O pai Tiago compareceu à Delegacia de Policia para informar que no dia 24 de julho, quarta-feira, por volta das 8h00, acompanhou sua esposa Ana Maria até o Hospital Municipal, que estava grávida e se queixava de muita dor, mas ainda não estava em trabalho de parto.  Tiago contou que aguardava a esposa na entrada da maternidade quando a avistou numa cadeira de rodas, trajando um camisolão branco, para ser transferida para o andar inferior. Ao questionar o que estava acontecendo, foi informado que Ana Maria seria submetida a um exame de ultrassonografia. Disse ainda, que por volta das 9h30min, viu a médica passar correndo com uma criança, mas não chegou a ver o rosto dela. Cerca de vinte minutos depois, a mesma médica passou novamente por ele, desta vez empurrando a cadeira de rodas com a sua esposa, sem que nada lhe fosse dito. Ao ouvir a esposa chorando, entrou no quarto e percebeu que o bebe não estava junto dela e ao perguntar o que estava acontecendo, foi informado que a filha tinha nascido morta e que já estava morta havia dois dias. Naquele momento, Tiago diz ter visto a criança enrolada num pano, percebeu um machucado nos olhos, mas não reparou se havia mais ferimentos. No velório, por volta das 16h00, quando a menina foi levada pela funerária, o caixão foi aberto e observaram, além do machucado nos olhos, ferimentos na cabeça e na orelha, fato que levaram os parentes a solicitar apoio policial para que o sepultamento não acontecesse.

A autoridade policial, ao tomar conhecimento do assunto, solicitou a declaração de óbito ao responsável da funerária a fim de verificar a causa mortis da filha de Ana Maria, sendo que o documento, segundo a praxe, é fornecido pelos hospitais somente no dia posterior ao sepultamento.  Diante disso, determinou que os investigadores de polícia, Daniel e Élcio, se dirigissem ao Hospital Municipal para a apuração dos fatos, de onde receberam um documento no qual o médico solicita a necropsia do recém-nascido.

Assim que a informação chegou ao prefeito Paganini, ele imediatamente acionou a Secretária de Saúde para que prestasse todas as informações a respeito do caso. Foi informado que Ana Maria deu entrada no HMI, foi examinada pelo médico obstetra de plantão, que detectou ausência de batimentos cardíacos fetais e encaminhou para exame de ultrassonografia. Na sala do exame, a bolsa se rompeu e o natimorto foi expulso, que depois dos exames habituais foi considerado como óbito fetal.     

Segundo Paganini, a família inconformada com o acontecimento vem buscando mais explicações. Por conta disso, a Secretaria Municipal de Saúde aguarda o resultado da necropsia que já foi providenciada e está sendo feita. Além disso, foi determinado que a Secretaria de Saúde solicitasse o exame anatomopatológico da placenta para verificar as condições finais da gestação.

Em contato com a reportagem do jornal A Cidade, Paganini declarou: “Temos duas situações que precisam ser consideradas. Uma está relacionada à mãe e à família que sofre a dor de perder uma criança tão querida e esperada e a minha preocupação é saber o que nós poderíamos ter feito para que essa tragédia fosse evitada. Que ninguém tenha dúvidas, tudo o que precisar ser feito para que essas coisas não aconteçam em Itapira, eu farei. Por isso quero saber com detalhes todos os procedimentos que envolveram esse caso. A outra questão é a seriedade e responsabilidade da equipe do HMI, que da forma como foi relatada, aconteceu uma fatalidade que não permitiu mais nenhuma solução, pois a criança estava morta há dois dias.” E concluiu: “os resultados da necropsia e do exame anatomopatológico darão as respostas solicitadas pela família e por mim, e caso as informações que recebi não sejam confirmadas tal como aconteceu, diante de eventual omissão ou irresponsabilidade, não hesitarei em tomar as providências para que possamos garantir um sistema de saúde com qualidade ao povo de Itapira.”