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Itapira, 25 de Abril de 2024
Artigo
15/09/2013 | Nino Marcati: Os dias passam correndo...

 

O tempo passa, o tempo voa, e a poupança Bamerindus continua numa boa. Quem não se lembra desse famoso bordão? Pois é, nem todo mundo ouviu... O tempo passa tão depressa que parece que foi ontem que “Os Três do Rio” cantaram essa musiqueta no Faustão. Esse ontem? Início dos anos noventa!

Não me lembro de ter pensado sobre tempo antes dos doze ou treze anos de idade. Os tempos daquela fase eram outros: bolinha de gude, pião, nadar no rio, soltar maranhão... Mas não me esqueço da eternidade que foi  chegar aos dezoito.

É difícil passar um dia sem que a gente ouça ou fale ou pense o quanto a semana voou. A cada avanço, temos a sensação de que o tempo roda com maior velocidade.

Há quem acredite que a velocidade do tempo não é uma mera sensação, mas um fenômeno cósmico. Rolam teorias metafísicas que colocam a expansão do Universo como fonte de aceleração. Uma delas garante que o dia de 1950 era mais longo. Para que os tempos ficassem iguais, o dia de hoje deveria ter 30 horas. O ano de hoje não sairia por menos de quatrocentos e noventa dias. Tal medição vem da chamada Ressonância Schumann que sustenta que a pulsação da Terra foi aumentada em setenta por cento. Antes que alguém imagine que o coração da Terra está prestes a sair pela boca, devo esclarecer: não há nenhuma comprovação científica sobre esse estudo.  Nem acredito que haverá, porém...

É fato a sensação de que o tempo passa mais rápido. Mas será que todos nós, das crianças aos idosos temos sensações semelhantes em relação ao tempo? O mundo começa pra gente em torno do quinto ano de nossa existência. Bastam mais cinco para cairmos na adolescência, outros sete, estamos na juventude e, finalmente, mais dez, na vida adulta. Com se vê, o tempo além de desproporcional nas fases é meio conspirador. Parte dele nos dá mais tempo para as perspectivas futuras, na outra, mais experiências vividas. Ora olhamos para frente, ora olhamos para trás. Passamos pelas datas especiais como carnaval, festa de maio, festas juninas, inverno... E lá se foi meio ano e a gente já se vê no Natal, no Ano Novo, no recomeçar tudo, outra vez.

Há quem diga que a sensação “tempo voa” vem do bombardeio de informações, da tecnologia, do consumismo exacerbado e da ânsia produtiva. Nossos veículos diminuem os tempos de deslocamentos, a internet nos coloca em comunicação com o mundo inteiro em fração de segundos e as comodidades facilitam operações que antes requeriam tempo e esforços físicos e mentais para serem executadas.

Quer ver uma coisa? Quando nos deparamos com uma nova experiência, uma situação inesperada ou que exige espera, feliz ou infeliz, o tempo desacelera. Quando temos ação, domínio e informação, o tempo passa e a gente não percebe. Não é de hoje que observo a diferença em trilhar um percurso desconhecido, aquele que a gente fica atento para não se perder, e, depois, percorrer o mesmo caminho, agora decorado. Como distâncias são imutáveis, o tempo acaba parecendo encurtado.

Rousseau, pensador do século XVIII, filosofou nessa área mostrando que o assunto não é tão novo como se imagina: “A vida é curta, não pelo pouco tempo que dura, mas, porque desse pouco tempo, de quase nada dispomos para poder saboreá-la. Por mais que o momento da morte esteja afastado daquele do nascimento, a vida é sempre curta demais quando esse espaço é mal preenchido.”

O tempo é inexorável, mas nós podemos sair da rotina e mudar as sensações, podemos buscar desafios soltos do comodismo e do conservadorismo, e, quem sabe, preencher da melhor maneira possível o espaço que nos separa da morte: uma vida cheia de sabor. 

Fonte: Nino Marcati

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