O jornal Le Monde informa que o conselho municipal da cidadezinha de Waidhofen an der Ybbs, na Baixa Áustria, eliminou por unanimidade Adolf Hitler da lista de seus cidadãos honorários, 66 anos e um mês depois do suicídio do Führer em seu bunker.
Na semana anterior, os magistrados da cidade vizinha de Amstetten também haviam tirado de Hitler a cidadania honorária, concedida ao ditador nazista em 1938, depois da anexação da Áustria à Alemanha. Mas os dois representantes do Partido da Liberdade, o FPÖ (extrema direita), encontraram um meio de se absterem do voto.
Cerca de 4 mil municípios da Áustria fizeram do Führer seu “cidadão honorário”, na esperança de atraírem para si a simpatia de Berlim. Após a derrota do nazismo, poucos se deram ao trabalho de voltar atrás formalmente: “Preferiram eliminar as atas oficiais comprometedoras”, lembra o historiador Gerhard Botz. Ou esquecer. E é assim que Hermann Göring, um dos principais organizadores do extermínio dos judeus, continua sendo até hoje cidadão honorário de Mauterndorf, no Estado de Salzburgo.
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