Munhoz. Na trilha do bom vinho.

O deputado Barros Munhoz deu mostra neste sábado, no programa transmitido pela Rádio Clube de Itapira, que não foge de perguntas. Encara todas. Os ouvintes mais observadores devem ter percebidos três facetas importantes no deputado, que foram depuradas e consolidadas com o tempo:

Legalidade: ao falar do mensalão, mesmo correndo o risco de remar contra a maré popular, reconheceu que Zé Dirceu foi condenado sem provas, por conta da adoção da teoria do domínio do fato, aquela que presume conhecimento por ocupar uma determinada posição. Alertou, ainda, que esse fato poderá estabelecer insegurança jurídica sem precedentes, de agora em diante, com repercussões em todas as instâncias, condenando inocentes a partir das presunções e dos indícios. Munhoz poderia aproveitar a oportunidade para fazer coro com a maioria dos brasileiros, coisa que qualquer político faz. Optou pelo “Fumus boni juris”.

Serenidade: Reconheceu os constantes exageros verborrágicos (hoje menos que antes), o excesso de dedicação e o estilo de pegar o “touro a unha” custe o que custar, dizendo que gostaria de não ser assim e que tem feito um grande esforço para diminuir a impetuosidade, mas entende que depois de uma vida inteira é difícil corrigir determinadas características pessoais, principalmente, quando tais arroubos são feitos encarando desafios e objetivos planejados.  Atestou que não guarda mágoa de ninguém.

Civilidade: Munhoz, que normalmente faz a apologia dos acertos constantes, mostrou que tem consciência dos erros cometidos. Ao ser questionado, reconheceu tê-los tomados no afã de acertar, mas que poderia ter trilhado outros caminhos. Com essa postura, Munhoz acabou mostrando por que tem dado tão certo na Assembleia Legislativa. Levou para lá boa parte do que aprendeu por aqui. Lá é conciliador, bom ouvinte, proativo, cooperativo e até paciente.

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Mais médicos. A presidente Dilma disse nestaa sexta-feira que o atendimento nos hospitais vai melhorar muito com o avanço do Mais Médicos. Ela acredita que tendo os profissionais do programa atendendo nos postos de saúde os problemas que não precisam de hospital, as filas diminuirão. Segundo os dados do Ministério da Saúde e das organizações internacionais, oitenta por cento dos problemas de saúde que alguém tem ao longo da vida podem ser resolvidas num posto, pelo medico de plantão. “Mas precisa ter médico, só o posto não resolve.”, lembrou Dilma.

Meia tonelada. O helicóptero flagrado pela PF com 442 kg de cocaína no Espírito Santo, de propriedade da empresa do deputado Gustavo Perella (Solidariedade) era pilotado por Rogério Almeida Antunes, funcionário da empresa e assessor do deputado. Em depoimento, Rogério disse que era piloto do senador Zezé Perella (PDT), pai de Gustavo, e que nem o senador, nem os donos da empresa sabiam do transporte da droga. Os Perellas são ligados ao Cruzeiro, campeão antecipado do campeonato brasileiro.

Do nada! Ninguém soube dizer quem foi que colocou quase meia tonelada de cocaína dentro daquel helicóptero. Enquanto o piloto, muito fiel e prestimoso em proteger os patrões, Gustavo Perella quer responda, além da carga, pelo roubo do helicóptero.

Vai o helicóptero, fica o pescoço. A aeronave deverá ir a leilão em 30 dias. Mas a PF suspeita e investiga se os Perellas tem ligações com a droga. Pela quantidade, se tiver, dificilmente poderá ser caracterizada para consumo próprio, como fazem os pequenos traficantes da periferia.

