O censo do IBGE de 2010 aponta que o Itapirense, assim como a população brasileira em geral, tem contribuído para a queda da taxa de natalidade. Foram listadas na cidade  em 2010;  6.373  residências onde vivem somente três pessoas. Um claro indicativo de que neste universo estão muitas destas famílias que optaram por somente um filho.

 

É o caso do servidor municipal  José Aparecido Fernandes. Ele reside com a esposa Maria Regina e com o filho Willian José, de 16 anos, que frequenta o primeiro ano do ensino médio no Colégio  Objetivo.  A família emigrou de Araras para Itapira há cerca de 07 anos por causa do emprego de Maria Regina no Expresso Cristália.

 

Fernandes considera que a decisão por ter somente um filho teve fatores determinantes, o principal deles, a dificuldade da esposa em engravidar.  Antes de ter Willian, o casal teve duas tentativas frustradas. “ Chegamos a um entendimento de que deveríamos agir de forma a deixar prevalecer a vontade de Deus”, comentou.

 

 E 13 anos depois de casados chegou a boa notícia. A chegada de Willian José  mudou radicalmente a vida do casal. Na semana do Dia dos Pais, Fernandes fez um relato  comovente de seu relacionamento com o filho. “Sou do tipo corujão. Sempre estou muito próximo a tudo o que se refira ao cotidiano dele, mas sei que a gente cria filho para o mundo. Enquanto entender que seja o caso de estar acompanhando ele de pertinho , não darei trégua”, avisa.

 

Esta proximidade  implica segundo  Fernandes  não  somente em aconselhamentos, mas numa participação sempre muito ativa na vida do filho. “Quando eu era pequeno ele jogava videogame comigo”, revelou o garoto, relembrando jogos pré-era digital como os de hoje. A família  espelha de certa forma um comportamento  - aquele do pai se desdobrar em função dos filhos -  que a rigor nada tem de novo, mas que diante dos desafios atuais muitas vezes equivale àquela máxima de “se matar um leão por dia” para que isso se torne possível.

 

Interessante observar que apesar de já ter tido diversas profissões, quando chegou a Itapira, Fernandes disse que se sentiu meio que deslocado. Chegou a prestar concurso e se tornou agente censitário no Censo Agropecuário de 2008. Depois disso prestou concurso na Prefeitura para trabalhar no setor de  Serviços Urbanos como  braçal. Passou e está lá até hoje, trabalhando no setor de roçagem. Apesar disso, não deixa faltar nada ao filho. “ Com o trabalho meu e de minha esposa, a gente se vira para oferecer a ele todo conforto necessário com foco muito especial em sua educação”, garantiu.

 

Willian por sua vez, disse que não se importa nem um pouco com a ocupação do pai e diz que tem orgulho disso. “ Meu pai sempre foi muito batalhador, sempre dá o  máximo de si naquilo que se propõe a fazer, é para mim o melhor pai do mundo”, derrete-se o garoto.

 

 

Sobre o fato de ser filho único, Willian disse que também este fato não o incomoda. Apesar de ter uma personalidade “mais na dele” – conforme registrou o pai -  se enturma com os amigos e lembra que em sua própria classe são vários os exemplos de colegas que também são filhos únicos. Sobre esta questão, o pai vai direto ao ponto. “Eu e minha esposa nos esforçamos para cuidar bem deste que está aí e muita gente pensa da mesma forma”, acredita. Ele avalia que as condições do mundo atual, como a questão  do rendimento e, principalmente o fato da mulher moderna  se dedicar cada vez mais ao trabalho fora de casa, são fatores que ajudam a explicar  este fenômeno.

 

 

Paizão: José Aparecido e Willian ; exemplo de bom relacionamento entre pai e filho