Carregando aguarde...
Itapira, 28 de Mar�o de 2024
Artigo
02/06/2012 | Nino Marcatti: É itapirense? Fez bonito? A nossa admiração!

A semana termina e com ela um grande feito itapirense. Não me custa provocar: devemos louvar todas as grandes conquistas dos representantes do nosso povo?

É provável que o relacionamento das grandes façanhas com a área esportiva ou artística ou profissional ou social não resultaria cara feia em ninguém. Mas se a excepcionalidade dessa conquista estivesse relacionada à área política? Será que teríamos habitantes apegados a este chão altivados com o agente responsável por aquela ação de destaque?  Será que daríamos a esse político o mesmo mérito que dispensaríamos a um atleta ou cantora ou escritor ou psiquiatra ou empresário? E se o autor desse ato extraordinário viesse de um político chamado José Antonio de Barros Munhoz?

Louvaríamos ou faríamos de conta que ele nada fez? Seríamos justos com ele ou com qualquer outro da nossa terra, nas mesmas condições?

Os acompanhantes da política paulista através dos jornais, sites de notícias e blogs de opinião perceberam que o deputado Barros Munhoz caminhou nos últimos cinco meses sobre a mais cruel corda bamba da existência humana.
 
Caindo de um lado, seria abocanhado pelos crocodilos do fosso. Do outro, aniquilado por serpentes venenosas. No dia 30 de maio, Munhoz chegou ao fim dessa corda, são e salvo, e ainda por cima, coroado.
 
Os itapirenses acompanharam, recentemente, a importância e o poder de um órgão como o Tribunal de Contas do Estado. Os governantes usam da força que tem para indicar os nomes que lhes convém. Com Alckmin não foi diferente.
 
Ao surgir a primeira vaga, fez o procedimento de praxe e indicou uma mulher para ocupar o cargo. Mas a Assembleia Legislativa exigia para si, o poder da indicação. Foi, então, deflagrada a guerra entre o poder executivo e legislativo. De um lado, Campos Machado. Do outro, Alckmin. No meio, Barros Munhoz para levar a pior em qualquer situação. 
 
Com muito bom arranjo, Munhoz conseguiu convencer os parlamentares de que indicação da auditora era a melhor solução para aquele momento e que reservaria à casa legislativa as indicações seguintes atendendo aos parlamentares. Imediatamente, os pemedebistas, petebistas e petistas se uniram em torno do deputado José Caruso para a próxima vaga. Novamente, o Governador Geraldo Alckmin, no uso das suas atribuições, encaminhou outro nome, dessa vez, do pepessista e deputado federal Dimas Ramalho. Com essa atitude, Alckmin espalhou gasolina e incendiou a assembleia. Ninguém queria ceder. O racha estava, praticamente, sacramentado.  
 
Como a indicação é um ato da mesa diretora da Alesp, Munhoz teria que conseguir a unidade dos companheiros e o apoio das lideranças. Se o nome indicado fosse Dimas, Munhoz agradaria ao governador, mas teria a maioria dos deputados enfurecidos e a mesa dividida. Se escolhesse Caruso, manteria o respeito dos companheiros, mas arrumaria uma bela encrenca com o PSDB e o governo estadual.
 
Os adversários de Munhoz radiavam. Acreditavam que dessa vez o deputado bom de conversa, estava sem escapatória. Campos Machado, uma das maiores forças políticas do estado tinha realizado acordos em várias cidades, tendo a indicação de Caruso como chave mestra. Era briga de cachorro bravo!
 
Devagarinho, conversa aqui e ali, o deputado de Itapira foi vencendo as resistências do governo, do PMDB, do PT e, principalmente, do Campos Machado e Jorge Caruso. Munhoz conseguiu o apoio unânime da mesa em torno de Dimas Ramalho e encaminhou Caruso para a próxima indicação a ser aberta em outubro deste ano. A paz voltou a reinar... 
 
A história contada assim, de forma tão resumida, parece um feito sem muita importância. Mas não é. Basta assistirmos as dificuldades do grupo governista local em compor com dois ou três partidos aliados para imaginarmos a competência que foi exigida para alinhar ideias num campo com tantas diversidades de pensamento e interesses como a assembleia legislativa e o governo do estado. Não é a toa que os mais ferrenhos adversários se curvaram diante da sagacidade do deputado itapirense. 
 
Pode-se não concordar com a ideologia política defendida por Barros Munhoz. Mas negar-lhe habilidade nesse terreno é no mínimo “dor de cotovelo” de quem não tem a mínima noção dessa arte. Parabéns, deputado! 
 
Fonte: Nino Marcatti

Comentários, artigos e outras opiniões de colaboradores e articulistas não refletem necessariamente o pensamento do site, sendo de única e total responsabilidade de seus autores.

Outros artigos de Nino Marcatti
Deixe seu Comentário
(não ficará visível no site)
* Máx 250 caracteres

* Todos os campos são de preenchimento obrigatório

1454 visitantes online
O Canal de Vídeo do Portal Cidade de Itapira

Classificados
2005-2024 | Portal Cidade de Itapira
® Todos os direitos reservados
É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo deste portal sem prévia autorização.
Desenvolvido e mantido por: Softvideo produções