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Itapira, 03 de Maio de 2024
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13/11/2013 | DROPES: O gato do esgoto!

 O gato do esgoto!

Todo mundo já deve ter ouvido falar nos intitulados “gatos de energia”. Aqueles fios que ligam uma residência ou um ponto de consumo à fiação elétrica das concessionárias, sem passar pelo relógio medidor e muito menos pelo boleto de pagamento. Quer dizer: furto a céu aberto de energia.

Esses “gatos” sempre foram associados à população pobre, residentes em favelas, cortiços ou bairros populares. Além de energia, também atacam a distribuição de água e mais recentemente as TVs por assinatura, uns adquirindo produtos eletrônicos que quebram os códigos de acesso, outros se valendo dos pacotes com mais de um ponto de recepção.

Os “gatos do esgoto” acabaram, por razões econômicas, se transformando em alternativa, principalmente, às habitações construídas à margem da legislação, ligando o esgoto no sistema de coleta de águas pluviais ou aproveitando a passagem de algum córrego nas proximidades. Certamente o gato mais danoso, furta saúde, higiene, oferece cheiro desagradável, riscos à saúde humana e comprometimento ambiental.

Os “gatos do esgoto” não podem ser mais atribuídos aos segmentos de baixa renda. Praias badaladas do Rio de Janeiro, como Leblon e Ipanema, bairros nobres, vivem apresentando condições precárias para banho. Motivo? Ligações clandestinas. Recentemente um mini-robô descobriu o despejo de dejetos oriundos de um hotel considerado de primeira linha, com 20 andares e 150 apartamentos.

O jornal Tribuna de Itapira trouxe à tona, neste final semana, que o edifício Pierre Chaude, cujos apartamentos estão entre os mais valorizados da cidade e abriga muita gente importante, desde profissionais liberais bem sucedidos, empresários até autoridades do poder judiciário está jogando no córrego Lavapés, há sete anos, todo o esgoto produzido nos seus apartamentos. Estima-se que nesse período foram lançadas mais de 120 toneladas de fezes, que passaram pelo centro da cidade e desaguaram no Ribeirão da Penha.

Há de se apurar as responsabilidades. Sabe-se que o “Habite-se”, documento que qualifica a construção para ser habitada atestando a conclusão do empreendimento de acordo com as exigências estabelecidas na aprovação do projeto. O “Habite-se” é fornecido pela prefeitura depois de vistoriar a obra e constatar que ela seguiu à risca o projeto aprovado.

Obviamente, esse “Habite-se” teve a vista grossa do poder público, no mínimo a criminosa omissão. Teve a irresponsabilidade da empresa construtora. Mas, sobretudo, contou, com a falta de participação efetiva dos investidores, donos dos apartamentos, que não se preocuparam em saber como o edifício faria para se livrar das prováveis dezessete toneladas de excrementos produzidas anualmente. Não é essa uma das principais preocupações de qualquer pessoa que está construindo uma casa para morar ou alugar? Tai um assunto que ninguém quer correr riscos, não é verdade?

A grande dúvida, independentemente dos procedimentos, multas e punições é saber se tudo isso foi obra do acaso, do destino terceiro mundista desta nação, ou contou com a irresponsabilidade ou interesses escusos de proprietários ou agentes públicos.

Surgiu nesta terça-feira uma história que foi contada por um funcionário ligado à empresa construtora, que por razões obvias não quis ser identificado. Contou que em uma reunião que teve a participação de alguns proprietários, ao serem colocados os custos para execução da retirada de esgoto, duas propostas foram apresentadas.  

Dado o desnível, a primeira usaria uma caixa de contenção apropriada e bombas de recalque com alto custo por conta do volume e da elevação. A caixa de contenção deveria ser instalada, preferencialmente, em um pequeno imóvel próximo a ser adquirido. A outra proposta apresentou-se mais econômica, mas dependeria da visita periódica de um caminhão de coleta de esgoto. Uma foi abortada pelo custo. A outra rejeitada para não ter o serviço do caminhão. Não pegaria bem, alertou um dos participantes. Foi quando alguém se propôs a buscar uma solução salomônica.  E buscou. A empresa exigiu garantias. Um projeto alternativo ineficaz foi elaborado para tentar maquiar o descumprimento do projeto.

Não se sabe até onde vai a verossimilhança dessa história. Mas acredita-se por conta da gravidade e das responsabilidades envolvidas, a verdade não tardará a aparecer. É o mínimo que os moradores daquele edifício devem buscar e oferecer à comunidade, além de solucionar o problema o mais rapidamente possível.

