A atual administração municipal encontrou uma solução engenhosa para se desvencilhar de um dos grandes “abacaxis” que vem se arrastando desde o começo de 2005 quando o então prefeito Toninho Bellini passou a dar um tratamento diferente ao então Hotel Fazenda Esperança. Assunto que necessariamente remonta a ações ajuizadas pelo Ministério Público para averiguação do mau uso do dinheiro público e por desentendimento com a família proprietária do imóvel, parecia fadado a ser mais um daqueles casos que se arrastariam por anos sem uma solução.
O prefeito José Natalino Paganini (PSDB) convocou na tarde de ontem, 11, em seu gabinete o secretário de Negócios Jurídicos, Sérgio Augusto Urbini, para que apresentasse a veículos de imprensa a solução encontrada para dar andamento ao funcionamento do hotel. Basicamente, Urbini revelou que manteve contato com a esfera judicial e com o Ministério Público para que fosse dada autorização para que o município pudesse fazer uma concessão a eventuais interessados pela exploração do empreendimento, desonerando o município das despesas de manutenção do imóvel, num esquema de Parceria Público Privada .
Com isso feito, está inicialmente agendada para ocorrer no dia 19 de maio a concorrência que espera atrair interessados em administrar o empreendimento. Os interessados deverão arcar com reformas estimadas em torno de R$ 1,3 milhão e despender recursos a título de contrapartida ao município em torno de R$ 8 mil mensais, mais o aluguel que passa girar em torno de R$ 12 mil. Para que o valor do aluguel fosse reduzido, a prefeitura negociou com a família proprietária do imóvel devolver a maior parte da gleba de 30 alqueires, ficando com a tutela de aproximadamente 6,4 alqueires. No entendimento realizado, foi feita uma avaliação técnica do valor do aluguel, sugerido em torno de 19 mil. O que a prefeitura deixou de pagar desde 2005, será quitado num longo espaço de tempo ( sete anos) com utilização da contrapartida que a prefeitura espera receber de um eventual interessado. A antiga administração depositava em juízo algo em torno de R$ 6,5 mil, que entendia ser o valor correto do aluguel das instalações.
Segundo avaliou Paganini, o empreendimento pode continuar sendo um hotel, ou ser transformado numa escola agrícola. Ele disse que neste primeiro ano de governo se restringiu a realizar intervenções pontuais na manutenção do prédio. “Não tínhamos dinheiro para fazer mais nada lá”, afirmou. Guto Urbini destacou ainda que a costura do acordo com a Justiça foi essencial para o desdobramento do caso, pois segundo ele, “oferece segurança jurídica a eventuais interessados”, o que não ocorria antes.
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