Um presentão de Natal para Itapira.

Ao que tudo indica, Itapira ganhou nesta terça-feira um presente a muito esperado: a recuperação da Santa Casa de Misericórdia. Bem sabemos que a centenária instituição hospitalar a muito tempo vem capengando para se manter viva, mesmo atendendo, majoritariamente, usuários de planos de saúde e particulares.  A instituição chegou ao final deste ano aos trancos e barrancos, desde março a tragédia vem sendo anunciada.

No meio do caminho, preocupado com o destino fatídico, o empresário e médico Dr. Ogari de Castro Pacheco se apresentou como investidor e patrocinador de um novo plano de gestão que recolocaria a Santa Casa em pé novamente. Desde o princípio vem contando com o apoio incondicional do deputado e líder do governo estadual, Barros Munhoz.

Chegamos ao dia D. Nesta terça-feira, 48 dos 81 irmãos com direito a voto autorizaram a mesa diretora a contratar pessoa física ou jurídica para administrar a instituição. Antes, era só pessoa física. E o que isso significa?

Segundo informações colhidas por esta coluna, será criada uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) que deverá congregar empresários, propiciar parcerias e facilitar a celebração de convênios com governos e organismos públicos, gerenciando todos os procedimentos administrativos, financeiros e operacionais da Santa Casa

A primeira ação dessa empresa será olhar o futuro. Separar o que é bom do ruim. Como receberá nos próximos dias um aporte financeiro oriundo da iniciativa privada e do governo do estado, o caixa reforçado será utilizado para investir, primeiramente, na parte boa, com a realização de obras ou manutenção de setores emergenciais; reestruturar o sistema de compras e contratar mão obra especializada para o grande desafio. A parte ruim será enfrentada para resolver os problemas crônicos da instituição, tanto do corpo clínico, como na área administrativa.

A Santa Casa deverá se abrir para novos planos de saúde, como por exemplo, a AMIL que deve ter em Itapira cerca de 1.300 usuários. A criação de um plano de saúde próprio não está descartada, já que a principal preocupação do novo administrador é gerar receita, hoje, seriamente combalida.

O governador Geraldo Alckmin está incrementando o programa Pró-Santas Casas, que neste ano já destinou 188 milhões e acena, para essa semana, novos recursos para acudir os hospitais filantrópicos do Estado. Dentre os benefícios do programa está a complementação do repasse feito pelo SUS. Mas como a participação no programa requer que a instituição tenha o certificado de filantropia e a Santa Casa de Itapira não o tem, está previsto que o novo grupo gestor, com a ajuda do deputado Barros Munhoz, já está tomando as providencias para que o convênio seja celebrado o mais rapidamente possível.

Essas anotações são extraoficiais, porém Itapira poderá comemorar os bons ventos em 2014 na área da saúde. Certamente, depois de tanto tempo, haverá sintonia entre a Santa Casa e o sistema municipal de saúde, melhorando o atendimento médico e ambulatorial em todos os sentidos. E como resultado: uma população mais tranquila e mais bem atendida.

E o pai da criança? É provável que entre, nos próximos dias, a discussão de quem é o pai da criança responsável pela solução boa que se aproxima da Santa Casa. Alguns para exagerar a paternidade, outros para desqualificar os principais protagonistas. Esta coluna contabiliza três: Barros Munhoz que encampou essa luta há muito tempo, Dr. Pacheco que encarou o desafio e o povo de Itapira.

Povo de Itapira? Sim, a população sempre respondeu e sempre apoiou a Santa Casa até perceber o que de fato acontecia por lá. Passou a ver os médicos com outros olhos, foi reduzindo suas contribuições nas atividades beneméritas programadas, optando por atendimentos no hospital municipal ou buscando, até para pequenos procedimentos, hospitais da região.

Fundamental. A reação da população ao estado de descontrole da Santa Casa acabou sendo decisiva para que o deputado Barros Munhoz retomasse as esperanças e que o empresário Ogari Pacheco arregaçasse as mangas, mesmo não tendo qualquer obrigação, nem tempo disponível.  

Não tem mocinho. Para dar ideia do que pode estar por trás da caótica situação da Santa Casa, conta-se que uma empresa de consultoria, depois de realizar trabalho na Santa Casa, tempos atrás, na tentativa de dar soluções, quando chegou a um determinado ponto e começou a mexer no vespeiro, a empresa foi afastada e ficou tudo com era antes. Um dos diretores dessa empresa ao comentar o episódio disse: “posso garantir uma coisa, nesse filme não tem mocinho.”

Município Verde Azul.  Paganini esteve em São Paulo, no Palácio dos Bandeirantes, nesta terça-feira para participar da cerimônia de premiação do Programa Município Verde Azul. Criado em 2007, o programa estimula e valoriza as ações estratégicas das 645 cidades paulistas na área ambiental. A participação é pré-requisito para a liberação de recursos do Fundo Estadual de Controle da Poluição (Fecop), controlado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente.

Diretivas. O programa estabelece dez diretivas para a agenda ambiental do município: Esgoto Tratado, Resíduos Sólidos, Biodiversidade, Arborização Urbana, Educação Ambiental, Cidade Sustentável, Gestão das Águas, Qualidade do Ar, Estrutura Ambiental e Conselho Ambiental. Além de se preocupar com todos esses pontos, a Secretaria do Meio Ambiente, tem, a cada ano, que melhorar para pontuar.

