Paganini, quando embarcou para Brasília, já pressentia que o tamanho do presente valia o sacrifício de não participar do primeiro aniversário da cidade como prefeito. Como o anuncio foi feito no sistema de atacado, cerca de 310 projetos aprovados, para 1.198 cidades. Da muvuca ele saiu com a certeza da liberação da verba, no valor de R$ 6,4 milhões, para a pavimentação de 32 ruas, recapeamento de outras 11 e construção de uma grande ciclovia e que os projetos da construção da barragem no Ribeirão da Penha, da nova adutora e de tratamento do lodo das lagos da ETA, no valor de R$ 17,2 milhões, já estavam devidamente aprovados.

O prefeito não cabia em si. Carlão Jamarino confessou que se não fosse o terno e o pouco tempo que eles tinham até o embarque de retorno e o respeito protocolar, a vontade era correr no espelho d’água fazendo a maior festa. Naquele momento, Paganini parecia dilmista desde criancinha. Queria, porque queria uma foto ao lado da presidente. Quando ela se preparava para subir a rampa para outros compromissos, ele e os demais prefeitos queriam uma foto ao lado da presidente. Uma prova do “eu estive lá”. Mas o sistema de segurança não queria saber de conversa. Controlava o assédio e dificultava a aproximação. Foi quando Paganini exclamou: “gente, a presidente é popular, todos querem se aproximar dela, não pode ter tanto controle assim!”. Uma assessora de Dilma concordou: “o senhor está certo!”. 

Nesse momento, no rápido afrouxo, o Mestre se aproximou e disse: “Presidente! Sou o prefeito de Itapira, estivemos juntos no laboratório Cristália.” Ela respondeu: “Claro, lembro-me muito bem dessa visita.” Paganini: “Itapira está agradecida, hoje é o aniversário da minha cidade. Vim para receber este grande presente!” Dilma emendou: “Parabéns. Estou feliz por vocês, também.” E se virou para dar atenção aos demais prefeitos, também.

A foto que registrou esse encontro está estampada na notícia publicada no Portal. Ela foi tirada pelos fotógrafos do Palácio e estampa a felicidade do prefeito com as notícias que acabava de receber e acolhida da presidente. Voltou para casa, saboreando a grande conquista. No final da tarde de sexta-feira, Paganini já tinha a confirmação da liberação dos R$ 17,2 milhões, perfazendo, R$ 23,62 milhões.

E pensar que um pequeno grupo de pessoas que se dizem itapirenses criticam as viagens do prefeito a Brasília. De fato elas são muito cansativas, mas dão resultados. Só em termos de comparação, nos oitos anos novotempistas, tendo o PT no governo de Itapira e sobrando, em Brasília, recursos federais, por conta do espetáculo do crescimento. De lá, conseguimos cerca de R$ 6 milhões. Nesses dez meses de governo, Paganini, já contabilizou cerca de R$ 26 milhões. É mole? Vinte milhões a mais, em apenas dez meses.

Pois então, onde está o milagre? Primeiro tem o grande abridor de portas: deputado Barros Munhoz, que com seu prestígio e força política, facilita os agendamentos e faz com que deputados, senadores e ministros ouçam o prefeito de Itapira com seriedade e atenção, sem usarem a gaveta ou o cesto de lixo como destino das solicitações.

Mas existe outro fator que não depende só do deputado Barros Munhoz, a competência na pesquisa, na montagem e na apresentação dos projetos.  De nada adianta ter portas abertas, diante de propostas inconsequentes.

Nesse caso, por exemplo, Paganini, no mês de abril, levou um projeto minucioso, completo, além do secretário José Armando Mantoan e José Flávio Correia responsáveis pela preparação, bem afiados para todos os esclarecimentos que se fizessem necessários. Não deu outra.

Ligado e preparado. Aliás, nessas andanças, Paganini ficou sabendo que muitos municípios conseguem a liberação da verba através de projetos preliminares, mas na hora de apresentar o processo definitivo não conseguem a finalizar os procedimentos de acordo com as exigências. Nessa hora, os recursos sobram e podem receber novas propostas. Advinha o que a equipe foi orientada? Ficar de olho.

Não perde tempo. Nesta sexta-feira, o prefeito José Natalino Paganini participou de uma reunião da Comissão da Bacia do Rio Mogi-Guaçu onde foi apresentada a verba no valor de R$ 7,8 milhões para ser aplicada nos municípios integrantes da bacia envolvendo plantio de árvores, equipamentos, projetos ambientais diversos... Serviço pra moçada!

