Em política é assim: se agitar, o bicho pega, se aquietar, o bicho come.

Desde que o deputado Barros Munhoz usou as ondas da Rádio Clube para condenar as ações da empresa que construiu o Edifício Pierre Chaude, da comissão de proprietários gananciosos dos apartamentos, da administração Toninho Bellini pela vista grossa de seis anos e do governo atual que não atuou na velocidade necessária para interromper a liberação de esgoto no Córrego Lavapés, as rodinhas políticas continuaram repercutindo.

Se para uns, o deputado exagerou em não poupar nem mesmo os integrantes do seu grupo das críticas ácidas, acreditando que Paganini demoraria um pouco mais, mas resolveria o problema sem grandes estardalhaços, para outros a atitude de Munhoz foi elogiável senão astuta.

Elogiável por se colocar em defesa do meio ambiente e mostrar que quando o assunto é sério e compromete o dia a dia da população, nada de ficar dando tapinhas nas costas, protegendo quem quer que seja. Governo é governo e cabe ao líder traçar o melhor caminho. Alguém vai negar que o caminho escolhido pelo deputado não é do bem?

Mas há quem entenda que a ação do deputado também foi astuta do ponto de vista político: marcou posição, não se equilibrou em cima do muro e ficou ao lado da esmagadora maioria dos itapirenses. É bom dizer: nenhum cidadão itapirense que ficou sabendo do caso deixou de condenar a decisão do edifício em jogar dejetos humanos no córrego que desemboca no Ribeirão da Penha. Aliás, muitos moradores do próprio edifício, além da condenação, estão se sentindo profundamente envergonhados pelo acontecido.

Imaginemos, então, se Munhoz tivesse ficado calado, diante de tamanho descalabro para com o meio ambiente, para não comprometer a administração? Certamente, estaria sendo crucificado com pelo menos vinte cravos, cinco em cada mão e pé, enferrujados.  

Todo político sabe que as suas ações sempre estarão na mira dos opositores. O que diferencia o político vitorioso do político derrotado é a quantidade de acertos em relação aos erros. O que conta é o saldo positivo.

Brigados e separados? Mas o mais engraçado é o interesse quase doentio dos opositores ao prefeito Paganini e ao deputado Barros Munhoz em vê-los brigados e separados. Para um cartorário conhecido da cidade esse interesse é o maior atestado que a oposição outorga ao deputado. Sentiram o que aconteceu com Itapira quando o ex-prefeito não quis a ajuda do deputado, agora querem que Paganini passe por calvário semelhante, só para ele se ferrar e levar o povo junto, para quem sabe, garantir o retorno à cadeira da João de Moraes. E completou: “no fundo eles não estão interessados em Itapira, é briguinha de criança tonta, por isso ficam menores a cada dia.”

Ele é mesmo um exagerado! A melhor da semana saiu de um amigo do ex-prefeito: “É verdade, eu concordo que o Totonho exagerou no programa da semana passada. Mas eu pergunto, o que é melhor: ter um aliado político que fala na cara o que tem que ser falado, mesmo exagerando, ou aquele que se diz aliado, amigo, mas fica criticando pelas beiradas, falando mal do prefeito e conspirando contra ele?” E concluiu: “Quando Toninho Bellini percebeu, estava quase sozinho, contando os dias para que o pesadelo terminasse.”    

Eles podem não ter projetos para o bem da cidade... Chegou a esta redação a confirmação de que um plano muito bem bolado, armado para cair, na sequencia, em cima do prefeito Paganini, jogando-lhe toda responsabilidade sobre o esgoto do Pierre Chaude. Quando o prazo venceu, no ano passado e a eleição decidida, a ordem era deixar a bomba para 2013. Nesse ano, um grupo de pessoas “bem intencionadas” cuidou de empurrar o problema com a barriga até chegar o momento oportuno. Chegou, mas o deputado “estragou”: palavras inconformadas de um dos mentores do plano infalível. Nem era necessário dizer, mas a justiça deve ser feita, esse plano correu distante da maioria dos moradores.

