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Itapira, 02 de Maio de 2024
Notícia
29/07/2011 | Entrevista: Manoel de Alvário Marques Filho

 

O Portal Cidade de Itapira e o jornal “A Cidade” entrevistaram o presidente da câmara e pré-candidato à Prefeitura de Itapira, Manoel de Alvário Marques Filho. Uma conversa franca com Nino Marcati e Beto Coloço. Eis a íntegra:

NM: Manoel você entrou para a política pelos braços de Dionisio Coradi e  Bonfá. Na época a chapa PSD/PV foi interpretada como uma linha auxiliar ao grupo liderado por Barros Munhoz. Verdadeira ou não essa especulação, é fato que os dois majoritários integraram o governo Munhoz na sequência. Não pode ser negado, também, que vocês conquistaram quase dois mil votos, cuja maioria não seria direcionada ao candidato vencedor. Vale lembrar que a diferença entre Munhoz e Alberto foi de meros quarenta e seis votos. Hoje, como grande inimigo político de Barros Munhoz, como você se sente de ter participado, propositalmente ou não, de um esquema que facilitou a manutenção do poder totonhista na cidade?

Me sinto a vontade para falar do assunto, senão vejamos: vale lembrar que o Dionisio estava no seu terceiro mandato de vereador, todos com o grupo do Munhoz, e o mesmo decidiu que seria candidato a Prefeito como terceira via pois achava que devia mudar. Tendo em vista que eu o conhecia há muito tempo, pois alem de termos trabalhado juntos ele também era meu padrinho de casamento e ainda porque eu também desejava mudança, acreditei e ajudei a montar o grupo.  Infelizmente na época ele perdeu e eu ganhei. Pouco tempo depois ele voltou para os braços do Munhoz e continuei minha vida política sem ele. Por um tempo ficamos estremecidos, porém hoje nos tratamos com respeito e cordialidade, ate porque acho que quem perdeu foi ele e não eu de ter continuado o grupo que hoje faz parte do Governo Municipal do Toninho Bellini. Quanto aos votos que o Dionísio teve não acredito que seriam da oposição, mas sim do Deputado Barros Munhoz, candidato da época, até porque os eleitores do Dionísio sempre votaram nele enquanto candidato a vereador junto com o grupo do Barros Munhoz. Acredito que a derrota da oposição na época se deveu mais ao excesso de preciosismo e salto alto do que a terceira via, além de alguns erros de campanha que ocorreram naquele momento. Para finalizar acredito que o que fiz era correto, tanto que em 2004, juntamente com tantos companheiros, ganhamos do grupo do Deputado Barros Munhoz e em 2008 reelegemos ainda com folga, mesmo tendo o Deputado lançado sua esposa como candidata.

NM: Diante dessa experiência, caso você venha a ser candidato nas próximas eleições, na hipótese de ver sua candidatura caminhando para uma terceira colocação, colocando, dessa maneira, a chapa apoiada por Barros Munhoz em primeiro lugar. Você abriria mão da sua candidatura?

Como já disse na pergunta anterior, entendo que não errei no passado e continuo pensando da mesma forma. Se realmente for candidato, pois quero deixar claro primeiramente que sou pré-candidato a Prefeito, saio para ganhar e não pra ficar em qualquer outra posição, até porque se admitir a possibilidade de ser terceiro, entendo que não deva sair. Ademais, acredito que a cidade já mudou sua mentalidade e não vê mais que o Deputado Barros Munhoz seja o bicho papão a ser batido. Ele teve sua votação como Deputado Estadual para defender os interesses de Itapira e não vem fazendo como deveria. Hoje ninguém mais tem medo do Deputado e principalmente, a cidade toda já sabe que é possível administrar a cidade e muito bem com ele ou sem ele. Por isso é necessário que outras candidaturas apareçam e cresçam.

NM: Você foi eleito, graças às sobras eleitorais, em 1996 com 298 votos. Em 2000, quase que dobrou. Em 2004, estourou com 1.266 votos. Viu, em 2008, cair para 823, apesar do aumento do colégio eleitoral do município. Por pouco não foi reeleito. A que você atribui essa queda na votação? Existe alguma possibilidade de você se candidatar à vereança em 2012? Você acredita que poderá reverter a tendência de queda?

