O jornal “Tribuna de Itapira” trouxe na sua edição de domingo uma denuncia muito séria contra o Hospital Municipal. Segundo a matéria, o metalúrgico Jurandir Soares de Oliveira, 38 anos, foi atendido pelo HM, sem receber o diagnóstico correto, de Leucemia.
O irmão de Jurandir, o cabeleireiro José Luiz Soares de Oliveira, declarou que o irmão a mais de dois meses reclamava de dores nas costas e cabeça. Dizia, também, que o coração batia acelerado e fraco, apesar de alimentar-se bem. Nas cinco passagens pelo HM nem exame de sangue foi solicitado pelo médico, mal olhava para a cara dele, determinava para a enfermagem a colocação de soro e ministrava medicamento para diminuir a dor.
Numa festa de confraternização, um médico ao ver Jurandir, não gostou da aparência dele e pediu que o procurasse no dia seguinte para fazer um exame de sangue. Com o resultado em mãos, veio a informação de que o número de plaquetas estava bem abaixo do ideal. A primeira providência foi a indicação de uma transfusão de sangue. Internado no HM na quinta, dia 7, no sábado, dia 9, o médico plantonista deu alta, sem que o paciente estivesse bem de saúde.
Na segunda, dia 18, Jurandir foi levado para a Unicamp, que diante de uma bateria de exames, veio o diagnóstico: leucemia. José Luiz desabafou: “meu irmão poderia vir a óbito e nós nem saberíamos o porquê”. Agora a família busca um doador compatível para propiciar a Jurandir um transplante de medula óssea. A família corre contra o tempo.
O outro lado.
Vladen Vieira, secretário municipal de saúde, informou que a solicitação de exames, salvo raras exceções, só pode ser feita pelos profissionais que atuam nas UBSS. E completou: “a idéia de que o atendimento no HM vai ser mais rápido do que no posto de saúde está totalmente equivocada”. “Se esse paciente tivesse procurado a Rede Básica antes, o diagnóstico teria sido muito mais rápido”, finalizou.
Opinião.
Não é a primeira vez que um secretário de saúde vem justificar uma eventual reclamação de atendimento por conta da organização do sistema organizacional implantado. Ao que pese a honestidade da justificativa, a vida humana não pode ficar à mercê da burocracia governamental. Ouvir os reclamos dos pacientes, de forma atenta e preocupada, pode ajudar o profissional a dar encaminhamentos mais eficientes.
Será que o metalúrgico Jurandir foi orientado para procurar a UBSs, já no primeiro ou segundo atendimento? Ou será que a estrutura de saúde pública itapirense espera que cada cidadão conheça com profundidade os mecanismos de atendimento?
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Itapira, 07 de Julho de 2025
17/07/2011 | Hospital Municipal: atendimento ruim revolta contribuinte
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