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Itapira, 28 de Mar�o de 2024
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22/02/2022 | Luiz Santos: A Transfiguração do Senhor

A festa da Transfiguração do Senhor, celebrada no Oriente desde o século V, celebra-se no Ocidente desde 1457. Situada antes do anúncio da Paixão e da Morte, fechando assim a primeira parte do Tempo Ordinário (Comum). A Transfiguração prepara os Apóstolos para a compreensão do mistério pascal. A Transfiguração, manifestação da vida divina, que está em Jesus, é uma antecipação do esplendor que encherá a noite da Páscoa. Os Apóstolos quando viram Jesus na sua condição de Servo não puderam esquecer a sua condição divina. A maioria dos lecionários reformados conservou esta festa litúrgica para a maior piedade e instrução da igreja quando se reúne para a adoração comunitária. Os Evangelhos narram o fato de que Jesus e três dos seus mais chegados discípulos se reuniram em um monte para orar. Enquanto oravam, Jesus transfigurou-se à vista deles e lhes apareceram Moisés e Elias que conversavam com o Senhor. De repente, uma nuvem os envolveu e do céu uma voz lhes ordenou: ‘Esse é o meu Filho amado, escutem o que ele diz’ (Mc 9.7b). A primeira função deste texto é revelar aos discípulos a singularidade e a superioridade de Jesus. Não há o que se compara ou se assemelha a ele em sua condição divina e por isso mesmo, ele é superior à Lei e aos Profetas (Moisés e Elias). Na transfiguração, a divindade de Jesus é maravilhosamente revelada aos discípulos. A segunda função é assegurar aos discípulos que Jesus é a suprema revelação de Deus e que a sua Palavra é eterna e de salvação para os que ouvindo, obedeçam pela fé. A terceira função é oferecer aos discípulos uma visão antecipada da sua glória na iminência de sua paixão e morte que haverão de desfigurar por completo a humanidade de Jesus: “Assim como houve muitos que ficaram pasmados diante dele; sua aparência estava tão desfigurada, que ele se tornou irreconhecível como homem; não parecia um ser humano” (Is 52.14). Essa transfiguração gloriosa serviu de consolo, refrigério, alento e esperança quando a cruz foi levantada sobre o calvário. Contudo, existem mais algumas lições que podemos extrair desse texto e dessa festa. Uma delas é a confiabilidade do Antigo Testamento e a sua inegável utilidade para a vida do crente e da igreja. Podemos, mais, devemos ler o Antigo Testamento na certeza de que suas promessas e esperanças se cumprem em Jesus Cristo. Que tudo em suas histórias, narrativas, ordenanças e instituições reclamam, exigem e apontam para a pessoa excelsa e bendita de Jesus Cristo como cordeiro expiatório, resgatador, rei, sacerdote e profeta do povo eleito. Outra lição é a segurança que temos para ouvir Jesus e confiar nele. O Senhor é digno de toda a nossa confiança. Seu Evangelho merece todo assentimento intelectual, todo apego emocional, toda devoção e fé. Não bastasse o fato de ele ser Deus, o Pai é o grande ‘fiador’ de suas palavras. O Filho sempre entrega aos crentes o que o Pai prometeu dar, a saber, o perdão dos nossos pecados e a vida eterna. Mais uma coisa a aprender desse episódio é que a transfiguração nos recorda a nossa vocação escatológica, um dia nós também mudaremos de figura: “Eis que vos revelo um mistério: nem todos morreremos, mas todos seremos transfigurados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta [porque a trombeta soará]. Os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transfigurados. É necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que este corpo mortal se revista da imortalidade. Quando este corpo corruptível estiver revestido da incorruptibilidade, e quando este corpo mortal estiver revestido da imortalidade, então se cumprirá a palavra da Escritura: A morte foi tragada pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” (1 Co 15.51-55). Essa festa nos enche de humilde esperança de que a morte não terá a última palavra sobre a nossa existência e que esse nosso pobre mortal será um dia revestido de glória. Uma última coisa que podemos aprender é que diante de dias de chão de bronze e céu de ferro, quando o vale da sombra da morte estiver à nossa frente e a cruz projetar a sua silhueta sobre nós, a recordação de quem Jesus é, a lembrança do seu Evangelho e de suas promessas e a consideração do nosso futuro glorioso, trarão à nossa alma aquela paz que excede todo entendimento e aquela convicção final: “Mas, em todas essas coisas, somos mais que vencedores pela virtude daquele que nos amou” (Rm 8.37).

Reverendo Luiz Fernando é Ministro Presbiteriano em Itapira

Fonte: Luiz Santos

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