Campanha eleitoral também é cultura.
Chegou a este redator uma história que vale a pena ser registrada pela riqueza dos detalhes e criatividade. Caso seja confirmada como verdadeira ganhará o prêmio estratégia política do ano, caso contrário, juntando outros argumentos poderá constituir um livro de ficção política, sem precedentes.
O Mané vai renunciar.
A renúncia de Manoel Marques é garantida, pelo narrador, como o penúltimo capítulo dessa história. Mas Manoel só renunciará caso a preferência por seu nome caia para um dígito nas pesquisas eleitorais.
Eis a base da imaginativa conspiração.
Sabia-se, pelas pesquisas, que dificilmente um candidato apoiado pela situação desenvolveria uma campanha com resultados razoáveis. Sabia-se, também, que duas candidaturas baseadas no Novo Tempo dividiriam votos. Diante disso, o candidato apoiado por Barros Munhoz levaria de roldão.
Quando tudo teria começado...
Depois daquela reunião que Toninho Bellini convidou todos os partidos da base, inclusive PDT (que compareceu) e PCdoB (que não compareceu), e Manoel Marques a despeito de alguns governistas, firmou posição de não abrir mão da candidatura, mesmo sem o apoio oficial, levando um grupo de “intelectuais políticos” a planejar e executar o plano B.
Eis o tal plano B.
Manter Alberto Mendes como candidato e postura oposicionista a Toninho Bellini. Minar a candidatura de Manoel Marques. Tirar o PT da coligação manesista, caso necessário. Afastar o prefeito, vice e secretários o máximo possível da campanha pevista, arrumar umas saias justas para o presidente da câmara, não ajuda-lo na definição do vice e fomentar apoios e recursos para Alberto Mendes.
Tudo, menos isso.
Para esse grupo, Manoel Marques começaria a perder pontos nas intenções de voto até leva-lo à desistência e, sem alternativa, apoiar Alberto Mendes para evitar o mal maior: o retorno do grupo de Barros Munhoz.
Alberto, oposição.
A esperança maniqueísta desse plano é que Alberto Mendes além de se posicionar contra Barros Munhoz, seja visto como oposição a Toninho Bellini, que dependendo do andar da carruagem colocariam o prefeito alheio aos acontecimentos da cidade e da campanha eleitoral, liberando-o, apenas, para tentar eleger o irmão para a terceira legislatura.
Esquizofrenia?
Apesar da inverossimilhança dessa história, não pode ser negado que alguns fatos reais contribuíram para que esse roteiro frutificasse na cabeça dos contadores de história. Além dos acontecidos, nesses últimos dias intensificaram os comentários sobre a eventual renúncia de Manoel Marques.
Tem gato na tuba.
Para quem conhece Manoel Marques, sabe que a par dos defeitos que ele tem, jamais entraria numa campanha para deixa-la no meio e nunca participaria da tentativa de enganar a população. Será que é fogo amigo? Quais são os interesses de se espalhar essa história? Quem estaria distribuindo comentários sobre renuncia? Se Manoel está tão mal nas pesquisas como dizem, que interesse existiria nesses boatos?
Mais novotempistas? Nem pensar.
Alberto Mendes poderá enfrentar dificuldades na campanha para portar-se como candidato da oposição. Integrou o Novo Tempo como secretário. Tem ao seu lado Toninho Orcini, que até bem pouco tempo era o conselheiro maior de Bellini, se ainda não continuar sendo, Sonia Santos que sustentou no legislativo a maior parte da administração novotempista e Mino Nicolai, o atual líder de governo.
Vão surgir muitas histórias nessa eleição.
Ao ouvir parte dessa história, Alberto Mendes deu risada e repetiu o velho bordão: “falem mal, mas falem de mim”. Disse que a sua campanha está em ritmo crescente, ganhando apoios expressivos de vários segmentos, enfim, está trabalhando feliz, de sol a sol.
Foi ao Bingo e fez política.
Alberto informou que participou de um bingo na tarde deste domingo e quando os organizadores lhe ofereceram o microfone, não pensou duas vezes, não perdeu a oportunidade. Por pouco não cantou os números.
Comitês eleitorais.
Alberto Mendes está instalando seu QG na esquina da Rua Tiradentes com a Francisco Glicério. Manoel Marques na General Carneiro. José Natalino Paganini na Francisco de Paula Moreira Barbosa, onde funcionava o bingo.
Itapira não tem espaço para novas indústrias.
Não faz muito tempo, Manoel Marques declarou em entrevista à Rádio Clube que Itapira não tinha prédios particulares ou públicos para instalar novas indústrias, reforçando que todos os espaços disponíveis estavam ocupados.
E o que tem, vende.
Está tramitando na Câmara um pedido de autorização para que a Prefeitura venda um barracão com a finalidade de fazer caixa para bancar as necessidades orçamentárias do município. Diante da escassez imobiliária, será que é do interesse público vender esse prédio, nesse momento?
Não respondeu.
Manoel Marques foi procurado por esta redação para comentar a repercussão do adiamento do projeto de iniciativa popular, da venda do imóvel para suprir o caixa da prefeitura e sobre a história orquestrada para minar a candidatura dele. Depois de várias tentativas telefônicas, nenhuma foi respondida. O espaço continuará aberto.
