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Itapira, 28 de Mar�o de 2024
Artigo
03/03/2013 | Nino Marcati: Uma semana supimpa.

Que me perdoem os mais jovens e até, quem sabe, as gerações seguintes, mas eu e meus contemporâneos, sem duvida nenhuma, estamos participando do período mais fascinante da história da humanidade.  Nos últimos anos aconteceram as maiores transformações que este mundo vivenciou em tão pequeno espaço de tempo.  

 
Sei que os antepassados, já mortos, quando analisavam suas épocas afirmavam quase a mesma coisa e lançavam prognósticos parecidos, quando não reduziam a “esse mundo vai de mal a pior” ou “nunca será mais o mesmo” ou “vai faltar comida para tanta gente”.
 
Bem, a população mundial passou de sete bilhões. Pelo menos para seis, comida não falta. Aos quase um bilhão de pessoas que passam fome no mundo, a culpa não deve ser atribuída à nossa incapacidade produtiva, mas às políticas governamentais equivocadas e ao desperdício desenfreado. O progresso criou novas mazelas, das antigas muitas ainda não foram bem resolvidas, ainda, mas como o assunto em pauta são as transformações dos últimos tempos, prossigamos. 
 
A partir dos anos cinquenta, do século passado, o mundo acumula avanços em todos os segmentos. As ditaduras não são mais assuntos frequentes.  A indústria desenvolveu linhas de montagem e passou a produzir bens de consumo cada vez mais acessíveis. As viagens espaciais, além dos satélites de estudos e comunicação, permitiram testes que alavancaram a tecnologia.
 
Os celulares e a internet reduziram as distâncias.  Na medicina, as epidemias já não matam como no início do século passado, enquanto que das tantas doenças tidas como fatais, a maioria ganhou cura, outras, sobrevida. Passamos a demorar mais para morrer. As mulheres venceram quase todas as barreiras, disputam o mercado de trabalho, ocupam altos cargos, privados ou governamentais, sem a dependência da herança sanguínea. O mundo globalizou e a turma do meu tempo, que ainda vive, é assistente ou participe
.
Assistimos, nessa semana, a dois eventos históricos. Vimos Bento XVI renunciar e virar Papa Emérito. A última renuncia papal foi há seis séculos. Quem sabe quando isso acontecerá de novo. De qualquer maneira, 2013, por conta da tradição religiosa, nunca será visto como mais um ano que passou em nossas vidas. A decisão da Conmebol, motivada pela morte de um adolescente de quatorze anos, vítima de um sinalizador disparado irresponsavelmente por um torcedor corintiano, poderá entrar, também, para a lista dos grandes acontecimentos. Não pela punição ao time, que nada teve a ver com a atitude infeliz e muito menos com a morte do menino. Mas pela punição à torcida corintiana, que poderia ser qualquer outra, que mistura devoção com guerra, alegria com violência, torcida com agressão... Não sei se um dia a minha geração vai assistir a um jogo de futebol sem a divisão das torcidas, sem alambrados, sem acrílicos, sem fossos ou quaisquer tipos de defensas. Mas esse dia, por mais inimaginável que possa ser, chegará. Eu acredito. Ao jogar a responsabilidade da morte de Kevin no campo que o torcedor entende e o afeta diretamente, caso não tenhamos recuo ou artimanhas dos cartolas e que punições semelhantes, quando necessárias, sejam mais frequentes para todos os times, certamente formaremos torcedores conscientes. Ganhará a humanidade. Que bom estar aqui e testemunhar mais esta semana. 
 
Assim, juntamos histórias para contar aos nossos netos, quiçá à eternidade. 
 
Fonte: Nino Marcati

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