Dilma está com tudo... A pesquisa Ibope/Estadão sobre a sucessão presidencial aponta a presidente Dilma Rousseff (PT) vencedora no primeiro turno se as eleições fossem hoje, tendo como adversários Aécio Neves e Marina Silva ou Eduardo Campos, pelo PSB. Em três cenários, Dilma tem entre 39% e 41% das intenções de voto, mais do que a soma das preferências pelos adversários. Em apenas um, com Serra e Marina na disputa, a petista não supera a soma e a decisão poderia ir para o segundo turno.

E Serra não está prosa. O tucano José Serra concedeu entrevista a uma rádio, nesta semana, dizendo “se você me pergunta: Você gostaria um dia de ser presidente da República? Gostaria. E eu me acho preparado para isso, eu saberia como me desempenhar”.  Deixou claro que apesar de reconhecer a posição do PSDB, ainda não desistiu de tentar a vaga. Nada está decidido, mas Serra sabe que na hora do vamos ver, o partido pode se deixar influenciar pelas pesquisas. E por enquanto, o nome dele o coloca no páreo.

Adiada, mais uma vez. Barros Munhoz por conta da liderança de governo, foi colocado no centro da briga entre Alckmin e as policias do estado. A votação na ALESP do aumento de 7% do salário dos policiais militares, civis, agentes e escolta, da Administração Penitenciária, aposentados e pensionistas foi mais uma vez adiada por falta de quorum que exige 48 votos sim para aprovar matéria. Foram 44 votos sim, 23 não e duas abstenções, mostrando que o assunto não é pacífico. Os policiais querem mais, querem abrir as negociações.

Entre a cruz e a espada. Mas o mais interessante dessa história tem sido as reuniões que Munhoz tem coordenado envolvendo as lideranças da categoria e deputados, inclusive oposicionistas.  Todo mundo sai satisfeito com a postura do deputado que não “pisa em nenhum momento na bola”, mostrando que entende a situação dos policiais, mas que tem, do outro lado, a responsabilidade de não comprometer as contas do governo.”

É par! Na disputa do par ou impar com Dilma, Munhoz levou a melhor: pediu par, de parceria. Pelo menos é o que se interpreta ao analisar a foto divulgada neste final de semana, publicada neste portal, onde Dilma colocou três dedos e Munhoz apenas um. Quem estava por perto ouviu Munhoz dizer à presidente: “Por Itapira, por São Paulo e pelo Brasil” e mostrar um dedo. Dilma, imediatamente, mostrou três dedos e repetiu: “Por Itapira, por São Paulo e pelo Brasil”.

E deu par: Munhoz prova mais uma vez que as diferenças políticas não devem jamais sobrepujar os interesses da população. Mostra não ter nenhum receio em fazer parcerias com adversários, desde que o resultado seja benéfico para a coletividade. Ganharam os dois: o estado que assegurou 5,4 bilhões que serão investidos na mobilidade urbana e Itapira, quase 24 milhões de reais.  

Provinha para professor. Tramita na Câmara Federal um projeto de lei que cria o Exame Nacional de Avaliação do Magistério da Educação Básica (Enameb), já aprovado no Senado. A ideia é simples: a cada cinco anos professores de escolas públicas e privadas fariam uma prova, cujos resultados forneceriam ao país as estatísticas para identificar a fragilidade do sistema educacional brasileiro. Apesar da resistência corporativa de alguns grupos, o projeto tende a ir à votação e ser aprovado. Afinal, a LDB prevê esse exame desde 1996. Tem gente que é contra, mas será que a valorização do professor do ensino público não poderia começar por essa provinha associada ao resultado dos alunos no ENEM?

Pai desesperado?  Na sessão da câmara de Itapira desta terça-feira, um pai de família se levantou no início da sessão com uma criança no colo, pediu a atenção dos vereadores e falou do abandono da creche do Istor Luppi. O morador elogiou e agradeceu a praça Virgílio de Oliveira, mas reforçou que a situação da creche está preocupando todos os pais do bairro.

Fim das goteiras? Ao ser questionado sobre esse acontecimento, o prefeito Paganini elogiou a atitude desse pai, que compareceu na câmara, deu o seu recado, justo por sinal, sem transformar o caso em palanque eleitoral. “São problemas que estamos enfrentando, as chuvas vieram mais cedo e mais fortes, aumentando a demanda e reduzindo ao mesmo tempo a nossa área de trabalho, mas estamos atentos e vamos resolver o mais rápido possível.”