Em 1996 quando me elegi com 298 votos, sem conhecer nada do processo eleitoral, trabalhei muito e também tive muita sorte. Já em 2000, quando me elegi com 472 votos, conhecia o processo eleitoral e planejei para o PV naquela oportunidade eleger três vereadores, e pelo trabalho que havia feito, sabia que estaria entre os três mais votados do partido. Em 2004 os 1.266 votos foi fruto de um trabalho árduo na câmara durante aquele mandato e também quando encampamos a retomada do SAAE, aliada a grande votação do Prefeito Toninho Bellini. Já quanto a queda nos votos em 2008, reputo a dois fatores. Primeiro fator de ter sido Secretario de Governo, onde muitas vezes pelo fato de termos pego uma prefeitura quebrada alguém tinha que falar o "não" quando realmente não era possível e dessa forma proteger a imagem do Prefeito enquanto ele ia administrando e melhorando a cidade, o que graças a Deus conseguimos com êxito, tanto que o prefeito foi reeleito. O segundo fator foi por me dedicar 100% a campanha de reeleição do Prefeito Toninho Bellini, uma vez que era Coordenador da campanha e passei a maior parte do tempo dentro do comitê e do Fórum devido aos processos de campanha que eram quase que um por dia. Nesse momento agradeço aqueles que votaram em mim, bem como aqueles que pediram voto para mim, pois nem isso eu consegui fazer naquela oportunidade.
 
NM: Segundo a vereadora Sonia Santos, havia um acordo, no grupo, de que você iria para a secretaria de governo e ela para a presidência da câmara. Na hora “h” deu Flavio Pavinato. Ela considera que você e o Toninho, nesse momento, mostraram que não confiavam nela. Ela engoliu em nome da governabilidade. Você pode nos contar o que levou à mudança? É verdade essa acusação de falta de confiança?

Em parte é verdade, senão vejamos: Primeiro eu não queria ir para a Secretaria de Governo, tanto que meu nome não constava quando do anuncio dos nomes de todos os Secretários escolhidos exclusivamente pelo Prefeito Toninho Bellini. Acabei indo posteriormente após muita conversa devido a necessidade de ajudar o Toninho Bellini no Governo devido as dificuldades encontradas. A minha ida comprometeu a minha profissão de advogado, pois a partir daquele momento não pude mais advogar. Quanto ao acordo para a vereadora Sônia ser a candidata a Presidente da Câmara, tenho conhecimento que ela queria, tanto que na época disse a ela que teria meu voto se ela fosse a candidata e caso ela não fosse votaria em alguém indicado pelo grupo por que eu não queria e entendia que naquele momento precisávamos da Presidência da Câmara. Fiquei sabendo por ela mesma, que recebera em sua casa, uma visita do Prefeito Toninho Bellini e do Dr. Valentim, onde os dois relataram que o Flavio Pavinatto colocou sua candidatura, pois entendia que deveria ser o candidato por ter sido o mais votado naquela oportunidade e que o mesmo teria os votos da oposição. Também fiquei sabendo por ela mesma, que se sentia traída e que só concordou pela governabilidade, Não estive naquela reunião, não sabendo dizer se algo mais foi tratado e isso ela mesma pode confirmar.  Não me foi perguntado na época o que eu achava, até porque a vereadora tinha mais expressão política do que eu, uma vez que tinha tido mais votos que eu nas duas últimas eleições.

NM: Você foi visto enquanto secretário de governo – e continua sendo – como o prefeito de fato. Como o aparador de problemas. Como o homem que dizia não. Tudo isso para deixar Toninho Bellini com as boas tarefas e longe dos problemas e das polêmicas. De vez em quando circula uma história de que essa sua postura foi motivada por um acordo prévio entre você e Toninho Bellini. Diz-se que ele vinculou a candidatura a essa condição. Até onde existem verdades nessa história. Você acha que valeu a pena carregar o título de prefeito de fato?

