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Artigo
31/03/2012 | Nino Marcatti: Amanhã é o dia da mentira.

 

 

Amanhã é o dia da mentira.

 

Não se sabe ao certo de onde nasceu a ideia de escolher um dia para comemorar a mentira. Uma das hipóteses aceitáveis vem da França. As festas de Ano Novo começavam no dia 25 de março - no início da primavera – durava uma semana, terminava no 1º de abril. Em meados do século XVI, um rei alterou a comemoração do Ano Novo para o dia 1º de janeiro.  Dissidentes franceses não aceitaram a mudança e continuaram usando a data antiga. Situação que deu margem a brincadeiras, convites para festas inexistentes e presentes estranhos.
 
No Brasil essa história começou com um jornalzinho mineiro intitulado “A Mentira”. Lançado num 1º de abril noticiando a morte de Dom Pedro I, que foi desmentida no dia seguinte. Esse jornal durou 21 anos. Na última edição, em setembro de 1849, publicou uma convocação chamando os credores (do jornal) para um acerto marcado para o dia 1º de abril de 1850, num endereço inexistente, evidentemente.
 
É muito comum, no segundo domingo de maio, as pessoas dizerem: “o dia mães deveria ser comemorado todos os dias.” No dia dos pais, no Natal, enfim, a mesma coisa. Projetamos a sensibilidade de algumas datas especiais para o ano todo. No dia seguinte, voltamos para a rotina, até que no outro ano recorramos à velha frase surrada.  
 
Com o Dia da Mentira é diferente. Provavelmente, neste domingo, 1º de abril, pouca gente se lembrará de comemorá-lo. Não deverão existir aquelas pegadinhas, aquelas histórias, que depois de ver a cara de espanto das pessoas, sair um sonoro “é primeiro de abril” acompanhado de gostosas gargalhadas.
 
A mentira está desmoralizada. Virou “carne de vaca”. Todo mundo conta, em qualquer lugar ou época do ano. Conta-se mentira para agradar uns, enganar outros. Mentiras para facilitar a conquista de poderes ou para se proteger das condenações ou, simplesmente, para colocar pessoas contra pessoas.
 
Uma universidade austríaca pesquisou e concluiu que uma pessoa normal diz até 200 mentiras por dia. Um estudo semelhante, nos EUA, chegou a um número menor, 26. Na Inglaterra não passou de seis para os homens e três para as mulheres.
 
A disparidade nesses números nada tem a ver com a índole dos povos, mas ao tipo de pesquisa realizada. Os pesquisadores consideram para fins de estudos: as mentiras “mentiras”, as mentiras pérfidas e as mentiras estatísticas. 
 
As mentiras “mentiras” são aquelas que a gente fala para não ferir ou não preocupar ou não abrir o que estamos sentindo ou para safar de um esquecimento ou (...). Por exemplo: “Tudo bem com você?” E a gente responde: “tudo na santa paz”. Nem sempre as coisas estão tão tranquilas assim...  
 
As mentiras pérfidas são aquelas que buscam prejudicar alguém e muitas vezes conseguem. Não só uma pessoa determinada, mas um grupo, uma comunidade, uma cidade, até um país. Esse tipo de mentira, muitas vezes, segue um roteiro bem desenvolvido, em sequência, até transformá-la em verdade. Usa-se para dar credibilidade alguns fatos verdadeiros. É quando a mentira entra na composição da história.  
 
As mentiras estatísticas são aquelas que usam as tendências de determinados grupos para generalizar uma situação de interesse. Por exemplo, quando se diz que todo mundo está falando que fulano é ladrão. Ou quando uma pessoa apesar de saber que a maioria dos fumantes desenvolve câncer no pulmão, prefere lembrar-se de alguém que chegou aos 100 anos, fumando, e morreu atropelado. Mente para si mesmo.
 
Acredita-se que o estudo vienense é o que mais se aproxima da realidade, pois considerou todos os tipos.
A maioria das mentiras não faz mal à saúde de ninguém. Muitas delas temperam o dia a dia. Nem sempre a verdade é o melhor caminho. Mas há de se ter bom senso. 
 
Àquelas que prejudicam só a transparência as inibem. Viva o Dia da Mentira
Fonte: Nino Marcatti

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