Querosene oficial. A assessoria do deputado Gustavo Perella chegou a dizer que o senador já tinha vendido a aeronave, mas mineiro acreditou nessa história, até porque o querosene usado para as viagens oficiais e particulares tem sido bancado pelo senado e pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

Da imprensa investigativa... O advogado Luiz Fernando Pacheco, defensor do réu José Genoino Neto, chamou a atenção para a ação da mídia brasileira que anda estimulando a expansão do direito penal nos programas televisivos de cunho mais popularesco e demais programas televisivos e nos jornais impressos. Pacheco defende a liberdade de imprensa, mas acha que ela deve ser mais cautelosa. O judiciário deve falar apenas nos autos.

... à imprensa julgadora. Contou que no intervalo e final das sessões do mensalão os jornalistas cercavam os ministros Joaquim e Lewandowski, que acabavam dizendo o que não deveria ser publicado como tendo saído da boca deles. Por tabela, usavam a imprensa para não exporem seus pensamentos e a mídia aproveitava.  “A mídia apura, julga e dá a sentença [bate na mesa], tudo no mesmo dia, e isso leva a grandes injustiças.”

Registrando. A comemoração aos 25 anos do Vila Penha do Rio do Peixe foi uma grande festa apesar da chuva e do tempo feio. O bairro criado na gestão do prefeito David Moro Filho é hoje uma das regiões mais populosas e prósperas da cidade e, por conta disso, ficou oito anos esquecido pela administração anterior. Paganini vem atuando para recuperar o tempo perdido. O povo mostrou agradecimento e só faltou carregar os três (Munhoz, David e Paganini) no colo.

Reconheceu. No programa deste sábado, Munhoz, dentre tantas revelações, reconheceu que a ação dele no famoso caso das valetas da Santa Fé foi uma barbaridade e se arrepende profundamente do acontecimento. Reconheceu, também, que a venda do SAAE foi um grande erro.

Se soubesse... Munhoz ao ser solicitado a fazer um exercício de imaginação voltando a 1976 e vendo um filme do que seria os próximos 37 anos dele na política e perguntado se mesmo assim aceitaria sair candidato para a primeira eleição, emocionado, respondeu: “por mim não, mas por minha família eu não aceitaria sair candidato. Eles sofreram muito com tudo o que aconteceu, com a minha ausência. Eu continuaria seguindo a minha vida na área privada.”

A oposição tenta aparecer! O ex-vereador Ferrarini e o ex-candidato a vereador André Siqueira estiveram em São Paulo participando do Encontro do Partido Social Liberal (PSL) de onde voltaram com promessa de vaga como candidatos a deputado federal e estadual.

Prefeito e vice. Para os analistas políticos de plantão os dois estarão participando do pleito eleitoral com duas finalidades, a primeira é não deixar o deputado Barros Munhoz nadando de braçada, sozinho na parada. A outra é pavimentar a dupla para uma possível dobradinha em 2016, na chapa majoritária oposicionista.

Não abre mão. Mas há quem diga que o cabeça da chapa oposicionista para 2016 já está definido, o ex-secretário de governo de Toninho Bellini e ex-presidente da câmara, Manoel Marques, e que o parceiro viria daquele que conseguir mais votos, na cidade, no ano que vem.

Tem doutor na parada. Surgiram comentários de que o vereador Rafael, hoje no PROS, poderá sair candidato no ano que vem também com o in­tuito de pavimentar o nome para 2016. Caso isso aconteça, Itapira poderá ter três pretendentes a uma vaga na ALESP. Um analista político vaticinou: “caso o doutor saia candidato e consiga receber na cidade pelo menos o dobro da votação que obteve como vereador poderá continuar pensando em política, mas se ficar abaixo disso, poderá dar adeus à carreira até de vereador.”

Rápido no gatilho. Dois dias após aprovado pela ALESP a lei que reajusta os salários dos defensores públicos do Estado de São Paulo, um acordo costurado entre as lideranças sob a batuta de Barros Munhoz, Geraldo Alckmin sancionou e neste sábado foi publicada no DO, o reajuste de 80% a 96% para os defensores públicos. Antes, em outubro, a ALESP já havia aprovado aumento salarial e o estímulo à produtividade por meio da bonificação por resultados para os servidores administrativos da Defensoria Pública.