Realmente enquanto Secretário de Governo fui chamado de Prefeito de Fato, mas vale lembrar que quem o fazia era o Deputado Barros Munhoz através da Radio Clube de Itapira. Nunca houve nenhum acordo entre o Prefeito Toninho Bellini e eu quanto a isso. As coisas foram acontecendo naturalmente, pois, devido a enorme quantidade de problemas que havia na Prefeitura, o Prefeito Toninho Bellini resolveu descentralizar as decisões, passando para cada Secretário responder e resolver os problemas que surgissem em cada secretaria. O fato de ser eu o Secretário de Governo e estar ao lado do Prefeito todo dia no Gabinete, fazia com que muitas vezes eu levava o problema a ele, e retornava com as decisões aos secretários. Também tínhamos uma reunião quinzenal entre secretários e diretores para resolvermos as questões em conjunto e eu era o responsável de levar ao Prefeito para escolher a melhor decisão. Também muita coisa que caia no gabinete era corriqueira do dia a dia e essas eram resolvidas sem a presença do Prefeito. Quanto a valer a pena ou não, digo que valeu, mesmo tendo pago o preço na eleição para vereador, porque num todo Itapira saiu ganhando com a democratização do sistema municipal tanto que hoje a Prefeitura esta saneada, não deve a ninguém e paga seus compromissos rigorosamente em dia tanto com fornecedores, funcionários, aposentados e pensionistas,

NM: No tempo em que Barros Munhoz era prefeito da cidade, diziam que quase tudo era propriedade dele ou que ele mantinha alguma participação societária, você deve lembrar-se disso.  Hoje, esse jogo especulativo está direcionado para você. Dizem que você é sócio de uma empresa ônibus que presta serviços para a prefeitura, que você tem uma frota de vans atuando de Mogi-Guaçu e em Itapira, enfim, que o seu patrimônio cresceu assustadoramente nesses últimos seis anos. O que você tem a dizer em sua defesa?

Todo dia ouço uma conversa diferente que eu tenho isso ou aquilo, que sou sócio disso ou daquilo, mas não me incomodo. Quero deixar claro aqui, que tudo não passa de boato plantado. Tenho minha casa, um barracão comercial na Penha do Rio do Peixe desde antes da política e estou nesse momento tentando fazer crescer o pequeno restaurante que montei em frente a loja Cem onde as pessoas podem ir que estou lá todos os dias trabalhando. O restante que dizem que eu tenho e realmente gostaria de ter, mas não possuo.

BC: Muito ainda se comenta sobre a repentina mudança de postura dos vereadores Cleber Borges e Mauro Moreno durante o processo eleitoral que o levou à presidência da Câmara no apagar das luzes de 2010. Naquela ocasião, surgiram boatos no meio político de que possivelmente teria tido pagamento de propina e promessa de favorecimento – alguns chegaram a dizer que a implantação da Infovia havia sido prometida a Borges, enquanto que Moreno teria seus processos administrativos, enquanto funcionário público, perdoados. Foram acusações graves.  Até onde existe verdade nisso? O que de fato aconteceu?

Cleber Borges e Mauro Moreno foram eleitos do lado do Deputado Barros Munhoz. Devolvo a pergunta a você. Quem teria mais condições de fazer a infovia e resolver outros problemas O presidente da Assembléia que se gaba ser amigo de todo mundo, inclusive do Governador ou o Manoel Marques, vereador recém saído da Secretaria de Governo onde não teria mais nenhum “poder" no governo. A verdade é que os dois entenderam que estavam sendo apenas usados pelo Deputado que não atendia seus pedidos, atendendo apenas os pedidos do vereador Carlinhos Sartori e quiseram dar o troco no Deputado. Essa é a mais pura verdade. Quanto a infovia, foi aprovado as verbas em plenário na Câmara por unanimidade, ou seja, todo mundo entende que é muito bom para Itapira.

NM: Nessa eleição de 2010, conforme declarado pela vereadora Sonia na entrevista que mantivemos com ela, havia um acordo de que nem ela, nem você deveriam ser presidentes da câmara, por conta da visibilidade que o cargo oferece. Ela também manifestava o desejo de ser candidata a prefeito. Novamente, no entendimento dela, mais uma rasteira. Na hora “h” você foi colocado pelo prefeito na parada. Com isso ela deixou o grupo. Você não avalia como desastrosa a postura política desenvolvida pelo seu grupo? Será que não havia nenhuma outra solução para evitar a divisão? Ou colocá-la fora do jogo era a intenção, desde o princípio? 

