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Itapira, 04 de Maio de 2024
Notícia
16/09/2012 | Erradicação de Jatobás na Vila Kennedy vira assunto em reunião do Condema

 

O Conselho Municipal de Meio Ambiente do Município (Condema) vem se notabilizando nos últimos anos, graças principalmente ao conhecimento de causa e posicionamento crítico da maioria de seus 20 membros, como um dos organismos mais atuantes do município, tal o envolvimento que costuma ter nos temas relacionados à sua atuação, não raramente, levantando algum tipo de polêmica.  
 
Na reunião ordinária do mês de setembro agendada para ocorrer na tarde desta terça-feira, pelo menos um assunto promete render uma acalorada discussão. Trata-se da erradicação de dois pés de Jatobá que estavam localizados num enorme terreno da Vila Kennedy até meados de junho passado.
 
No local estava sendo anunciado um empreendimento imobiliário que teria o nome de Condomínio dos Jatobás. Este fato, aliado ao sumiço das árvores despertou o estranhamento do médico Cassiano Martelli. Depois de constatar que as árvores foram colocadas a pique, ele levou o caso até o Condema. 
 
Martelli, além de prestigiado profissional da área médica da cidade e que entre outras atribuições preside a seção local da Associação Paulista de Medicina (APM), tem manifestado para pessoas mais próximas sua preocupação com o “sumiço” da cobertura vegetal da área urbana da cidade. “Quando percebi que os Jatobás haviam sido derrubados minha primeira reação foi de completa indignação. Depois procurei saber o que havia motivado aquela decisão e por isso fui até o Condema”, disse ao jornal A Cidade.  Ele disse que o referido terreno era um local repleto de plantas e que se sentiu incomodado com a perda de mais uma área repleta de verde nas imediações da área central do município. “Achei estranha a forma como tudo aconteceu assim de forma célere, sem que qualquer justificativa tivesse sido apresentada à sociedade como um todo”, reclamou. Martelli acha que o Condema tem obrigação de examinar a questão. “Se alguém cortou as árvores sem ter respaldo necessário para isso, deve ser cobrado”, reforçou.
 
O empresário Paulo Penteado, um dos incorporadores do empreendimento que será lançado no local, disse que tudo foi feito com base legal. Ele explicou que as duas árvores causavam transtornos aos vizinhos, os quais, segundo ele, reclamavam da folhagem que caíam em seus imóveis e também de “telhas, vidros e janelas quebrados por causa dos frutos”.
 
Havia ainda, segundo ele, a agravante de uma das árvores apresentar raízes expostas, indicando que poderia estar com a estrutura comprometida. “Levamos o caso até a Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente. Sua equipe técnica avaliou a situação e deliberou pela erradicação das árvores. Nós insistimos para que fosse estudada outra alternativa, já que até mesmo por uma questão de estratégia comercial, desejávamos que as árvores permanecem em pé para corroborar com o nome escolhido para  o futuro condomínio. Mas diante da perícia que apresentava risco de queda, apoiamos a decisão apresentada”, comentou. O empresário apresentou ainda em sua defesa o argumento que o futuro empreendimento foi todo ele projetado em com base nos modernos conceitos de sustentabilidade. “Adotamos o conceito de ‘prédio verde’ que será o primeiro nesta linha aqui na cidade”, corroborou.
 
O problema é que o Condema tem entre suas atribuições examinar situações onde árvores nativas precisam ser eliminadas. A Bióloga Maria Odete Mello, presidente do Condema explica que para certas espécies, consideradas “árvores com imunidade de corte”, existe um processo que obedece a diversos trâmites e citou o corte de duas araucárias defronte ao prédio do Fórum como exemplo das complicações que o corte destas espécies pode gerar. A direção do Fórum vem negociando, desde que o caso se tornou público a partir do início deste ano , medidas mitigadoras para compensar o corte destas árvores.
 
Conflitos
 
No caso dos Jatobás, Odete esclarece que não se incluem no rol das espécies ‘com imunidade’, mas ainda sim sua erradicação precisa ser bem esclarecida. Aí entra uma questão que tem produzido conflitos no âmbito de atuação do próprio Condema.
 
Joaquim Barbosa Júnior, Secretário de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente, ele próprio membro do Condema, disse que se  a cada solicitação de corte de árvore precisa. Barbosa confirmou que partiu dele a decisão de emitir autorização para a derrubada das árvores. “Tínhamos uma situação de eminente perigo, além das reclamações dos próprios moradores”, justificou. 
 
Odete colocou em dúvida a real necessidade da decisão do SAMA. “Causa estranheza, por exemplo, a alegação de que os frutos estariam quebrando vidros e janelas. Ao que me constam eles (os frutos do jatobá) não voam”, ironizou.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Da Redação do PCI

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