A semana passada foi in­fernal para quem desteta o calor. Por pelo menos três vezes, no domingo, 18, com 37,4 graus; na segunda-feira, 19, com 37,5, e na terça­-feira, 20, novamente com 37,5, a cidade esteve perto do recorde de temperatura conforme dados do INMET (Instituto Nacional de Me­tereologia), que possui uma estação automática de aferi­ção de dados meterológicos na cidade.

De acordo com a mesma fonte, no dia 16 de outubro do ano passado foram regis­trados 38 graus positivos, marca esta considerada re­corde para Itapira. A sen­sação térmica, no entanto, seguramente chegou perto dos 50 graus. Com efeito, as pessoas procuraram se proteger de todas as manei­ras. O uso de guarda-chuvas do tipo sombrinhas, pelas ruas passou a ser quase que generalizado pelo público feminino. Como o fenôme­no atingiu também outras cidades de toda a região Sudeste, a população local certamente contribuiu com a elevação do consumo de energia elétrica com uso mais constante de aparelhos de ar condicionado, ventiladores e chuveiros, causa do apagão registrado na terça-feira.

O servente de pedreiro Douglas Henrique Bernar­des, 22, tinha uma aparên­cia de indiferença quando, sob o sol escaldante do meio-dia de segunda-feira, carregava massa de cimento para dentro da construção onde trabalhava na região central da cidade. “A gente acaba se acostumando. Se for ficar pensando no calor, não faço nada, porque aí vai bater um desânimo”, comentou. Indagado se fazia uso de protetor solar, disse que nem sempre.

O empresário Paulo Sti­valli, da empresa Qualitas, fabricante de ventiladores e exaustores, afirmou que as temperaturas elevadas ajudam a turbinar os negó­cios, observando, porém, que diferentemente de anos anteriores, tem focado mais especificamente aparelhos de maior proporção, para o comércio e a indústria. “Esses ventiladores domésticos que estão em falta no comér­cio são montados por com­ponentes vindos da China, fato que nos conduziu para uma mudança no escopo do nosso negócio. Ainda sim, inegavelmente, o forte calor nos ajuda a vender mais”, afirmou.

Outro que festeja o calor como forma de aumentar a renda é o autônomo Paulo Roberto Matiolli, 45, mora­dor no bairro do Cubatão. Ele percorre a cidade ven­dendo picolés. “No domin­go vendi aproximadamente 700 sorvetes”, comemorou. Cada picolé é vendido a R$ 1,50 e ele fica com a metade da venda. Ele abastece seu carrinho na sorveteria do Adão, na Vila Penha do Rio do Peixe, e percorre toda a cidade, quando não cisma de visitar bairros rurais. “Vou a pé”, garantiu. “Sou apaixona­do por esta atividade. Vivo pensando uma forma de ter um emprego com registro, mas só se for para conciliar com a venda de sorvetes”, concluiu.

Sombrinhas passaram a fazer parte do visual feminino por toda cidade

Douglas Henrique: se pensar nos efeitos do calor, desanima

Matiolli: aproveitando o tempo das vacas gordas

Uso correto do aparelho de ar condicionado

Quem tem ar condicionado em casa sabe que ele é um ótimo aliado para manter o ambiente refrescante, mas também pode ser um meio de propagação de doenças pelo ar, causando reações alérgicas e crises de rinite, sinusite e outros problemas. Quando isso ocorre, é sinal de que existe acúmulo de sujeira no filtro e paredes internas do condicionador de ar, o que cria um ambiente perfeito para a proliferação de ácaros, fungos e bactérias.

Temperaturas acima dos 35 graus e um calor insuportável. Assim tem sido os dias neste início de ano. Mas, qual a melhor maneira de enfrentar o calor e manter a temperatura do corpo sempre equilibrada?

 

Como a temperatura corporal deve estar sempre equilibrada – em torno dos 36ºC –, no frio ou calor extremos, as células vão trabalhar para aquecer ou resfriar o organismo, respectivamente. Assim, tomar líquidos gelados auxilia no resfriamento do corpo. No calor, é recomendado um banho em temperatura ambiente.

 

A principal atenção com a desidratação é com os extremos bebês e idosos. O primeiro porque precisa que alguém dê a ele a bebida. O segundo, pois ele perde o mecanismo da sede, principal alerta da desidratação. Portanto, é sempre importante lembrar os idosos de ingerir líquidos.

 

Para Carla Soares de Campos Sartorelli, formada em Nutrição pela PUCC (Pontifícia Universidade Católica de Campinas) e pós-graduada em Geriatria pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), no Verão é importante a alimentação baseada em frutas, legumes e verduras. “Por ser uma estação muito quente, devemos manter a alimentação balanceada”, explica. “Por esse motivo, devemos aproveitar a estação para desintoxicar o corpo das toxinas e aumentar o metabolismo”.

 

Carla sugere também o consumo de fibras, que auxiliam no nível glicêmico. “Dentre os alimentos recomendo o consumos de fibras, pois ajudam no nível glicêmico e também na saciedade além de outros benefícios”, frisa. “A laranja é um ótimo alimento, pois possui muita água na sua composição, fibras e alto nível de betacaroteno, além de outros anti-oxidantes”.

 

Segundo a nutricionista, no verão, devido ao calor, as pessoas muitas vezes têm inapetência, deixando de se alimentar. “Isso é muito ruim, deve-se manter o fracionamento da refeições e dar preferência para alimentos saudáveis como as frutas e legumes, como eu já disse”, reforça. A ingestão de água é muito importante para essa estação, conforme explica. “Não devemos sentir sede para tomar água e sim criar o hábito de tomar água durante o dia”

Crianças e idosos

 

Por não conseguirem se alimentar ou ingerir líquidos sozinhos, os bebês devem ter atenção especial nessa época, assim como os idosos. “Devemos ter atenção especial para crianças e idosos, que nessa época do ano desidratam com facilidade”, explica a nutricionista.

 

Em relação aos alimentos, Carla lembra que carnes gordas e queijos gordos devem ser evitados. “Esses alimentos podem causar um desconforto gástrico, devemos dar preferência para a variedade de alimentos, o que chamamos de prato colorido, para garantir a ingestão de vitaminas e minerais, além de abusar das frutas da estação, água de coco uma boa opção, pouco calórico e muito nutritivo”.