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Itapira, 02 de Maio de 2024
Notícia
06/10/2011 | Entrevista: José Vicente da Silva

Nino Marcati, por telefone, entrevistou José Vicente da Silva, o Vicente Enfermeiro, o novo presidente da comissão provisória do Partido Socialista Brasileiro de Itapira.

 

NM: Vicente, você confirma a informação de que assumiu o controle do PSB de Itapira?

JVS: Sim, eu já recebi a senha de acesso à área restrita do PSB, no site oficial do Tribunal Regional Eleitoral. Até ontem Mino tinha acesso e poderia operar como presidente. Hoje, eu acredito que ele não possa mais fazer uso da senha que ele tem. Só eu.

 

NM: Quantos filiados novos o seu grupo conta?

JVS: Filiamos 42 pessoas. Era esse o número que tínhamos para a convenção que o Mino não aceitou. Eles estavam aptos para votar.

 

NM: Mino alegou uma série de irregularidades nas fichas de filiação, inclusive duplicidade. Isso é verdade?

JVS: É claro que não. Se as alegações dele fossem verdadeiras, a regional do partido e o TRE não aceitariam as nossas alegações.

 

NM: Você não acha que aceitou com muita tranquilidade a decisão do Mino deixando vocês fora da convenção? Você tinha medo de perder no voto?

JVS: Primeiro eu não aceitei passivamente a decisão, não. Fiz tudo o que podia para participar da convenção. Não tinha medo de perder no voto, não. Aliás, até a hora que nós estávamos lá, estávamos com mais que o dobro. Eu estava disposto a fazer uma composição. Poderíamos distribuir as vagas em função do número de votos que cada um tivesse. Mas ele não aceitou. E eu não queria bater boca e muito menos impor a nossa vontade.  Fomos embora.

 

NM: Mas vocês registraram um boletim de ocorrência?

JVS: Isso é verdade. Mas só registrei o fato ocorrido, para ter um documento de que nós tentamos participar. Mas não declaramos nada fora isso. Eu tinha e tenho a esperança de unir o grupo todo. Eu não queria brigar com ninguém. Não queria ser o chato da praça.

 

NM: E por que você acha que o Mino agiu dessa maneira?

JVS: Ele até chegou a dizer alguma coisa e não sei se entendi direito, mas creio que a pressão em cima dele era muito grande. Ele fez porque tinha que fazer, entendeu. Caso contrário, tenho certeza, teríamos feito algum acordo.

 

NM: O Mino vai recorrer da decisão?

JVS: Ele disse que sim. Que vai recorrer até Brasília, se for preciso;

 

NM: Você acredita em viravolta?

JVS: Eu acho difícil. Não é caso para ser resolvido em Brasília. Acho que é assunto da esfera estadual. Mas vou usar o pensamento do Mino: tudo pode acontecer nessa vida.

 

NM: Ele fala em canetada. Você concorda?

JVS: Eu se fosse ele não diria isso. Ele está nesse partido há dez anos. O PSB é um grande partido. Tem gente muito boa lá. No meu entendimento, dizer isso é dizer que lá tem gente que não presta, que faz negociatas, que são influenciados por A ou por B. Dizer que foi dada uma canetada sem avaliar o processo, é complicado. Sei que Mino não quis dizer isso, mas as pessoas podem entender assim. Deixa eu te falar uma coisa, não sei se você lembra ou se a cidade está lembrada desse fato. Eu era filiado ao PDT. Eu era o presidente do PDT. Eu era apoiador do prefeito. E o que ele fez. Um dia, sem mais nem menos, me tiraram a presidência e eu perdi o controle do PDT. Agora tem uma coisa. Eu não busquei o PSB para revidar. Na época, não gostei do que aconteceu, mas aceitei a situação. Em política partidária, o que vale é a quantidade de votos que você tem. Ele tinha esses votos. Agora, quem tinha, era eu. Por que eu tive que aceitar a situação e eles não?   

 

NM: Os prazos estão se esgotando. Acabaram-se as filiações?

JVS: Não. De jeito nenhum. Tem um monte de gente procurando o nosso partido. Nós vamos revigorar o PSB na cidade. Tem muita gente que estava com o Mino e que já manifestaram a manutenção no partido. Aliás, nós estamos abertos para compor com o grupo do Mino. Nós queremos somar. Não dividir.

 

NM: O PSB pretende lançar candidatura própria?

JVS: No próximo ano não. Mas nos outros, com certeza, sim. Agora queremos fortalecer o partido, estruturar tudo direitinho, sem isso, nenhuma candidatura poderá prosperar sem um partido organizado. Queremos uma boa base, só depois pensaremos em candidatura a prefeito.

 

NM: Ninguém briga para ter partido, sem a intenção de participar de eleição. O que vocês pretendem?

JVS: É claro que vamos participar da eleição. Vamos compor uma grande coligação e tentaremos indicar o candidato a vice. Temos bons nomes para esse cargo. Assim com temos bons nomes para concorrer à vereança.

