dos cavalos ou a vapor. Agora que eles tutelam as questões técnicas fundamentais ligadas à internet, os dados caem como enxurradas nos servidores deles.
 
Depois da visita de Dilma, Obama liberou os documentos secretos dos anos setenta com informações da ditadura militar.
 
Dentre essas informações está a do ex-deputado federal Rubens Paiva que era dado como desaparecido. Por aqui existia a desconfiança de que ele tinha sido morto pelo regime militar. Nos EUA, a certeza: “Paiva morreu durante interrogatório ou de ataque cardíaco ou de outras causas” dizia um telegrama enviado pelo embaixador norte-americano. Os documentos que podem ser consultados no site do Arquivo Nacional relatam outros desaparecimentos políticos e ações até hoje mal explicadas como o caso da bomba no Rio Centro (RJ).
 
Outro telegrama que estava em poder dos americanos desde 1972, diz: “Há fortes indicativos provenientes de várias fontes de que as forças de segurança estão agora mais inclinadas a eliminar terroristas importantes do que mantê-los presos depois de interrogatório”. A ordem era matar antes e perguntar depois...
 
É triste ter que admitir isso, mas sem a espionagem americana, fragmentos da nossa história teriam apenas a mentira como versão.
Fonte: Nino Marcati

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