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Itapira, 29 de Mar�o de 2024
Artigo
15/05/2011 | Prefeito: o virgem de quase sete anos

Prefeito: o virgem de quase sete anos.

O leitor é testemunha. Desde o primeiro mandato, eu incito o prefeito Toninho Bellini a compartilhar com Barros Munhoz as tarefas de cada um, valendo-se das suas responsabilidades na busca dos avanços sociais e na armação da estrutura física do município com vistas à qualidade de vida e fortalecimento da economia itapirense. Ele, como deputado, ao atender Itapira, total ou parcialmente, cumpriria com a sua obrigação e retribuiria o que recebeu, daqui, por longos vinte e seis anos. O prefeito, ao representar essa maioria e receber tais atendimentos, jamais deveria receber a pecha - de quem quer que seja - de lacáio do adversário. Optou, no entanto, pela distância sintomática descomprometida ao deputado. E nos mais leves ensaios de aproximação – que seriam para o bem da cidade - foi execrado por parte dos seus apoiadores diretos e indiretos. Quem mais perdeu com isso?      

Logo que tomei conhecimento – eu não estive na ETEC – das ocorrências registradas e repercutidas durante inauguração do novo prédio, relativas ao prefeito - com todo o respeito - veio à minha imaginação o filme, cuja personagem principal é um homem, bem situado na vida, que aos quarenta anos continuava virgem. Ele pouco se importava com isso. Os amigos, inconformados, tentavam fazer com que ele perdesse a virgindade, de qualquer maneira.

Toninho Bellini teve inúmeras oportunidades, nos últimos quatro anos, para compartilhar os interesses municipais com o líder do governador, com o presidente da ALESP e com o governador do estado, propriamente dito, apresentando imensas listas de reivindicações. Mesmo que tivesse que encarnar uma belíssima “cara de pau”, valeria a pena, pelo bem do município. Mas optou pela indiferença. Não deu ao líder, ao presidente e ao governador interino a chance de negar qualquer pedida e o, consequente, ônus de explicar-se perante a população itapirense. Será que o temor estava em vê-lo atendendo todas as solicitações? Quem ganharia se isso acontecesse?

Não posso, entretanto, estabelecer que tal atitude tenha ocorrido só em relação ao deputado ou aos governantes tucanos. Lembrei-me, também, doutra passagem, com o Lula, em que o chefe do executivo itapirense limitou-se a entregar ao presidente uma camisa da Esportiva. Será que não caberia, junto, uma listinha de beneficências à nossa cidade?

Bom seria se eu pudesse dizer que Toninho Bellini portou-se, nesses momentos, como um prefeito vivente num país desenvolvido. Lugares onde as necessidades do povo não precisam ser garimpadas nos meandros burocráticos ou correr os órgãos de pires na mão. Quisera eu poder aplaudi-lo pelos gestos que, teoricamente, repudiam o assistencialismo e a subserviência do município às instâncias superiores. Não podemos, infelizmente, nos dar a esse luxo. Na estrutura política brasileira, diante de tanta carência, quem pede mais, chora menos. E quem chora mais, deixa a parte que lhe cabe para quem não dormiu no ponto.  

Eis que Toninho Bellini, há menos de dois anos do final do seu mandato, resolveu pedir ao governador setecentos mil reais para uma ponte e mais trezentos para o hospital municipal, numa cerimônia que entregava ao município uma obra de mais de sete milhões de reais, diante de mais de trinta prefeitos e de outros trinta representantes doutros municípios, que cá vieram não pelo carisma de Alckmin, mas em reverência e agradecimento ao deputado de Itapira. Foi aí que eu vi, respeitosamente, a tentativa atabalhoada de perder a virgindade, por tabela. Se bem me lembro, cada deputado tem uma verba própria que engloba com facilidade um montante desse porte. Donde eu pergunto: porque esse pedido não foi direcionado antecipadamente ao deputado, na faixa que lhe toca, para deixar ao governador, os pedidos mais consistentes, intimando, inclusive, Munhoz a cobrá-lo, diuturnamente?  Poderia funcionar? Esse seria o perigo?

Haja vista que Alckmin anunciou, do palanque, que o governo do Estado destinou para Itapira, via Barros Munhoz, neste ano e que está em processo de execução: asfalto para as ruas da cidade, ponte para Eleutério, novos investigadores para a polícia civil; motos, blazers e efetivos para a polícia militar, construção do prédio da Companhia da PM, reforma do Fórum, construção do Centro Comunitário do Barão, pavimentação das vicinais Itapira a Santo Antonio de Posse e outra até o Rio Manso, recuperação de estradas rurais e a estadualização da estrada Itapira-Mogi-Guaçu. Investimentos que ultrapassam a casa dos quarenta milhões. Comparando, esse milhão pedido, foi pouco! Não replico essas informações para dar crédito ao governador ou ao deputado, mas para nos referenciar do que poderíamos ter conseguido se a questiúnculas pessoais tivessem sido jogadas para escanteio em algum momento dos quinze minutos do primeiro tempo.

Tem gente que acha que a Carla Perez foi perfeita na definição: “Virgindade é bom enquanto dura; mas quando se perde fica melhor”.  E eu completaria: “Ao perder-se a virgindade, não se perde, necessariamente, a dignidade”.

Fonte: Nino Marcatti

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