 

NM: Você pode falar de alguns possíveis candidatos?

JVS: Alguns eu posso: um jovem conhecido como Coxinha, um menino muito bom, batalhador, tenho certeza de que será uma surpresa. O Zé Branco estará conosco. O Sebastião Manoel deverá permanecer no partido e será candidato. Tem uma moça do Barão que será uma grande candidata.

 

NM: E o Vicente, não é candidato?

JVS: Não pretendo. Só se for necessário. A minha intenção é organizar o partido, fazer que tenhamos bons resultados. Quero ficar livre para dar suporte a todos os candidatos.  Coisa que não acontecia no PSB anterior.

 

NM: Vamos mudar de assunto. Como você avalia o governo Toninho Bellini?

 JVS: O Toninho é uma boa pessoa. Mas como prefeito tem sido uma lástima. Não tem liderança. Permitiu os conflitos, não conseguiu controlar o grupo. Teve problemas com a Sonia, Manoel, Alberto, Valentim... Isso refletiu na administração que está muito ruim, faz tempo. O povo sabe do que eu estou falando.  

NM: O que você diz de Manoel Marques como candidato a prefeito?

JVS: Não creio que o Mané consiga bons resultados nessa eleição. Ele só teria chance se o governo do Novo Tempo estivesse bem avaliado. Com que cara ele vai pedir votos. Veja ele andando na rua ou parado em algum lugar, veja se tem gente conversando com ele, cumprimentando. Repare que as pessoas nem olham para ele. Como ele vai sair candidato assim. Eu acho que ele, nesse ponto, é muito corajoso.   

 

NM: Alberto Mendes se apresenta como terceira via. Você vê futuro nessa candidatura?

JVS: Não vejo muito não. Acho que a candidatura dele só vai ajudar a dividir os poucos votos que a situação tem. Aqueles que não votam nos candidatos do lado do Totonho.

 

NM: A sua coligação estará ligada ao grupo de Barros Munhoz. Mas ainda não há pré-candidato. Você arrisca algum palpite?

JVS: A minha preferência é pela Cacá. Sabe por quê? Eu acho que o Totonho tem que ficar em São Paulo, como candidato, para conseguir o que Itapira precisa. Nós perdemos oito anos. As cidades da região foram embora pra frente. Nós estamos na rabeira. E quando eu falo Cacá, é por que será fácil para ela cobrar.  O Paganini seria um bom candidato, mas quem chegaria aos ouvidos do Totonho mais rapidamente? A nossa coligação está muito bem organizada.  Temos que pensar no que é melhor para Itapira.

 

NM: E o PV? Você acha que vai seguir o mesmo caminho do PSB?

JVS: Eu acho que não. Para mim, ninguém quer o PV. Fazer o que com ele? Um partido que está desgastado. Como um candidato, mesmo neutro, vai se apresentar como candidato do PV? Por mais que o Manoel queira se desvencilhar do governo Novo Tempo, de Toninho Bellini, só de levar o PV como assinatura já será um problemão. Você vai ver. Escreve o que eu vou falar. Eu não ficarei surpreso se Manoel Marques abandonar o PV e montar outro partido de última hora. Ou então a melhor chapa de vereadores dele estará em outro partido, que eu não sei qual.   

 

NM: Você e a Sonia Santos tiveram um momento ríspido na câmara. O que foi que aconteceu?

JVS: Eu acho que as diferenças políticas existem, cada um defende o que pensa, mas o respeito deve prevalecer. Eu fui cumprimentar a vereadora e ela esquivou. E achei isso muito feio.

 

NM: Ela estava muito brava com o que ela considerou um golpe de Barros Munhoz. Ela disse alguma coisa para você?

JVS: Para mim não, mas fiquei sabendo. Não existe golpe nenhum. Barros Munhoz é do PSDB. O PSB é um partido sério, como eu disse. Se nós não apresentássemos o que foi exigido e, principalmente, se o Mino tivesse cuidado com carinho desse partido, nada disso tinha acontecido. Agora tem uma coisa sobre a vereadora Sonia. Todo mundo diz a mesma coisa. No fundo, no fundo ela ficou muito contente com o que aconteceu com o PSB. É só esperar mais alguns dias. Depois você me conta.

 

NM: Vicente, a nossa conversa era para ter ficado em meia dúzia de perguntas, mas conversa vai, conversa vem, virou uma “entrevistona”. Para terminar, fale das suas expectativas.

JVS: Eu agradeço a oportunidade que o Portal Cidade de Itapira está nos dando. Quero dizer que estamos felizes com o resultado do nosso trabalho. A minha preocupação, agora, é pensar como o PSB poderá ajudar Itapira a recuperar o tempo perdido. Tenho certeza que vamos recuperar. Estamos abertos para receber a turma do Mino, inclusive o próprio Mino, o que mostra que nós queremos  paz,  união e a defesa dos interesses do município. Muito obrigado.

Fonte: Da Redação do PCI

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