Na sessão desta terça-feira, o vereador Rafael Lopes utilizou parte do seu tempo no pequeno expediente para falar sobre sua indignação de ter sido retirado do Hospital Municipal como médico ortopedista. O vereador dá a entender que Paganini confunde a ação médica que ele realiza com os acontecimentos políticos dos últimos meses em que ele foi defenestrado do grupo governista. Eis uma situação que merece um pouco de aprofundamento. Afinal, quem é que confunde o que? Quem é o esperto da parada?

É publico e notório que Rafael foi bem votado nas eleições por dois fatores básicos: por uma campanha planejada e abastecida de recursos financeiros e por se apresentar com um discurso, aparentemente articulado, no tom que algumas pessoas gostavam de ouvir. Na câmara, rapidamente, tentou mostrar-se um vereador dinâmico e participativo. Qualquer situação era motivo de reclamações ou solicitações ou projetos pesquisados na Internet. Alguns copiados do programa do prefeito. Chegou a ocupar a liderança de governo quando Carlão Jamarino assumiu a secretaria de administração.

Não levou muito tempo para que o perfil político de Rafael se pronunciasse. Não conseguia esconder a intenção de ser candidato do grupo a prefeito. Naquilo que administração Paganini conquistava e acertava lá estava o vereador ortopedista para comemorar e abraçar o prefeito, sorrindo para todo mundo. Naquilo que o Poder Público não conseguia resolver na velocidade desejada, lá estava ele para fustigar diretores, secretários e Paganini. Ele navegava entre a situação e oposição da forma como lhe convinha.

Sejamos francos, o vereador fala em perseguição política, mas será que se ele trabalhasse em qualquer hospital particular deste país e agisse da mesma forma, conseguiria manter o emprego?

É evidente que este redator não está pregando nenhuma demissão sumária, afinal ele é um servidor concursado, com estabilidade. Quer menos ainda que ele sofra qualquer tipo constrangimento. Ação totalmente condenável independentemente do que ele possa ter feito. Na civilidade, o poder deve dar o exemplo, sempre.

Mas não é difícil imaginar que mantê-lo no HM seria uma temeridade depois de tudo o que aconteceu e de todas as ações que ele desenvolveu no sentido de desestabilizar o comando e os departamentos da instituição.

Ao classificar o afastamento como uma ação política, o vereador esquece-se de dizer que as férias concedidas estavam de fato atrasadas, cuja obrigação do empregador é zerá-las, principalmente diante de alguém que se coloca como oposição aos superiores.

Outro fator, fundamental, que o vereador tenta confundir a opinião pública é se colocando como vítima. Afinal, não foi ele quem atirou a primeira pedra? É certo demonizar as ações políticas governistas e encobrir as suas iniciativas, também políticas, com o manto da atividade profissional?  

Hoje, um ex-companheiro de Rafael comentou: “sabe por que o Rafael está tão preocupado com os atendimentos no CAIS? Lá ele terá que cumprir as quarenta horas semanais contratadas. Cumprindo, desconfio que ele não consiga dar conta dos outros compromissos que ele assumiu. Só confirmaremos essa dúvida, caso ele peça demissão ou afastamento.”  

Resumo da opera:

Se Rafael desejava ser oposição, que se candidatasse pela oposição.

Se ele percebeu que o grupo não era o que esperava, que caísse fora antes de ser desligado ou, na dúvida, nem aceitasse ser líder. Ou será que ele aceitou ser líder com outras intenções?

Se não queria ver a sua ação profissional no meio da confusão, não devia ter se envolvido na política como profissional.

E, finalmente. Em política ou você está de um lado ou está do outro, no meio do caminho, nem pensar.

Mas a sessão teve a participação do Dr. Maurício que chamou a atenção para a realização do primeiro bairro a bairro realizado com os moradores da Penha do Rio do Peixe. Como outras reuniões serão agendadas para ouvir as necessidades da população de forma direta mostra que a administração quer acertar, quer ouvir o povo e não tem medo das críticas. Depois disso, o líder enumerou uma lista de ações do prefeito Paganini, mostrando que enquanto tem gente que só fala, tem outros que trabalham, bastante.

A Câmara prestou uma justa homenagem ao Grupo de Escoteiros de Itapira, pela fundação da equipe na cidade. Na oportunidade, o chefe Fernando Palmieri teve a oportunidade de usar o plenário para falar um pouco mais sobre o trabalho do grupo. Ele citou principalmente o desafio de manter a turma na sociedade atual e também sobre a importância de iniciativas como essa para o público infanto-juvenil. “Se não cuidarmos de nossas crianças, não existira futuro algum”, afirmou.

Para finalizar, Paganini passou esta terça-feira com uma dúvida cruel: nesta quinta-feira vai a Brasília ou fica para comemorar o aniversário da cidade?

Explica-se: o Ministro das Cidades, Aguinaldo Velloso Borges Ribeiro, encaminhou mensagem dizendo que Itapira está na lista das cidades contempladas do PAC-2 para a área de abastecimento de água e tratamento de esgoto, em atendimento a um trabalho que vem sendo realizado pela atual administração desde a primeira viagem.

Paganini comentou que foi uma decisão difícil, não queria ficar fora de Itapira de jeito nenhum no dia 24: “são milhões de recursos para a cidade e outros projetos importantes estão na boca do forno em Brasília. Sabe como é em política a gente tem que chegar junto, tem que mostrar a cara, tem que valorizar a atenção deles. Vou com dor no coração, mas sei que estar ao lado da presidente Dilma, nesse momento, é o melhor para Itapira.”