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Itapira, 25 de Abril de 2024
Artigo
15/07/2014 | Nino Marcati: O respingo da Copa

Penso que a Copa 2014 será um divisor de águas na história do Brasil. Não me refiro ao retorno da propaganda que levou o país para os quatro cantos do mundo, nem ao “legado” dos estádios e das construções que ficará totalmente à nossa disposição a partir da próxima semana. Falo da derrota humilhante sofrida pela seleção brasileira imposta pela esquadra alemã.

Esta Copa nos colocou frente a frente com as nossas contradições. E isso é muito bom ou como diria um amigo meu: é buótimo! Pois é! Somos um povo cheio de contradições, atiramos para todos os lados e todos querem ter razão. A consequência é um país onde as regras não são seguidas, mesmo quando definidas pela legislação. Falta-nos, muitas vezes, o chamado bom senso e quando ele dá sinal de vida, há divergências e afetam a ética e a moral. Nada atrapalha mais um país do que regras claudicantes ou desrespeitadas, excesso de privilégios, impunidade e sensação de que dinheiro resolve todas as paradas. Se a seleção brasileira viesse a conquistar a copa, festejaríamos, mas muita gente ficaria com a sensação de que o campeonato tinha sido comprado. Assim, como tem pessoas acreditando que o Brasil vendeu a conquista para a Alemanha.

É certo que perder um jogo da copa do mundo por sete a um, mesmo que seja para a Alemanha, é um vexame descomunal. Mas quem perdeu não foi o Brasil, foi uma seleção convocada pela CBF, entidade que a gente tá careca de saber como ela funciona e nunca tivemos coragem de questioná-la. Uma derrota que é e será usada por nossos adversários mundiais, assim como usamos as derrotas caseiras dos times rivais. Coisas do futebol!
 
Sabíamos desde o principio que a seleção brasileira atual não era lá aquelas coisas. Era a seleção de um jogador só e sobre ele recaia todo o peso. No gol tínhamos um goleiro que parece ter sido convocado para ter a chance de se redimir.
No ataque, uma aposta carioca. No meio do campo, um agrado à torcida corintiana. Talvez esta tenha sido a seleção em que o banco de reservas servia apenas para substituir, não para mudar o estilo de jogo e surpreender o adversário.
 
Apesar disso nos espantamos com a derrota, como se a vitória fosse líquida e certa, mesmo comprada. Sentimo-nos humilhados, não porque a seleção canarinho era ruim, mas por perder em casa pela segunda vez. Sediar uma copa pode até colocar ao time da casa a obrigação de vencer, mas isso não o antecipa como vencedor. O Brasil venceu esse torneio cinco vezes, todos fora de casa. Isso é competência.
 
Usar a copa para satisfazer anseios políticos, uns achando que a vitória beneficiaria Dilma, outros que derrota gabaritaria a oposição, é brincar irresponsavelmente com o esporte preferido, com a paixão nacional. Isso é oportunismo.
 
Penso que a Copa que termina neste domingo escancarou não só os problemas que a gente sempre soube que existiam, mas as nossas vísceras. Isso é humilhação!
 
Que tenhamos o mesmo sentimento da tardinha da última terça-feira em todos os insucessos deste país ou desta cidade, que busquemos as soluções naquilo que podemos intervir e que valorizemos mais a técnica, a inteligência e a produtividade. Afinal, para ganhar de um time competente e que se preparou adequadamente para o jogo, só sendo melhor do que ele. Nisso, não há firula.
Fonte: Nino Marcati

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