A assistente social Eliane Antonia de Castro aos poucos vem superando a timidez e a compreensiva falta de tato no relacionamento com a imprensa local sempre ávida por informações sobre assuntos relacionados à Secretaria Municipal de Saúde, da qual é titular desde o início do ano. Na manhã de quinta-feira, 24, ela atendeu a reportagem de A Cidade e falou a respeito destes seus primeiros 20 dias à frente do cargo.
Em linhas gerais a Secretária mostrou-se uma pessoa muito bem preparada para a função que lhe foi delegada pelo prefeito José Natalino Paganini. Tendo uma vida profissional construída toda ela em São Paulo, onde atuou junto a instituições de renome internacional, como o Instituto do Coração (INCOR) Eliane é uma pessoa muito bem informada e devidamente ‘antenada’ com relação aos problemas de sua cidade natal, apesar da forçada ausência física de décadas.
Ele disse que se ocupou nestes primeiros dias em dedicar até 12 horas diárias de seu tempo para se inteirar de todos os procedimentos atribuídos à sua pasta, que emprega quase metade dos estimados 1.500 servidores municipais. E quando fala de “todos os procedimentos”, Eliane não blefa. Desde os casos mais complexos, àquelas questões administrativas mais miúdas, tudo tem passado pelo seu crivo. “ Já cheguei a um patamar desejável para poder balizar a nossa atuação, para imprimir o ritmo desejado pelo prefeito para o atendimento da população”, avisou.
Entre as primeiras medidas que anunciou está a realização de um conjunto de ações que terão como objetivo revitalizar o atendimento na realização de exames que em alguns casos chegam a meses de atraso a partir do pedido formulado pelo médico. O primeiro destes ‘multirões’ deve ganhar formato definitivo logo após os festejos do carnaval. O foco é o atendimento do programa Saúde da Mulher. Centenas de pedidos de exames como mamografia e o ultrasom aguardam realização. Mostrando seu lado técnico a Secretária deu número à montanha de pedidos: são 3.800 pessoas precisando de resultados de exames diversos, dos quais, 918 mamografias e 430 ultrasom .
Ela contou que feito o levantamento, solicitou dos servidores do setor de compras que fizessem uma varredura aqui mesmo na região onde conseguir e como agendar todos estes exames. “Este processo está em fase de conclusão. Por isso tomei o cuidado de divulgar esta nossa pretensão em colocar em dia estes procedimentos somente agora”, justificou.
Questionada se a já anunciada dificuldade financeira da Prefeitura como um todo não iria prejudicar esta sua pretensão, comentou que os recursos irão sair de vários convênios com os governos Estadual e Federal dentro das ações previstas nos programas de Saúde da Mulher.
Tão logo este atendimento esteja em execução ela já tem em mente uma outra frente de atuação voltada para a realização de cirurgias de córnea. A Secretária comentou que estão sendo feitos os preparativos para este atendimento e que prefere não antecipar o período em que será realizado, mas deixou claro que pretende concluir este processo antes do encerramento do primeiro semestre. Como uma coisa leva à outra, ela fala que tem em mente criar um programa para a Saúde do Homem. “ A população brasileira e de Itapira consequentemente passa por um processo de envelhecimento. Temos que estar preparados para atender esta demanda. Minha idéia é criar mecanismos de inclusão que envolvam, outras secretarias. Mas isso tudo ainda está num estágio inicial de análise”, revela.
Ao par destes planos iniciais, Eliane cuida de resolver problemas pendentes no atendimento ao usuário do sistema, alguns dos quais deram muito falatório ao final do ano passado. Ela garante por exemplo que as cirurgias eletivas voltaram a ser feitas com regularidade e que o atraso causado pela alegada falta de recursos no final do governo anterior vem sendo corrigido. Isso vale também para o transporte de pacientes para cidades que oferecem atendimento a especialidades que Itapira não possui. Ela comentou que no tocante à esta questão, determinou que fosse feita uma análise caso a caso para detectar possíveis incongruências no deslocamento destes pacientes. “ Queremos examinar por exemplo se tem paciente se deslocando para mais longe do que seria necessário”, ilustrou.
Modernização
Falando com um olhar mais abrangente, ela fala da necessidade do setor de saúde receber mais investimentos , por exemplo, para reformar e remodelar e modernizar Hospital Municipal. Fala em informatizar todos os procedimentos do setor de saúde para otimizar tempo e serviço. “ Não tem cabimento a gente ainda usar Raio X que utilize chapas e processo de revelação. Modernizar e melhorar os serviços é um desafio que temos pela frente”, mencionou.
Eliane ainda está tomando ciência do quadro atual de sua secretaria
Proliferação de criadouros da Dengue preocupa neste começo de ano
A enfermeira Josemary Apolinário tem sido vista com mais freqüência nestes primeiros dias do ano na cadeira de titular da chefia de Vigilância Epidemiológica, para onde foi designada com a função de suprir a ausência temporária da titular do cargo, a médica Maria Edith Zaranza Capobianco Ribeiro, que está de férias. Mas isso não significa que tenha deixado de lado as suas atribuições junto à equipe de combate à dengue, onde é a coordenadora chefe.
Josemary conta que apesar de não ter aparecido ainda neste começo de ano nenhum caso positivo ( são quatro suspeitos) a situação segundo ela está longe de ser tranqüila. Ela ainda se debruça sobre a recente coleta de dados que dará formato às estatísticas que dirão a quanto anda a infestação de larvas e mosquitos do aedes aegypt na cidade. Pelos dados disponíveis ela garante que os números são preocupantes. “ Ainda estamos compilando as informações, mas já temos uma idéia de onde os criadouros estão sendo localizados em maior número”, avisa.
No ano passado todo foram 87 casos positivos, sendo que os últimos quatro detectados novembro foram ‘importados’ de outras cidades. Esta constatação faz ascender a luz de alerta pelo fato deste mês ser propício à viagens de férias e estamos a poucos dias do carnaval. “ Muita gente viaja e o risco de alguém voltar contaminado pela doença é sempre considerável”, supõe.