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Itapira, 29 de Mar�o de 2024
Artigo
05/12/2010 | Que briga, que nada. Estratégias!

O deputado Barros Munhoz luta desde 2004 para reaver o colo que perdeu. Elegeu-se deputado em 2006 com larga votação, aqui e acolá. Em 2008 festejou os cinco vereadores e o controle da câmara. Pouco, queria mais. Veio a eleição de 2010 e amealhou a maioria absoluta dos votos locais. Percebeu que seu nome quebrara restrições. Gostou. Agradeceu. Fez festa. Tinha todos os ingredientes para reunir os apoiadores fieis e outros nem tanto no seu objetivo comum. O ar ainda cheirava a voto quando o grupo oposicionista descambou para as picuinhas pessoais. Um ou outro assumindo um belo “salve-se quem puder”. Fulano não fala com cicrano. Beltrano virou a casaca. Até que numa votação insólita, os cinco vereadores, outrora unidos e rezadeiros do mesmo catecismo, desbloquearam as travas que complicavam a vida do prefeito.  

Pros lados da Prefeitura, logo após a última eleição, um colossal “lava roupa suja” quase ganhou amplificadores e alto-falantes. Na sequência, duas ou três reuniões da base aliada para a busca da união desenfreada. Uma fala foi fundamental: “vocês viram o que dá a desunião e a nossa desorganização?” Curiosamente, em seguida, nasceram os rumores do desentendimento entre o prefeito e o secretário de governo. Manoel Marques ao confirmar oficialmente o retorno à Câmara usou justificativas cheias de graça. Não convenceu ninguém. Nem ele! Faltou criatividade. Mas é fato que ele assumiu o posto de vereador num dia, no outro era eleito presidente da casa com todos os votos da base aliada, inclusive dos  desafeiçoados, e como não se bastasse, agregou dois votos situacionistas. O outro candidato não vinha, reconhecidamente, do berço aliado de Barros Munhoz. Era uma candidatura costurada pela situação, desde a votação do Projeto da Unimed, mas recebeu votos apenas dos opositores. Durma-se com um barulho desses.  

Ao juntar esses acontecimentos e as declarações pinçadas com os meus parcos conhecimentos sobre a política local mais a minha incontrolável imaginação elaborei uma conclusão ficcional. Qualquer confirmação futura deverá ser mera coincidência.

Manoel Marques quer ser prefeito de Itapira. É conhecido por todos os cantos e diz ter muita bala na agulha para gastar. O grupo situacionista, apesar das desavenças eventuais e consolidadas, pretende eleger o sucessor. Não são bobos! Manoel, ao carregar a fama de prefeito de fato angariou altos índices de rejeição. Vê na desintoxicação a única alternativa para a reversão. Na necessidade romperá com o prefeito e sacramentará o desacordo com o primeiro escalão. Usará o mesmo discurso dos demais que pularam antes do barco. Toninho Bellini poderá ser convidado, oportunamente, a desfilhar-se do PV. Para Marques não bastava deixar a secretaria e assumir o cargo de vereador. Tinha que ser eleito presidente da casa. Não pelo poder e visibilidade que o cargo lhe outorga, mas pela neutralidade regimental. Como presidente não precisará apoiar e defender os atos do executivo, nem mancomunar com as intenções dos opositores ou ficar em cima do muro. Não tenho a menor dúvida, sem a presidência, Manoel voltaria correndo para o gabinete executivo.

Barros Munhoz sabe que tem, hoje, o processo eleitoral nas mãos. Mantendo essa condição, elege (ou se elege) com folga. Não é um bom negócio manter a sua turma de salto alto. Alimentar a arrogância do “já ganhou” é ponto perdido. Eleição se vence nos detalhes. Transparecer desunião, não estimula a união contraria. O que vale é o esforço conjunto na hora do vamos ver. Manter Manoel na parada e desgastá-lo, paulatinamente, é uma estratégia interessante. Ele ganhou a presidência, mas adivinha quem dominará as comissões? Ponto nevrálgico do poder legislativo. Contrariamente, agora o foco da oposição não será mais o prefeito, mas o candidato que representar o grupo situacionista.

As grandes partidas de pôquer são aquelas que recheiam com boas cartas dois ou três jogadores. As apostas estouram. Vence quem tiver mais sorte. Em política, as cartas são fundamentais, mas a sorte não garante a posse do monte.

Ilações a parte, dou as boas vinda à política parelha na ordem do dia. Esse discurso de comando prefeitoral administrativo é pura bobagem. Prefeito tem que ser político, tem que ter liderança e arregaçar as mangas para melhorar a vida das pessoas e comandar o crescimento orgânico sustentável do município. Fazer política o tempo todo.   

As estratégias correm soltas nos dois lados. Isso é muito bom!

Fonte: Nino Marcatti

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