Empresa decide levar faturamento para Mogi Mirim onde montará um centro de distribuição.

 

Como tudo levava a crer, a questão envolvendo a decisão da Prefeitura de ingressar com processo de desocupação do galpão industrial no distrito Industrial Juvenal Leite, cedido por comodato para a empresa Scapex não vai acabar bem. Nesta semana que se encerra, o empresário Vanderlei Soares de Campos anunciou que está montando em Mogi Mirim um centro de distribuição e que todo faturamento de sua empresa será feito na vizinha cidade.

 

Indagado pelo jornal Cidade sobre os motivos que o levaram a agir desta forma, Soares de Campos disse que era a última vez que falaria sobre o assunto. Embora não tenha admitido de forma tácita que a decisão de tirar de Itapira o faturamento da Scapex era uma espécie de represália à movimentação da Prefeitura em requerer de volta o prédio onde pretendia fabricar escapamentos para motocicletas, admitiu que os últimos acontecimentos contribuíram para que deixasse de existir qualquer possibilidade de  entendimento com  os atuais mandatários do Poder Executivo local.

 

Ele ficou particularmente irritado com o fato do Secretário de Fazenda do Município Hélio Citrângulo (que também é atual diretor-executivo do Grupo Executivo de Incentivos Fiscais do município, o GEIF) ter declarado em entrevista veiculada na edição de quinta-feira do Jornal Tribuna de Itapira que teria sido procurado pelo Prefeito Toninho Bellini para tratar de assuntos relacionados à ocupação do referido prédio industrial. “Se o Hélio afirmou isso (que Soares de Campos teria sido procurado pelo Prefeito Toninho Bellini) ele mentiu. Nos últimos quatro ou cinco meses não fui procurado por ninguém aqui da Prefeitura”, assegurou.

 

O empresário foi duro ao se referir a Citrângulo, chegando a afirmar que teve conhecimento de que o atual Secretário de Fazenda teria dito num encontro do GEIF que a “Scapex era um problema para a cidade”. “Não preciso da Prefeitura, não sou político e nem tenho cores partidárias. Sou um empresário que tento fazer o melhor para que minha empresa seja bem sucedida em seus negócios. Acho que fui desrespeitado nesta conversa toda. Aliás, respeito é algo que todos, independentemente se é a Scapex ou outra empresa, por mais diminuta que seja, merecem ter, principalmente por parte do Poder Público”, disparou.

 

Ao ser perguntado se tem ideia de quanto a prefeitura deixará de arrecadar com sua decisão de levar o faturamento para Mogi Mirim, acredita que entre R$ 300 mil e R$ 500 mil por ano, em termos de Imposto Sobre Circulação de Mercadoria e Serviços, o chamado ICMS.

 

Metalúrgica fica

 

Apesar das rusgas com a atual administração municipal terem se aflorado nos últimos dias, Soares de Campos diz que não pretende levar embora sua fábrica, a metalúrgica Confor, aqui de Itapira. Instalado há 11 anos no alto do Jardim Raquel, onde emprega cerca de 200 trabalhadores e tem uma folha de pagamento estimada em torno de R$ 800 mil ao mês, ele garantiu que os recentes atritos com as autoridades do Poder Executivo municipal em momento algum o levaram a cogitar a possibilidade de procurar outra cidade para continuar fabricando escapamentos e catalisadores da marca Scapex.

 

Nossa reportagem, através da assessoria de imprensa da prefeitura, tentou entrar em contato com o secretário da fazenda, Hélio Citrângulo, porém, até o fechamento desta edição não obteve sucesso.