O presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Jayme de Oliveira, disse hoje (17) que a crise do sistema penitenciário nacional ?não diz respeito ao Judiciário. Esta crise diz respeito ao Poder Executivo, à questão dos estados, à gestão dos presídios. E gestão dos presídios não é assunto nosso.?
As declarações do presidente da AMB - com 14 mil associados é a principal entidade representativa da magistratura brasileira - foram dadas após uma audiência com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, com quem ele disse não ter debatido a situação do sistema carcerário, mas somente projetos da associação.
Em seguida, Jayme de Oliveira seguiu para um encontro com juízes titulares de varas de execução penal de todo o Brasil, em um hotel de Brasília. Segundo ele, na reunião serão discutidos ?assuntos relacionados ao Judiciário, que não tem necessariamente a ver com essa crise [do sistema penitenciário]?.
?Nosso assunto é processo de execução e melhorar o funcionamento das varas de execução?, acrescentou Jayme de Oliveira, que foi eleito no início de novembro para presidir a AMB. Segundo dados do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen), 40% dos mais 622 mil detentos que se encontram nas prisões brasileiras não foram condenados em um julgamento.
Desde o início de janeiro, quando começaram sucessivos motins em presídios brasileiros, Cármen Lúcia tem participado de reuniões para discutir medidas com o objetivo de reduzir tensão nos presídios. Assim que assumiu a presidência do STF, em setembro, ela destacou o sistema penitenciário como um assunto prioritário de sua gestão.
http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-01/crise-prisional-diz-respeito-ao-executivo-afirma-presidente-da-ambFelipe Pontes - Repórter da Agência Brasil Comentários, artigos e outras opiniões de colaboradores e articulistas não refletem necessariamente o pensamento do site, sendo de única e total responsabilidade de seus autores.