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02/11/2017 | Luiz Santos: São outros 500...

Concluímos as comemorações aos quinhentos anos da Reforma Protestante com um saldo muito positivo. Pelo menos da perspectiva da visibilidade, uma vez que a grande mídia, os grandes jornais de circulação da nacional, os mais importantes canais da TV aberta e muitas plataformas digitais, fizeram ampla cobertura e maciça divulgação. Foram muitas celebrações e as mais variadas e em muitos lugares diferentes. Grandes concentrações litúrgicas como no caso do Rio de Janeiro, São Paulo, Campinas e Americana. Desfiles cívicos com instituições de ensino e comunidades cuja etnia se liga ao protestantismo, especificamente no sul do país. Também inúmeras igrejas locais realizaram cultos de ações de graças e não poucas câmaras municipais, como a de Campinas, Itapira, São Paulo, Poços de Caldas, Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis, para citar apenas as que tenho conhecimento, realizaram sessões solenes ou outra modalidade, para marcar os quinhentos anos do protestantismo no mundo. Em termos de missões, durante a realização do VIII Congresso Brasileiro de Missões realizado de 23 a 27 de outubro em Águas de Lindóia/SP, 1.500 participantes tomaram conhecimento daquelas realidades que não podem ser ignoradas e que necessitam de uma resposta adequada da igreja evangélica no cumprimento de sua amorosa missão de proclamar o Evangelho. Também foram informados de que, quinhentos anos depois da Reforma Protestante e pouco mais de cento e sessenta anos de presença consolidada por aqui, somos já quinze mil missionários brasileiros atuando em contexto transcultural, isto é, ou estão espalhados pelo mundo a fora, ou trabalham cruzando barreiras culturais e aproximando-se das minorias étnicas e culturais dentro do Brasil. Apesar desse número expressivo, há espaço e necessidade de que esse número cresça ainda mais nos próximos anos. Como estrato social, totalizamos algo em torno de trinta milhões de brasileiros, uma parcela da população já capaz de influenciar em muitos setores. Todavia, nem tudo é tão maravilhoso, infelizmente. Quinhentos anos depois, muito daquilo contra o qual os reformadores protestaram volta a assombrar a vida da igreja. As indulgências e o preço da alma, da vida, da felicidade estão aí novamente. Um cristianismo distante das Escrituras que destronou Cristo do centro do culto e da mensagem e entronizou o ego cresce a cada dia. Uma igreja de mercado, condicionada pelo consumismo que produz a necessidade de satisfação imediata e que atenda aos sentimento e emoções mais superficiais está na moda. O homem é o centro das atenções. A narrativa bíblica está sendo contada de maneira subversiva. Abraão, Moisés, Josué, Davi, Paulo estão sendo apresentados como homens vitoriosos por seus méritos. Não poucas mensagens bíblicas apresentam esses nossos irmãos e heróis na fé como homens que foram grandemente recompensados por Deus por ser méritos, por seus grandes feitos. Na verdade, seus grandes feitos nada mais são do que Deus agindo graciosamente em suas vidas. Seus méritos, não são mais que a graça imerecida do Senhor ornando o caráter deles e de fato, nenhuma justiça há para ser honrada neles, a parte da gratidão que devemos a Deus que em sua boa vontade a tudo e a todos supre como lhe apraz.  Em quantos sermões hoje em dia Cristo é negligenciado! O esforço central da Reforma foi trazer Deus em Cristo reconciliando o mundo consigo para o centro do pensamento, da ação, da adoração e da ética da Igreja. Cristo é tudo o que precisamos saber e este crucificado, e mais ainda, que ressuscitou e vivo está. A Igreja precisa redescobrir que a vontade de Deus Pai é que Cristo seja reconhecido Rei na Igreja e no mundo e que a vontade do Filho é que o Pai seja amado e servido entre as nações. E que o Pai e o Filho desejam que o Espírito Santo habite nos corações e ilumine as mentes de todos, pois o Espírito almeja que Cristo seja confessado Senhor e o Pai um Deus de misericórdia e graça. Logo, ao virarmos a página dos primeiros quinhentos anos nossos desafios estão postos à nossa frente. Lutamos contra a idolatria do deus ego e seus profetas e evangelistas, o mercado, o consumismo, a cultura pop e o entretenimento. Tudo pensado para proclamar a boa notícia da pós-modernidade, ‘você merece ser feliz e sentir-se bem o tempo todo. Sem você, você não será feliz’. E apesar de todo esforço do evangelho do ego nunca fomos tão infelizes e vazios, nunca nos sentimos tão impotentes e inseguros. Voltemos ao Evangelho da graça. Voltemos às Boas Novas de Deus em Cristo, por meio da Cruz, reconciliando pecadores consigo. Voltemos às narrativas que dão conta de um Deus Santo e Justo salvando pecadores abjetos pela desconcertante morte de seu Filho amado. Agora a coisa é conosco, a Reforma passa por nós nesse momento, agora são outros 500....

Reverendo Luiz Fernando é Ministro da Palavra na Igreja Presbiteriana Central de Itapira

Fonte: Luiz Santos

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