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Itapira, 19 de Abril de 2024
Artigo
26/01/2014 | Nino Marcati: Para onde caminha a oposição?

 

Inquestionável. A oposição é o ingrediente que refrigera e garante a democracia. Gostemos ou não dos métodos ou das estratégias que ela utiliza. Mas um país carregado de tantas deficiências e despreparos, sem falar na profusão de atitudes antiéticas, não poderia querer exibir uma oposição nota 10, ciente das suas responsabilidades e competente nas suas ações. Se assim fosse, teríamos mais tarde, também, uma situação nota 10.  Mais do que natural, os partidos oposicionistas buscam o poder, que uma vez conquistado, o grupo que assume vale-se das mesmas ferramentas, senão piores, que tanto criticava. Virou rotina.

Os partidos de oposição que ocupam todos os cantos deste país varonil aprenderam, erradamente, que o caminho mais curto para se chegar ao poder não está na construção de ideias que influirão positivamente no dia a dia da população, mas no alardeio sorrateiro dos erros governistas, nas denúncias nem sempre fundamentadas, na construção de factoides... Quer dizer, já que não se tem elementos construtivos, prioriza-se a destruição. Confunde acompanhamento com exigências, quase sempre, utópicas ou exageradas. Tratam o povo como cegos idiotas.

Será que esse esforço oposicionista se transforma em voto suficiente na eleição seguinte? Nem sempre. Depende da colaboração anterior dos governantes incompetentes. Antigamente, o eleitor era menos antenado, bastavam bons oradores e imprensa anexada para a difusão de qualquer ideal oposicionista. Hoje, críticas desconectadas da realidade ou exageradas caem no descrédito e, ao longo do tempo, acabam reforçando a imagem positiva dos políticos atingidos.

Estudos recentes baseados em pesquisas, em resultados finais das eleições e em desdobramentos dos movimentos populares, vêm demonstrando a consolidação do comportamento evoluído da sociedade brasileira frente aos embates eleitorais. Um trabalho consistente que já influencia as principais lideranças partidárias e a imprensa consequente de um modo geral.  Notícias plantadas, denúncias infundadas, críticas sistemáticas ou repetitivas vem sendo abolidas, paulatinamente, do cardápio político noticioso. Prevê-se que a campanha eleitoral que se avizinha será fortemente afetada por essa onda. O grande desafio dos marqueteiros estará em apresentar as mazelas governistas, sem resvalar na crítica em que a população não a identifique com o mesmo gosto e tamanho, reforçando a capacidade de soluções, sem “xurumelas”. Bem sabem os publicitários que o exagero dos pontos positivos de um produto é aceito com tranquilidade pelo mercado, mas o exagero dos pontos negativos dos produtos concorrentes é sempre um tiro no pé, pois afeta a opção consciente dos consumidores desses produtos. Um conceito que agora está se consolidando na seara política.

Exemplos não faltam. Um deles vem copiosamente do ex-presidente Lula, uma das personalidades políticas brasileiras mais atacadas dos tempos modernos. Mesmo assim, além de ostentar altos índices de popularidade, em todas as faixas pesquisadas, continua sendo o político mais influente nos destinos dos brasileiros. Por aqui, em Itapira, não tem sido diferente, Totonho Munhoz, que é constantemente açoitado pelos opositores, na eleição de 2010 reconquistou a preferência eleitoral do início da carreira, atropelando o desgaste natural de trinta e tantos anos ininterruptos de vida pública e agregou o eleitorado jovem. Nos dois casos, os protagonistas evoluíram, apesar das críticas, mostrando que o povo valoriza os resultados.   

Enfim, o gosto de “ver o circo pegar fogo” vem sendo substituído por “o que foi feito para melhorar a minha vida”. Na próxima eleição, poucos votos serão decididos pela capacidade verborrágica dos candidatos em apontar os erros alheios, mas pela tradução do que será feito para a conquista de bons resultados para a sociedade.

A democracia não consegue resolver tudo na velocidade com que gostaríamos, mas se consolida a cada passo dado, a despeito daqueles que insistem no passo atrás. 

Fonte: Nino Marcati

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