Não é verdade que havia um acordo entre a vereadora Sonia e Eu. Havia sim a posição da vereadora que entendia que eu não deveria ser candidato a Presidente por questão da visibilidade se eu fosse e ganhasse a eleição. Por primeiro todos foram perguntados quem queria ser candidato. O vereador Mino abriu mão dizendo que deveria ser a vereadora ou eu e que ele tinha dois votos da oposição se fosse ele. O vereador Mario Fonseca naquele momento se absteve de responder por que já sabia que eu iria voltar para a Câmara e era eu  quem votaria por ser o titular do mandato. O vereador Ferrarini disse que só seria candidato se eu não fosse e votaria em mim. A vereadora Sonia, mesmo o vereador Mino abrindo mão em seu favor e a mim disse que não queria. Naquele momento, uma vez que ela abriu mão, eu disse que queria e somente nesse momento ela se posicionou contrario a minha candidatura pelos motivos já expostos. Essa foi a primeira reunião. Saímos todos sem definição nenhuma, ate porque queríamos confirmar os votos que o Mino dizia que tinha, ou seja, ninguém sabia se seria possível ganhar ou não, porque tínhamos apenas quatro votos naquele momento. Na segunda reunião foi que a vereadora disse que estava sendo traída mais uma vez, por algo que ela havia combinado com o vereador Mino e ali mesmo ela me prometeu seu voto e cumpriu no dia da eleição, o que sou muito grato. Naquele momento ela saiu da sala e foi embora. Como candidato pela primeira vez nesse grupo que ajudei a eleger, garimpei os votos e acreditei até no ultimo minuto, certo que poderia não ter os votos da oposição. Jamais duvidei que não teria o voto da vereadora ate pela cumplicidade que sempre tivemos em todo tempo que sempre atuamos juntos quer em eleição, quer em campanha. Nunca tive e nem tenho nada contra a vereadora Sonia, mesmo em muitas vezes que ela se manifestou quanto a minha pessoa de forma pesada. Sempre respeitei e respeito seu posicionamento, mesmo que algumas vezes não concorde. Também quero dizer que jamais quis a vereadora fora do jogo, pois as minhas batalhas e pendengas resolvo cara a cara com quem quer que seja e ela sabe muito bem disso, tanto que ela disse estar fora do grupo e não do jogo político. Esse posicionamento dela posso não concordar, mas eu respeito.

BC: Naquela ocasião, os dois vereadores justificaram seus votos alegando que dariam um voto de confiança para o próximo presidente da Casa. Em minha opinião, muito pouco para quem mantinha uma postura – podemos dizer até agressiva – contra o governo do qual você fazia parte. Inclusive, esta atitude gerou surpresa no próprio grupo político do deputado Barros Munhoz, que logo em seguida foi à Rádio e colocou como o episódio político mais lamentável da história de Itapira. A questão é a seguinte: do ponto de vista político foi uma vitória sua, mas você não acha que perante a opinião pública, você tenha saído com a imagem tão arranhada quanto os dois vereadores? 

Não acredito que minha imagem e nem a dos dois vereadores saiu arranhada. Na verdade como ja disse anteriormente, eles foram os primeiros a ser deixado de lado pelo Deputado que sempre achou e acha que resolve tudo na pressão, do seu jeito e todo mundo tem que obedecer. Se o Deputado foi eleito e reeleito na Assembléia com os votos da situação e da oposição, porque aqui em Itapira isso não pode acontecer. Se ate mesmo o PT votou no Deputado na Assembléia, porque aqui o Manoel Marques não pode ser votado por pessoas do seu grupo. Na verdade o que se tenda e apagar mais uma bela vitoria do Grupo do Toninho Bellini conseguindo eleger a mim, pois foi uma vitoria da organização e seriedade contra o peso político do Deputado, o que prova que ate ele mesmo pode vir a ser candidato em Itapira e perder. Porque não? Portanto foi uma vitoria sim e das mais e melhores, porque não dizer saborosa.

BC: Na sua primeira semana no posto de presidente do Legislativo, você nos concedeu uma entrevista, onde anunciou alguns projetos, como a aquisição de parte do prédio onde hoje funciona a Câmara e a realização de uma reforma administrativa na Casa. A negociação para aquisição do prédio parece ter naufragado, assim como a tentativa de abertura de concurso público. Por que os projetos não saíram do papel? 

