A oposição ao grupo liderado pelo deputado Barros Munhoz (PSDB) continua seguindo a velha cartilha de que é melhor atuar como estilingue a se transformar em vidraça. Insiste na critica desmedida e sistemática como se acreditasse que a construção de um mundo melhor passa, necessariamente, pela destruição do mundo antigo.
As ações oposicionistas a este ou a qualquer outro governo são legítimas e integram a lista básica do sistema democrático. No entanto, a oposição além de valer-se do papel de criticar o que acha estar errado, deve preocupar-se com futuro e se apresentar como uma alternativa de governança. Deve construir um projeto de poder para que o eleitor possa configurar as suas escolhas. Não se pode imaginar que o saber criticar corresponde ao saber fazer. Nessa opção, a oposição é inócua. Não serve para nada.
Experimentamos entre os anos 2005 e 2012 os representantes maiores da oposição a Munhoz atuando livremente com a caneta máxima do poder executivo, regada de colaboradores que sabiam, como ninguém, criticar as administrações anteriores. E o que aconteceu? Assistimos um grupo munido exclusivamente de farpas destinadas aos adversários, mas destituído de um projeto de governo consistente. Ao longo dos oito anos de governo novotempista acompanhamos uma sucessão de ações desarticuladas e de defecções internas até culminar com a esmagadora derrota verificada nas eleições de 2012. Alguém consegue resgatar o legado daquele governo?
Os três vereadores oposicionistas que integram a Câmara Municipal perderam, na semana passada, uma grande oportunidade de mostrar parte do projeto político deles ao abrirem mão de inquerir o secretário de negócios jurídicos em relação às dúvidas, diziam eles, que traduziam os anseios populares. Poderiam ter respeitado as pessoas que estavam em dúvida, poderiam contestar as regras da reunião e brigar pela presença da imprensa, mas não poderiam, jamais, terem se ausentado de participar. Optaram pela solução mais fácil: tentar perpetuar a dúvida. Vale perguntar: a troco de quê?