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Itapira, 04 de Maio de 2024
Notícia
26/02/2012 | Flávio Eduardo Mazetto: As críticas ao carnaval em nossa cidade.

 Instalou-se pelas redes sociais uma gritaria geral contra o pretenso fracasso do carnaval na cidade de Itapira. A comprovação seria o sucesso de cidades vizinhas, com suas ruas cheias de foliões em intensa agitação. Informa-se também que no passado (não se determina exatamente quando) o carnaval desta cidade foi melhor e que o mesmo foi deteriorado. Alguns chegam mesmo a cravar a sentença no sentido de se copiar a solução de Águas de Lindóia com seus “maravilhosos” trios elétricos que tanta animação projetam; ou seja, a solução estaria na adesão daquilo que é exatamente o responsável pela deterioração que tanto criticam.

            Não estou aqui defendendo a política municipal sobre cultura, que precisaria apontar em outra direção, mas que envolveria a mudança na própria dinâmica política da administração atual. Posso criticar profundamente a política cultural da administração passada, pois quando participamos do carnaval com um bloco sofremos algumas retaliações em vista dos temas que levamos para a avenida. Todavia, entendo que este não é o enfoque central da questão, esperando também que os críticos via redes sociais, e suas fotos comparativas, também não estejam simplesmente alentando fatos para proteger este ou aquele candidato eleitoral.

            Na verdade, o carnaval passou por uma mudança efetiva na sua lógica, transformando-se completamente em um produto vendável, uma mercadoria para atender à lógica daqueles que podem pagar mais. É estupidamente coerente (com o carnaval mercadoria) a lógica das cidades ficarem disputando os clientes para comprarem seu carnaval. A mídia reproduz uma ideia sobre o carnaval mais animado e divertido e as administrações municipais tentam, com toda sua verba e planejamento, se adequar ao carnaval hegemônico que a rede globo e seus patrocinadores pretendem vender. O carnaval do RJ e SP são produtos elaborados com a intenção de gerar lucros. O sambódromo é um supermercado para vender corpos programados e cores diversificadas para clientes ávidos em adrenalina e que desejam baladas em alta voltagem. Os festejos dos trios elétricos são territórios delimitados pelos preços dos abadás, onde os cantores “top” fazem de tudo para agradar o cliente. Nada se diga da “criatividade” das melodias e letras para o carnaval. Músicas com várias “letras” que se repetem indefinidamente e com prazo de validade juntamente com o fim do carnaval. Músicas, corpos, cores, gestos, sensualidade: tudo feito para vender, bem ao gosto do capital e sua fome de acumulação. (continua)

Flavio Eduardo Mazetto (cientista político e professor) [email protected]

 

Fonte: Flávio Eduardo Mazetto

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