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Itapira, 28 de Mar�o de 2024
Artigo
14/08/2010 | O nosso quintal, “assim” de gente.

Così cominciava la festa. Sexta-feira, seis. Perina de batuta em punho ao lado da Banda, Marcela de ouvidos e olhares sobre os corais e uma platéia que exalava expectativas estavam a postos. A noite prometia.  Os hinos, brasileiro e italiano, foram executados com mestria. Butti, o oficial da cerimônia, abriu a XI Festa della Nonna chamando as personalidades políticas mais importantes da cidade, os diretores do Circolo Italiano e os representantes do Comitato degli Italiani all'Estero e da Associazioni Cristiane Lavoratori Italiani. Os cinco discursistas escalados em rápidas palavras agradeceram, louvaram a festa, engrandeceram a saga dos imigrantes e exaltaram a miscigenação do povo brasileiro e itapirense.

A estrutura tânica portentosa da centenária Banda Lira Itapirense e a companhia dos corais Cidade de Itapira e Veredas de Águas de Lindóia garantiram o repertório musical, cuidadosamente selecionado e preparado, para o deleite dos ouvidos apurados. Quando parecia que a noite se dava por satisfeita. Quando a fome, a sede e a esticada de canelas já tinham sido sublimadas por conta dos encantos oferecidos até aquele momento, eis que entra em cena o carisma e o talento de Tony Angeli para um show inesquecível. Ninguém arredou o pé. Após a última música, ao sair, o público não caminhava, planava.

La festa, la nonna, il senso. Sábado, sete. Benedita, Elenir, Elete,  Ilze, Maria José e Maria Marta foram as “nonnas” homenageadas deste ano. Para muitos, as avós (nonnas) são importantes por serem, simplesmente, as mães das pessoas que tiveram filhos. É muito mais do que isso. Até certo ponto da evolução humana, a relação avó/neto não existia.  Cada mulher procriava até a morte, sozinha. A mortalidade infantil era altíssima. As crianças desprotegidas morriam pela falta de cuidados. Morriam devoradas pelas feras. Uma das razões do sucesso da raça humana deve-se a partir do instante que as mulheres passaram a ajudar as filhas e noras na criação dos netos. Ser nonna é um dos postos mais nobres da espécie humana.  Para homenageá-las o Circolo lhes dedicou, também, uma missa. A Igreja Matriz e o padre Tadeu as receberam. Entre o ritual e as orações ouvimos o canto dos anjos nas vozes do Coral Cidade de Itapira, auxiliando a elevar as nossas preces e os nossos corações aos céus. Amém!

À noite, o grupo de dançarinos “La Bella Itália” nos trouxe danças folclóricas das diversas regiões italianas. Levaram para o palco expectadores de todas as idades para dançarem. Terminou a apresentação levando a platéia, em pé, ao movimento do corpo e das mãos com a música “La Bela Polenta”, a mais pura representante do canto popular vêneto.

La festa appena cominciata è già finita. Domingo, oito. Enquanto a noite foi marcada pela apresentação surpreendente e primorosa dos alunos da Escola de Música da Banda Lira Itapirense.  Odopo mezzogiorno” foi especial. O céu estava azul, a praça, tomada de gente, estava linda, tranqüila e familiar. Mangiavamo e parlavamo. A alegria imperava por todos os ventos.

A Festa della Nonna está dando conta da sua fatura. A cada ano que passa mais itapirenses olham para o largo da matriz, declaram-lhe amor eterno e clamam pela sua reabilitação. Não há mais como ignorar a nossa praça. Até o poder público olha anualmente para ela.

Dentre os comentários deste ano a “jóia da coroa” saiu da sensibilidade do grande Toy Fonseca que singelamente me disse: “obrigado por trazer tanta gente para o meu quintal. É assim que eu gosto de ver a minha praça, cheia de gente.” Declamou, como se vê, um pequeno poema, que traduzido me diz mais ou menos o seguinte: o quintal da nossa casa é o que há de mais particular e conivente com a nossa infância. É lá que construímos o nosso mundo. É onde somos o amigo do rei e o rei é o nosso amigo. É quando sonhamos acordados e as nossas histórias recebem os roteiros que queremos. A Praça Bernardino é o quintal dos itapirenses.

Qual outro ponto da cidade tem o privilégio da pluralidade? Que lugar Itapira se referencia? Conheço algumas pessoas - eu no meio - que ao viajarem por mais de quinze dias, ao retornarem, não sossegam enquanto não dão uma passadinha pela praça, querem dizer-lhe: Pronto, cheguei.

Salve o nosso quintal!

 

Fonte: Nino Marcatti

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