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Itapira, 18 de Abril de 2024
Artigo
17/07/2011 | O Dia do Homem

Hoje, nossa conversa é de homem para homem, mas se alguma leitora abelhuda – no melhor sentido da palavra – quiser arriscar um olho, tudo bem. Afinal, quem somos nós para dizer o contrário.

Ontem, sexta-feira, dia 15 de julho, foi o “Dia do Homem”. Isso mesmo, dia dos machos, dos heterossexuais, daqueles que matam a cobra e mostram o pau, daqueles que não vivem esperando o dia que conseguirão sair do armário. Afinal, todos os grupos humanos não integrantes desse “Dia do Homem” têm os seus dias cercados de muito carinho, festas, passeatas, comícios e lutas. Quanto a nós, quer ver uma coisa? Quantos homens foram cumprimentados ontem pelo seu dia? Eu até que recebi alguns, mas isso só aconteceu depois de propagandear a data entre as pessoas que me rodearam. Ninguém o fez, espontaneamente.

Quer ver outro detalhe? Sabe como ela foi comemorada nos parcos lugares deste país varonil? Com medição de glicemia, de índice de massa corporal, peso, altura e circunferência abdominal em alguns. Noutros com a verificação da pressão arterial e batimentos cardíacos. E, finalmente, para fechar com “chave de ouro”, a “campanha da dedada”, aquela que verifica a situação da próstata, cuja vistoria todo mundo sabe como funciona.

E sabe o que é pior dessa comemoração? Acontece seco. Nem um docinho ou uma taça de espumante ou um copo de guaraná ou um botão de rosa ou uma festinha. Nem programa especial na televisão aconteceu. Pelo menos, eu não vi, nem fiquei sabendo. Eta! Que dia mais chinfrim. Não merecemos?

Em alguns países, o Dia do Homem é comemorado em 19 de novembro, criado por um médico. No Brasil, elegemos o dia 15 de julho. Essa data foi proposta pelo ex-presidente russo Mikhail Gorbachev, com apoio da ONU em Viena, há dez anos. As duas datas buscam exatamente as mesmas coisas: melhorar a saúde dos homens e a relação entre gêneros, promover a igualdade, destacar os papéis positivos, combater o sexismo e celebrar as nossas conquistas e contribuições para a comunidade, nas famílias, no casamento e na criação dos filhos. Parecia uma data fútil, não parecia?

Comecei esse assunto meio na brincadeira, mas era para chamar a atenção dos homens de boa vontade dessa cidade. Macho que é macho, com ou sem conotação sexista, não está muito aí para esse negócio de comemoração, principalmente, quando a intenção é despertar reflexões. Basta dizer que muitos homens retardam o quanto podem o primeiro exame da próstata ou as consultas médicas regulares ou a atividade física... Parece estranho, mas muitos acreditam que “macho” é aquele que aguenta a parada, venha o que vier, sem chorar. Resultado desse desmazelo? A quantidade de viuvas existentes distribuiídas a cada cem metros quadrados em qualquer região da cidade.

Do outro lado, é notório que a raça masculina caiu do trono. Apesar de algumas resistencias isoladas, as mulheres estão abrindo seus espaços com a maior categoria, inteligência e disciplina. Chegaram à Presidência da República. Ao FMI. Até onde elas irão, só Deus sabe.  A parte triste dessa história é que não estamos lhes entregando o bastão com a dignidade como a maioria de nós gostaria. Os homens estão envolvidos, majoritariamente, nos grandes atentados contra a vida, com o tráfico de drogas, com a corrupção e o desvio de dinheiro público. Nem vou colocar a lista inteira, para não estragar o nosso dia.

Resta-nos o consolo das grandes descobertas, do avanço tecnológico, das grandes obras artísticas concebidas e de tocar o bonde até agora. 

Para que o dia não passasse sem poesia, achei uma mulher, que não conheço, chamada Monika, que escreveu: Homens... Maravilhosos e incompreendidos homens! Falamos línguas diferentes. Tropeçamos em nós mesmos, tombos frequentes... "Antagônicos, briguentos, rabugentos..." Ah! Estes homens maravilhosos...

Obrigado!

Fonte: Nino Marcatti

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