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16/03/2015 | Transformada em tragédia nacional, dengue ingressa no momento mais crítico

  

No exato momento em que os itapirenses de uma forma geral estão cada vez mais assombrados com a epi­demia de dengue que afeta a cidade de uma maneira mais avassaladora a partir do último trimestre do ano passado, pululam nos meios informativos mais diversos os contornos de tragédia nacional em que a doença adquiriu neste início de ano. Segundo a Agência Estado, o país tem registrado 140 casos de dengue por hora.

Ainda segundo veiculou o jornal O Estado de São Paulo em sua edição de ontem, São Paulo é responsável por dois terços das notificações. Segundo a referida fonte, até quinta-feira haviam sido registrados quase 225 mil casos em todo o país. Em termos proporcionais o Acre é o estado mais afetado, com 695,4 casos por cada 100 mil habitantes.

Segundo outro levan­tamento, feito pelo portal UOL, seriam 91 municípios paulistas em situação epi­dêmica, caracterizada pela ocorrência de mais de 300 casos por 100 mil habitantes, ou em uma outra conta mais simples, um caso para 334 habitantes. Segundo o site noticioso,Guararapes, na região de Araçatuba, lidera o ranking com seis mortes e um caso de dengue a cada 15 habitantes, maior índice no Estado. Na sequência apare­cem Florínea, na região de Assis, com um caso a cada 17 habitantes; Santa Rita do Passa Quatro, na região de Ribeirão Preto, com um a cada 18; e Estrela d’Oeste, na região de Fernandópolis, com um a cada 26.

O estado de São Paulo lidera o número de óbitos, 35. Esta é a informação que mais tem abalado os ita­pirenses, já que, segundo dados da Secretaria de Saúde do Município, nove pessoas perderam a vida por causa da doença a partir de de­zembro do ano passado.

O número total de casos neste ano atingiu até a tarde de ontem, segundo dados do Serviço de Vigilância Epi­demiológica, 3.457, sendo 1.715 em janeiro, 1.489 em fevereiro e de 01 a 07 de março, 253 casos. Esta é, a rigor, a única boa notícia: o número relativo de casos positivos recuou em com­paração com levantamentos anteriores.

A VE terá disponibiliza­do o balanço da segunda semana de março somente no final da próxima semana. Existe uma torcida das auto­ridades da saúde para que o viés de baixa do número de casos se confirme. Até porque a potencialização do quadro local em meio ao imaginário popular atingiu também seu ápice nesta semana, impulsionada pela divulgação dos números locais na terça-feira, 10, pelo apresentador do Jornal Nacional, da Rede Globo, William Bonner. Foi o as­sunto da semana nas redes sociais.

A dona de casa M. que mora na região central, próxima ao Parque Juca Mulato, disse que ela e dois filhos apanharam a doença neste ano. “A gente fica com um sentimento de impotência. Eu tomo todos os cuidados que são reco­mendados para impedir a proliferação do mosquito. Não me descuidava nem mesmo do repelente. Uma vez apenas eu esqueci de passar. Foi numa sexta-feira. Com certeza foi o dia que fui infectada”, comentou. Alarmada, M. disse que em uma residência que faz fundo com sua casa a fiscalização encontrou um criadouro do mosquito. “Com certeza o Poder Público poderia ter sido mais ágil na resposta à epidemia, mas fica claro que a população é a gran­de responsável pela atual situação“, opinou.

O advogado José Hor­têncio Francischini ficou doente em novembro. Mora na Rua Clélia Dini, no Jardim Soares, onde praticamente todos os moradores pegaram a doença. No caso dele a doença ocasionou efeitos colaterais que resultaram, inclusive, numa pequena cirurgia para correção do aparelho digestivo. “Sinto os efeitos até hoje. Fiquei traumatizado. Não desejo para o pior inimigo o que eu passei”, afirmou. Ao co­mentar o atual estágio da epidemia, disse que está assustado. “A gente sabe que se pegar outra vez os riscos de morte são bastante sérios”.

“Fiquei com medo de morrer”

A professora Maria do Carmo Bittar Soares, a Mamo, moradora no Jardim Itapuã é uma das pessoas que tiveram a infelicidade de pegar a doença duas vezes. Ela contou que a pri­meira vez foi em abril de 2014. Segundo seu relato, chamou sua atenção uma certa indiferença com a qual pessoas que a atenderam se referiram ao seu quadro clínico, como se fosse algo normal. No seu entendimen­to, naquela oportunidade a doença ainda estava sob controle, daí um certo con­formismo das autoridades da área da Saúde diante da situação de momento.

Quadro muito diferen­te da segunda vez em que apresentou os sintomas da doença, em janeiro último. “O clima era de absoluta apreensão. Fiquei com medo de morrer”, afirmou.

Ainda conforme re­lembrou, os sintomas na segunda vez foram mais brandos do que a primeira. Indagada se chegou a fa­zer um exame clínico para confirmar o tipo do vírus - para pegar a doença uma segunda vez, somente com outro tipo de vírus, já que o corpo adquire imunidade contra o primeiro -, disse que não. “Fui informada de que a demanda por este tipo de exame naquele mo­mento impossibilitava sua realização”, disse. Maria do Carmo revelou, contudo, que o exame de detecção da doença foi realizado e apontou positivo. Ela disse que o agravamento da do­ença na cidade a incomoda. “É lamentável você obser­var que a doença acabou provocando situações ex­tremas, como a lotação nos hospitais. Nem os médicos escondem seu espanto”, observou. Ela também di­reciona suas críticas para o comportamento de parte da população. “Numa situ­ação de extrema gravidade como esta, ainda existem pessoas que não fazem sua obrigação. É lamentável”, encerrou.

A enfermeira Josemary Apolinário, chefe da Vigi­lância Epidemiológica, disse que para fazer um exame para detectar a tipagem do vírus seria necessário colher material no máximo três dias depois dos primeiros sintomas. Ela avaliou o caso relatado pela professora Maria do Carmo como algo excepcional, registrado tam­bém em outras localidades. “São casos mais raros, onde ainda não se pode afirmar com segurança se eviden­ciam a circulação de um outro vírus, ou se foi algo esporádico”, mencionou.

Fonte: Da Redação do PCI

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