O governo russo acusou hoje (10) a Organização do Tratado do Atlântico (Otan), aliança militar intergovernamental, de usar a crise na Ucrânia como pretexto para reforçar a aliança e justificar a sua existência.
?As incessantes acusações do secretário-geral [da Otan, Anders Fogh Rasmussen] convencem-nos de que a aliança pretende utilizar a crise na Ucrânia para consolidar as suas fileiras ante uma ameaça exterior inventada?, disse, em nota, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia.
No texto, o governo russo diz ainda que, ao levantar recorrentemente ?a crescente militarização da Rússia?, a Otan pretende ?justificar a sua utilidade no século 21?. De acordo com a Rússia, os gastos militares da Otan representam metade dos gastos militares mundiais e o orçamento russo para defesa é dez vezes menor que o da aliança.
Segundo a diplomacia russa, a Otan, que acusa a Rússia de desrespeitar o direito internacional, também o desrespeitou nos casos de Kosovo e da Líbia. ?Agora, a aliança tenta atuar como grande defensora do direito, fazendo vista grossa às arbitrariedades das forças extremistas na Ucrânia que levam à cisão da sociedade?, acrescentou o governo na nota, complementando que a Otan tenta se passar por um ?clube de elite? com ?legitimidade política peculiar?, desconsiderando organismos internacionais como o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), do qual a Rússia faz parte como membro permanente.
A Ucrânia acusa a Rússia de, após a anexação da Crimeia, tentar implementar um plano de desmembramento do país, apoiando grupos pró-russos nas principais cidades do Leste ucraniano e colocando tropas perto da fronteira entre os dois países.
*Com informações da Agência Lusa
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