Munhoz no meio do furacão. A onda de projetos envolvendo a polícia civil e militar e a polêmica em torno da PLC da Procuradoria Geral do Estado está conseguindo tirar Itapira do foco do deputado Barros Munhoz. É tanta pressão que o líder do governo Alckmin está trabalhando triplicado.

Sobre o esgoto do Pierre. Munhoz ficou sabendo somente nesta terça os detalhes dos desdobramentos do esgoto lançado no córrego Lavapés.  Considerou extremamente lamentável: “Tanto esforço que fizemos para tratar 100% por cento do esgoto de Itapira, fato que era motivo de orgulho para todos nós, agora descobrimos que até nesse quesito retrocedemos. Um absurdo!” E concluiu: “espero que as responsabilidades sejam apuradas, doa a quem doer”

Solução encaminhada. Paganini em conversa com esta redação, que por sinal é proprietário de apartamento no Pierre Chaude, diz que ficou sabendo da denuncia no ano passado e sabia que herdaria mais esse problema, já que não havia disposição do prefeito anterior de meter a mão nesse vespeiro. Em fevereiro o SAAE fez uma notificação. Da parte que cabe ao poder público, construiu-se uma caixa de contenção para que o esgoto seja encaminhado para a rede da Rua Manoel Pereira e as demais providências ficarão a cargo do condomínio.

Mesquinharia. Ao ser solicitado que emitisse uma opinião a respeito, Paganini não se esquivou: “uma barbaridade imperdoável. Não sei de quem é a responsabilidade, mas posso garantir que faz parte da mesquinharia humana, aquela que passa na cabeça de pessoas medíocres que pensam em si e deixam que as outras pessoas se danarem.”

Ação e reação. O presidente da AIPA, Antonio Carlos Avancini, na matéria do jornal Tribuna de Itapira, anunciou que formularia denuncia ao COMDEMA e alertou a municipalidade sobre a existência de mais ligações clandestinas. A reação foi imediata. Na segunda-feira o CONDEMA cobrou explicações ao SAAE e à Prefeitura. Os condôminos do Chaude solicitaram uma reunião para dar todas as informações ao Conselho, para quem sabe aliviar o que pode vir por aí. O SAAE, por sua vez, pediu a Avancini informações sobre os imóveis que usam do expediente de ligação clandestina.

Desdobramentos. Alguns usuários dos imóveis que sofreram com o mau cheiro exalado do córrego estudam a possibilidade de ingressarem com ações contra o condomínio para eventuais ressarcimentos. Esperam, ainda, que o ministério público entre na parada para apuração das responsabilidades ambientais dentro do chamado direito difuso.

100% custe o que custar! Zé Armando afirmou que ligações clandestinas são facilmente identificáveis. Existem corantes que confirmam as instalações clandestinas, portanto, além da fiscalização constante da autarquia, qualquer denuncia será considerada e verificada. “Não tem essa história de dizer que não tratamos 100% do nosso esgoto. Nós vamos correr atrás. Se contarmos com a ajuda da população o trabalho será mais rápido.”

O cobrador. Paganini passou esta terça-feira em Brasília, quase o dia todo no Ministério da Saúde para trabalhar os pedidos encaminhados à presidente Dilma quando ela esteve em Itapira. Nesta quarta-feira voltará ao Ministério das Cidades e fará nova via sacra nos gabinetes dos deputados. Quer saber o quanto a coisa andou.

Viva o Negro. O poeta itapirense Almir Carulla fez uso da tribuna no início da sessão desta terça-feira para prestar uma homenagem ao Dia da Consciência Negra, que será celebrado no próximo dia 20. Na oportunidade, Carulla fez a leitura do poema ‘Viva o Negro’, de sua autoria.

Creche-Escola. Os vereadores aprovaram um Projeto de Lei do executivo que desafeta área pública no Bairro Flávio Zacchi para implantação de Creche-Escola. Com a aprovação, os trâmites para a construção da nova unidade estudantil deverá começar em breve.

Sabesp. Mais uma vez o Líder do Governo, Maurício, teve que justificar um requerimento de um dos vereadores. Dessa vez, o pedido foi em relação à dívida ativa do município com a Sabesp. Ele explicou que o processo está tramitando e, por esse motivo, não existe a referida pendência.

Reserva. Porém, o vereador autor da matéria justificou dizendo que já existe uma reserva de 2,7 milhões no orçamento de 2014 para que o município esteja precavido caso perca o processo. “Se não existisse essa dívida toda a população estaria muito feliz, afinal esse dinheiro reservado poderia ser destinado para outros fins”, disse

 

Fonte: Da Redação do PCI

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