Itapira, a exemplo, com toda certeza, de 100% das cidades brasileiras mergulhou na quinta-feira, 12, no clima de Copa do Mundo com a estreia da seleção brasileira no evento mais aguardado do ano por grande parte da população. Como não poderia deixar de ser, a realização da partida de abertura do Mundial, disputada no final da tarde em São Paulo, na Arena Corinthians, deixou a cidade com cara de feriado logo após o horário de almoço.
O barbeiro Marcos Palato baixa porta às 16h00
Órgãos públicos, indústrias, bancos, escolas e até o comércio fecharam as portas pelo menos uma hora antes do início do jogo que começou às 17h00. Às 16h00, na Rua José Bonifácio, a principal rua do comércio, apenas algumas lojas ainda resistiam. Exatamente aquelas que vendiam artigos relacionados à disputa da Copa.
Diante de olhares aflitos da equipe de vendas uma senhora selecionava em uma loja de apelo popular na maior calma do mundo camisetas da seleção para dar de presente ao filho. Perto dali, no Bazar Tropé, as atendentes Aline e Isabela, com um look pra lá de verde- amarelo, aguardavam com ansiedade o sinal verde do patrão para baixar as portas. Carlos Cereto, o patrão, contou que a procura pelos artigos da seleção tinha sido intensa durante todo o dia.
Pelas ruas um vai-vem apressado de pessoas e veículos. Muita gente se dirigia para locais onde existem chácaras de recreio. O técnico em eletrônica, Adão Diego dos Santos, 26, paramentado com adereços verde-amarelo sobre uma camisa do São Paulo, aguardava a esposa apanhá-lo num ponto da região central. Contou que iria para uma chácara no bairro Machadinho onde cerca de 50 pessoas se reuniriam para ver o jogo. “A gente fez a convocação por telefone e pelas redes sociais.Vai ter muita comida e bebida e esperamos que o Brasil justifique nosso investimento”, disse.
Perto dali aquilo que parecia ser uma torcida organizada de belas garotas seguia apressadamente. Júlia de Oliveira, Paloma Semolin e Eduarda Costa, vestidas com camisa da seleção, informaram que iriam se reunir na casa de uma outra colega e que pelo menos outras três garotas iriam participar . “Gosto de futebol e não torço só na Copa”, disse Júlia, que se declarou sãopaulina, disse trabalhar com fotografia e estudar na Escola Ativa. As duas outras colegas disseram que se ligam em futebol em época de Copa do Mundo. “Estamos animadas e adoramos torcer pelo Brasil”, disse Eduarda, que a exemplo de Paloma é estudante da escola Antonio Caio.
Rosângela Aparecida de Morais, a Rose, dona da barraca que vende caldo de cana e outros produtos alimentícios na Praça João Sarkis Filho, preferiu não arredar pé do local.Ao invés disso colocou uma TV de 14 polegadas junto às mesas e torcia para a freguesia aparecer. “Quero que apareça bastante gente para que poder pagar minhas contas”, desejou. Aliás, no quesito TV em bar, o bairro do Cubatão mostrou-se imbatível. Pelo menos nove deles estavam funcionando e todos com TV para a clientela acompanhar a partida.
No Cubatão concentração de bares com televisão para freguesia
Nem aí
Em meio a histeria provocada pela aproximação do começo do jogo, a pequena Rafaela Solinani, 13 anos, do 8º ano da Escola Atuante, seguia sem a menor pressa empurrando uma bicicleta pela Rua Rui Barbosa. Perguntada se não iria ver o jogo, disse que não estava nem aí. Rafaela afirmou que não gosta de futebol e que iria ficar no seu quarto cuidando de suas coisas, enquanto o pai e o irmão estariam em frente a televisão. Ao ser sondada sobre a possibilidade de ao menos dar uma espiadinha, a menina entregou: “Só se for para ver o Neymar, ele é muito lindo!”.
Adão, compromisso com amigos na zona rural
O que eles pensam sobre a seleção brasileira
“Não espero muito da seleção brasileira, acho que não vai muito longe. Os laterais não sabem marcar, só atacar e não têm cobertura dos volantes. O David Luiz deveria atuar como volante para fazer a cobertura de deles” – Aparecido Roberto Vieira, o Mineiro, ex-jogador do Itapira A.C e do Barretos
“Estou muito confiante na seleção. O Felipão sabe como unir o grupo e conta com jogadores que possuem experiência por atuarem nos grandes clubes da Europa” – Paulo Pedro de Almeida, o Pedro Paulo, ex-jogador da Ponte Preta
“Eu acredito na seleção, acho que o grupo é muito bom e o Brasil sempre é um dos grandes favoritos e agora ainda mais, por jogar em casa, mas é preciso ter muito cuidado com as grandes seleções europeias como a Alemanha, a Holanda, a Espanha e a Itália, além das sul-americanas” – José Antonio Pires de Souza, o Tuia, ex-jogador do Itapira A.C e jornalista
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