Mas tem planos mirabolantes. O Dropes 279 noticiou no início no dia 4 de setembro: “Está para estourar. Um governista comentou nesta semana que um grupinho ligado à oposição, na tentativa de fortalecimento, passou a anunciar que uma grande bomba estaria prestes a cair sobre a atual administração. Contrariado, declarou: “é verdade, a qualquer momento deve estourar uma grande bomba, o anúncio da instalação de uma grande empresa em nosso município...” Como se vê, esse governista não deu crédito ao comentário na época. Disse que vai ficar mais esperto...

O melhor. Nesta segunda-feira, enquanto ecoava a energia negativa para que a dupla Munhoz & Paganini fosse cantar cada qual no seu poleiro, o Mestre já estava em São Paulo percorrendo secretarias, acompanhando, cobrando e apresentando projetos em busca de recursos. No final da tarde, depois do encontro de Poços de Caldas, o deputado e o prefeito estavam juntos discutindo o que era melhor para Itapira.

Diretas Já! Por falar em Poços Caldas, o PSDB reuniu oito governadores e as principais lideranças do PSDB, para comemorar os trinta anos de lançamento da “Declaração de Poços de Caldas” – primeiro documento público das Diretas Já, bancado pelos governadores Tancredo Neves (MG) e Franco Montoro (SP).

Federação Já! O encontro, além de relembrar um grande momento histórico, serviu para lançar uma das bandeiras do pré-candidato Aécio Neves à presidência da república: “Federação Já”, que foi o tema do grande encontro de líderes tucanos. Serra não compareceu.

Café com leite.  O deputado Barros Munhoz, serrista de carteirinha, como é do seu feitio, não esconde o jogo quando o assunto é política. Foi muito elogiado durante o encontro pelo apoio que está emprestando a Aécio Neves e trabalhando para a dobradinha café com leite dar certo, tendo Aloysio como vice. Nesta quarta-feira, Munhoz estará almoçando com José Serra. No mínimo tentará convencer o ex-governador e amigo a se juntar, de corpo e alma, na caravana de Aécio.

Homenagem. A sessão da câmara desta terça-feira foi marcada pela suspensão do pequeno expediente em homenagem póstuma ao Sr. Agostinho Silvério da Silva, pai do vereador César da Farmácia e tio do vereador Maurício. O presidente Carlos Alberto Sartori ainda falou algumas palavras sobre o falecido antes da suspensão.

Mas teve novidade. Por conta da licença do vereador Cesar, o primeiro suplente do PT, o ex-vereador e ex-presidente a casa, Luiz Hermínio Nicolai - o Mino, voltou à ativa em suas atividades de legislador e assumiu a cadeira do colega ausente. Acredita-se que na próxima semana, Cesar voltará ao trabalho legislativo.

Informações? Sobre o caso "Pierre Chaude", o vereador Rafael Lopes apresentou um requerimento para ser entregue ao prefeito solicitando informações sobre a atual situação do despejo de esgoto do edifício. Contudo, a pedido do líder do Governo - vereador Maurício - a matéria irá para discussão apenas na semana que vem.

Silêncio. Estranhamente, o vereador está evitando de falar sobre o assunto, de colocar a sua posição a respeito. Aliás, não é só ele. Quais seriam os interesses da casa em evitar tão delicado assunto? Seriam amigos proprietários e moradores do edifício?

Vistas. Outra matéria que foi adiada - também de autoria de Rafael - é o requerimento encaminhado ao prefeito para solicitar informações sobre a participação de Itapira no Consórcio Intermunicipal de Saúde. Mais uma vez Dr. Maurício pediu adiamento e a pauta volta na próxima terça.

Santa Casa. Circulou nesta segunda-feira a informação de que o Dr. Pacheco assumiria a Santa Casa a partir desta terça-feira para tentar tirar o hospital do buraco. Disseram, ainda, que até um administrador de um hospital bem sucedido da região teria sido contratado para a tarefa. A coluna tentou confirmar a informação, mas não obteve resposta. De qualquer maneira, todas as pessoas consultadas torceram para que a informação fosse confirmada, já que a situação da Santa Casa já que o último diagnóstico foi de septicemia generalizada e falta antibiótico no mercado.