O que pode e o que não pode.
Paganini reuniu neste domingo os candidatos a vereador para uma reunião de trabalho. Distribuiu uma cartilha com orientações sobre a campanha eleitoral e um resumo preparado pela equipe com tudo o que pode e o que não pode. Paganini comandou a reunião, esclareceu as duvidas e determinou: ”quero que os senhores e as senhoras atentem-se à legislação eleitoral. Vamos segui-la à risca. Essa é a nossa obrigação. Não queremos confusão.”
Organização, trabalho e criatividade.
Sobre as restrições que a legislação eleitoral impõe aos candidatos, Paganini, em tom professoral, ensinou: “nós somos brasileiros, temos que gastar muita sola de sapato, levar nossa mensagem para todos os cantos e, principalmente, esbanjar na criatividade.”
Paganini com as rédeas na mão.
Paganini tem conduzido a maioria das reunões, mas como essa reuniu todos os candidatos, muitos estranharam a ausência do deputado. Mais tarde, ao ser questionado por um antigo correligionário Munhoz respondeu com naturalidade: “Paganini estava lá e comandou a reunião, não comandou? O candidato a prefeito é ele e está mais do que preparado para conduzir reuniões com vocês e com qualquer autoridade desse país.”,
Govenador e secretários.
Munhoz aproveitou para contar que esta semana Paganini esteve em São Paulo e se reuniu com o governador Geraldo Alckmin e mais sete secretários. Discutiu ideias e foi muito bem acolhido por todos. E ressaltou: “é o primeiro candidato a prefeito do Estado a ser recebido dessa maneira.”
Café da manhã com o Banco do Brasil.
Nesta semana a gerência do Banco do Brasil de Itapira convidou os empresários itapirenses para um café da manhã que foi servido no Ferian Plaza Hotel, com a finalidade de lançar uma linha de crédito destinada a alavancar a economia de nossa cidade.
Economia & Política.
Paganini, como empresário, compareceu e levou Dado. Por telefone, esclareceu que a atividade empresarial nunca estará desatrelada dos assuntos políticos. "Nesse caso, por exemplo, qualquer contrato feito agora avançará nos próximos anos. É evidente que como político nós queremos saber detalhes dessa proposta para avaliar e apoiar ou interferir ou até denunciar caso seja desfavorável ao município.”
Dar o exemplo.
“Caso sejamos eleitos será desse jeito que vamos trabalhar. Todo assunto que envolver o interesse do povo, dos trabalhadores e dos empresários de Itapira entrará na nossa agenda. E o meu vice estará lá para trabalhar, para participar dos eventos que eu não puder comparecer. Formamos um time, para todas as situações.”, revelou.
Todos os candidatos deveriam estar presentes.
“Acho que Manoel e Alberto, não só pela condição de empresários, mas como políticos, lá deveriam ter comparecido. Como empresário, eu ficaria feliz em vê-los. Como candidato, considerei a ausência deles como providencial.”, finalizou Paganini.
Menos de dez por cento.
Dos cento e trinta e nove candidatos, doze apresentaram problemas na documentação ou irregularidades na filiação. Dos setenta e nove candidatos da coligação que apoia José Natalino Paganini, sete apresentaram problemas. Da coligação de Manoel Marques, dos 40, 5. Os irregulares terão sete dias, caso contrário, poderão ser impugnados pela justiça eleitoral.
Tudo tranquilo.
Do grupo de Alberto Mendes, todos estão regulares, o que mostra que em um grupo pequeno a festa não é grande, mas dores de cabeça são menores. A maioria dos irregulares não apresentará maiores problemas para viabilizarem suas candidaturas.
O tostão e o mais ou menos contra o milhão.
Os bens declarados à Justiça Eleitoral mostraram grande disparidade entre os candidatos. Manoel Marques (R$ 11.500,00), Alberto Mendes (R$ 260.000,00) e José Natalino Paganini (R$ 1.000.000,00).
Quase três milhões.
Os três candidatos apresentaram a estimativa de gastos à justiça eleitoral: Manoel Marques (R$ 600.000,00), Alberto Mendes (R$ 600.000,00) e José Natalino Paganini (R$ 1.500.000,00).
Todo mundo quer saber.
Tantos os apoiadores diretos ou indiretos, como os que não concordam com o Movimento contra o Reajuste dos Vereadores, acham que os vereadores deveriam estancar essa discussão o quanto antes. Mas os próprios interessados pensam de forma diferente. Qual seria o motivo desse desencontro?
Prezados Internautas
Os informantes desta coluna integram todos os matizes políticos da cidade.
As opiniões, aqui publicadas, não refletem, necessariamente, o pensamento da redação do Portal Cidade de Itapira.
PCI garante às pessoas citadas o direito de resposta. Para isso, basta que enviem email com a manifestação desejada para:
[email protected].
A coluna não é porta-voz da verdade absoluta. Limita-se a democratizar a informação política que corre pela cidade. Usa o bom-humor como recurso redacional, sem apelar para as agressões gratuitas ou preconceituosas ou tendenciosas.
Nino Marcati, da Redação do PCI.
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Itapira, 01 de Maio de 2025
15/07/2012 | Dropes: 163º capítulo
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