Sessenta e sete. Lamentavelmente, dos 645 municípios, 587 se cadastraram no programa, mas apenas 67 atingiram nota superior a 80 e receberam o selo Município Verde Azul. Itapira ficou com 51ª colocação. Fomos prejudicados, basicamente, em dois pontos: aterro sanitário e na demora em aprovar o plano de resíduos sólidos.

Pontos perdidos. A demora no Plano pode ser atribuída à montagem do Consórcio do Circuito das Águas em 2012, onde nós dependíamos dos demais municípios integrantes. Já o aterro, era do conhecimento da administração anterior que nada fez para apresentar uma solução no tempo certo. Deixou para o Mestre.

Comemoração. Mas Itapira tem muito a comemorar, pois foi o único município da região incluído entre os sessenta e sete agraciados. Das integrantes ao Consócio Intermunicipal de saneamento básico circuito das águas, Itapira também foi a única a merecer o selo Verde Azul. Sem falar que a nossa cidade é modelo no quesito coleta seletiva.

Líder. Ao tomar conhecimento da matéria veiculada no jornal da EPTV que colocou Itapira como a cidade líder do ranking de ocorrências de tráfico de drogas por habitante ao registrar, este ano, um caso para cada grupo de 464 moradores, Paganini lamentou e agendou para esta quarta-feira uma reunião com os três comandantes para uma avaliação detalhada do quadro.

Atenção. Essa estatística, no entanto, precisa ser vista com certa atenção. Ela é resultante da ação policial, ou seja, quanto mais eficiente for o trabalho da polícia, maior será o número de casos. Por exemplo, um município com baixo efetivo policial provavelmente apresentará um resultado melhor, não necessariamente real. Quer dizer, para o município não passar por isso, basta fazer vista grossa.

Será? O jornal A Cidade publicou recentemente uma matéria com o promotor de justiça da vizinha Jacutinga relatando que a cidade mineira está recebendo traficantes de Itapira em número crescente. De duas, uma: os traficantes estão ampliando mercado ou eles estão estressados com a batida policial daqui: pelo menos 20 ações realizadas com êxito, por semana.

Nomeação. Com a renúncia dos vereadores Rafael Lopes e César da Farmácia de seus postos nas comissões de Justiça e Redação e Finanças e Orçamentos, uma breve eleição foi feita para definir os substitutos. Joíson e Luis Machado ocuparam as vagas na comissão de Justiça e Redação, sendo que o segundo vereador também foi eleito para a comissão de Finanças e Orçamentos.

ITBI e CIP. O fim da novela dos impostos sobre transferências de bens imóveis e iluminação pública será na próxima sexta-feira, quando será realizada uma sessão extraordinária para a discussão de algumas matérias. As duas propostas chegaram a ser discutidas, mas como a votação não foi unânime elas voltarão para a próxima pauta.

Ainda sobre os professores. O projeto de Lei Complementar 37/2013 é outro que retorna para discussão na próxima sexta. A matéria diz respeito a normatização das horas trabalhadas da classe de professoras de creche, assunto que gerou muita discussão na semana passada.

Descontão. Um projeto de autoria do prefeito Paganini que foi aprovado nesta terça-feira prevê descontos de até 90% nas tarifas de água e esgoto cobradas das entidades assistenciais do município. É praticamente um presente de Natal antecipado.

Deficientes visuais. Dois projetos de autoria do vereador Marcos Paulo da Silva devem beneficiar, e muito, os deficientes visuais do município. O primeiro obriga a sinalização dos terminais telefônicos com o intuito de evitar acidentes. Já o segundo estabelece que informações em braile e libras sobre roteiros dos circulares sejam disponibilizados nos pontos.

Pauta limpa. Com o término das atividades do Legislativo se aproximando, teve vereador que não quis deixar nada pra trás e pediu que todas as indicações fossem votadas em blocos. Resultado: nada foi deixado pra trás.

Pressa. Com o horário avançado, o presidente da casa estava tão apressado para ir embora que se esqueceu de chamar as indicações para a votação. Coube aos colegas lembrá-lo do “pequeno” detalhe.

Diferença. Há quem diga que esta câmara é melhor que as antigas, mas há quem diga que esta é a pior de todas. Uma característica todos hão de concordar: esta é diferente. Nas anteriores os vereadores oposicionistas eram conquistados (?) para integrar a base do governo. Nesta, o situacionista é oferecido, de graça, para a oposição. Além disso, nas anteriores, na composição das comissões, os governistas tinham que montar estratégias para preencher os cargos das comissões, nesta a oposição entrega, de graça, os cargos para a situação. Para que ninguém confunda, o termo “de graça” usado neste texto não envolve numerário, apenas indica que ninguém precisou mover uma palha para a movimentação.

Desrespeito. O líder Maurício fez na sessão de hoje algumas defesas emotivas e contundentes com um bom orador deve fazer. Soube, também, enquadrar os vereadores demissionários das comissões como um ato de desrespeito ao voto recebido nas urnas. Rafael respondeu que quem vai avaliar o “desrespeito” dele será o eleitor, em 2015.