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Itapira, 02 de Maio de 2024
Notícia
07/06/2011 | Professores das creches, reunidos em assembléia, selam o acordo.

Nesta terça, 7 de junho, às 18h na porta da sede do Sindicato dos Servidores  Públicos Municipais (Foto Zalberto), os professores, depois do movimento que paralisou as atividades das creches de Itapira, comemoram e dirigiram para a Câmara Municipal para participar da leitura e aprovação do projeto para que o pagamento de julho sejam  contemplados com 100% do pedido: piso nacional proporcional a jornada de trabalho, 7% em cima do piso nacional e pagamento retroativo de janeiro.
Vitória da categoria! Quem não dorme, vence a luta.

 

A presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municiais, Cristina Helena Gomes, gentilmente, por telefone, atendeu o Portal Cidade de Itapira e falou sobre a paralisação dos professores das creches municipais.

NM: Cristina quais foram os fatores que motivaram a paralisação dos professores das creches municipais?
A categoria alega que optou pela paralisação porque a prefeitura não cumpriu o acordo feito com o sindicato, de pagar o reajuste de salários baseado no piso nacional da Educação. O piso deveria começar a valer a partir de janeiro, mas, em negociação com a administração, ficou acordado que o reajuste seria definido em maio. Como houve aumento base dos salários, a prefeitura se recusou a negociar o pagamento do piso, segundo o sindicato, porque seriam dois aumentos para a categoria.

CRISTINA: A Prefeitura não cumpriu o acordo feito com o sindicato que era pagar o reajuste de salário baseado no piso nacional da Educação, regulamentado pelo Fundeb, cuja base era R$ 1.187,00 para uma jornada de 40 horas. Ficou definido que o novo piso deveria valer a partir de janeiro, mas na negociação o reajuste seria definido em maio. Cinco governadores ajuizaram recurso no STF contra o piso, mas a entidade já se manifestou sobre a manutenção do piso, ficando apenas a regulamentação sobre a proporcionalidade para jornadas inferiores a quarenta horas, como é o caso de Itapira. Mas , além dos entendimentos e pareceres sobre a legalidade da proporcionalidade, a Prefeitura quis valer-se desse imbróglio jurídico para postergar o pagamento.  Só que nós já havíamos feito um acordo e a prefeitura aceitou.    


NM: Mas se estava acordado, o que foi que aconteceu?
CRISTINA: Eu diria que foi por pura falta de comunicação. Seria deselegante, da minha parte, ter outro entendimento. Imagino que as trocas de secretários, aquilo que foi conversado com um não foi passado para o outro.


NM: O prefeito não acompanhou as tratativas? Ele não tinha conhecimento do que foi tratado?  O secretário atual não buscou informações a respeito desse assunto com você ou com outras pessoas envolvidas?

CRISTINA: Não sei lhe dizer. Acho que o prefeito não deve ter sido informado das nossas conversas, mas pela relevância do assunto acho que deveria, e nós não fomos procurados para prestar nenhuma informação. O fato é que por razões que desconheço, nem tudo o que combinamos foi passado para o papel. Some a isto falta de informação com a indisposição para conversar, para a greve, um passo. 

NM: Qual é a sua avaliação sobre a adesão da greve?
CRISTINA: Foi fantástica. Exatamente o que esperávamos: oitenta por cento da categoria confiou na nossa liderança e veio para a luta. Apenas uma unidade funcionou: a Tropical.


NM: Vocês foram recebidas pelo prefeito?
CRISTINA: Não. Primeiramente ele quis que conversássemos com o  Mario da Fonseca e Ana Perucchi. Depois é que nos reunimos com ele. Quando as principais arestas estavam aparadas. Tive a sensação de que ele não quis entrar no embate conosco.


NM: As conversações foram tranqüilas?
CRISTINA: Toda negociação, num estado de greve, é complicada. Rapidamente eles aceitaram os nossos posicionamentos, pois entenderam que eles vinham de uma negociação antecipada fundamentada. Viram que aquele momento poderia muito bem ter sido evitado. Mesmo assim, num dado momento, eles tentaram nos impor uma condição: a prefeitura aceitava todas as reivindicações, mas deveríamos esperar a publicação do acórdão para serem referendados. Foi um momento de muita tensão, nessa hora.


NM: Não entendi, pode explicar melhor?
CRISTINA: Como eu disse no início, o piso estabelecido na regulamentação do Fundeb refere-se a uma jornada de 40 horas. Como cinco vereadores levantaram dúvida sobre o piso, a aplicação do piso proporcional, para as jornadas inferiores a 40 horas acabou sendo separada da decisão final e carece de regulamentação, apesar de todos os entendimentos serem favoráveis a essa questão.  Logo, essa questão, não integrará o acórdão, tão rapidamente. Logo, a proposta deles não tinha sentido para nós.


NM: E como acabou essa conversa?
CRISTINA: Muito bem, graças a Deus. Eles perceberam que estávamos com a razão e todos os nossos pleitos foram confirmados. No próximo pagamento os professores das creches receberão os reajustes e os valores retroativos a janeiro.


NM: Para encerrar uma pergunta no campo da filosofia social. Qual é a sua avaliação do movimento? Ele uniu e desenvolveu o espírito de categoria ou serviu para levar desanimo e descompromisso com a educação?
CRISTINA: Eu creio que estamos avançando. Eu sempre conto para os servidores a história do elefante que foi amarrado numa pequena árvore quando ele era muito pequeno, época em que ele não tinha força suficiente para escapar. Ali ele cresceu, sem nunca tentar fugir. Na cabeça dele vinha os fracassos das tentativas, quando pequeno. Ou seja, ele morreu sem descobrir a força que tinha.
O movimento dos professores das creches foi o primeiro que eles participaram. Eles não sabiam a força que tinham. Agora eles já sabem. Antes ninguém acreditava que eles poderiam cruzar os braços. Agora todo mundo acredita. Enfim, temos muito para crescer, organizar e unir, cada vez mais, as nossas forças, mas estamos no bom caminho.


NM: O movimento está encerrado?
CRISTINA: Considerando que todas as nossas aspirações foram atendidas, acredito que a categoria aprovará os nossos procedimentos. Estaremos sempre vigilantes. A nossa assembléia acontecerá hoje, às 18 h, na porta do sindicato.

Fonte: Da Redação do PCI

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