Nada ainda naufragou, pois tenho dois anos de mandato e ainda pretendo implementá-los.

BC: Aliás, a proposta de reforma administrativa parece ter gerado um grande mal estar dentro e fora da Casa, tanto é verdade que aos poucos o assunto acabou caindo no esquecimento, para alegria de alguns. A impressão que se tem é que houve pressão por parte de outros vereadores e até por parte dos próprios funcionários da Casa para que tudo ficasse exatamente como está. Estou certo ou não?

Está errado porque as reformas já estão acontecendo e não estão sendo divulgadas, uma vez que o fiz da primeira vez e fui mal interpretado por questões políticas. Já tive o aval de todos os vereadores para uma reforma menor que assim entendem e estamos analisando se vale a pena ou não. Ou seja, estamos analisando se o que querem os vereadores resolve ou não os problemas da Câmara.

BC: Falando agora sobre eleição. Como presidente da Câmara, sua visibilidade teoricamente seria maior em relação aos outros possíveis postulantes. Você também já nos assegurou que conseguiu desvincular sua imagem do governo Novo Tempo. Então porque, cargas d´água, você ainda não conseguiu apoio político suficiente para alavancar sua pré candidatura?

Esse é o seu ponto de vista do qual eu não concordo. Primeiro, quando digo que desvinculei minha imagem do Governo Novo Tempo, quero dizer que antes tudo que acontecia no Governo de ruim era o Manoel Marques e o de bom não se falava nada. Então uma vez que não estou mais no governo desde Dezembro de 2010, não se pode mais jogar nas minhas costas nada do que aconteça. Quanto ao apoio político, esse trabalho não aparece e não vai aparecer até meados do ano que vem. Nesse momento nem se pode falar em apoio político porque a maioria dos pré-candidatos não tem nem mesmo base de vereador para sustentar sua candidatura e é nisso que estou focado nesse momento. Quero deixar claro que sou pré-candidato do PV e que para ser candidato do grupo vou disputar na convenção com quem quer que seja e para isso estou construindo a minha base de sustentação. Quero dizer ainda que não me iludo quanto a apoio ou não, pois sou uma pessoa trabalho em cima de pesquisas e são essas pesquisas que estão norteando minha pré-candidatura.

BC: Muito se tem falado sobre sua rejeição, que seria a maior de todas, no entanto, pesquisas recentes mostraram outra realidade. Você pode não ser o mais lembrado, mas também não é o mais rejeitado, aliás, neste quesito, está melhor que Cacá Munhoz e Alberto Mendes. Você acredita que na hora “H” sua candidatura será viabilizada? Podemos esperar alguma surpresa por aí, a exemplo da eleição da Câmara?

Com certeza. Sei que sou uma das figuras políticas mais polemicas da cidade, basta ver os jornais todas as semanas. O Deputado Barros Munhoz me tornou uma das pessoas publicas mais conhecidas de Itapira, falando mal de mim. Durante o tempo que estive no governo, mostrei minha capacidade de administração e política. Basta agora reverter o lado negativo que o Deputado falou e estarei entre os primeiros mais conhecidos e com uma vantagem, com muito conhecimento sobre administração publica e isso me credencia a disputar o Executivo como sucessor do Prefeito Toninho Bellini. Como você mesmo disse as pesquisas já estão mostrando isso e eu vou continuar a trabalhar da mesma forma como sempre trabalhei, ou seja. Um determinado assunto, "pode para um tem que poder para todos, não pode para um, não pode para ninguém". Essa minha postura desagrada a muita gente, mas entendo que ainda e a melhor postura. Dizem que sou sincero demais ate quando falo não e isso choca as pessoas, mas de que adianta dizem sim para agradar naquele momento e depois não cumprir e passar por mentiroso. Não é meu estilo. A verdade dói, mas é sempre a verdade.

BC: Outro fato que chamou a nossa atenção é a fragmentação da base aliada do governo. Você se coloca como pré candidato, Alberto Mendes idem, o PT e a Sônia ainda permanecem sem tomar uma decisão, e temos a possibilidade do Dado Boretti ser o pré candidato do atual governo. Em sua opinião, esta fragmentação da base aliada não facilita, em tese, a vida do deputado Barros Munhoz?

Como já disse, acredito que não, pois tenho certeza que ate mesmo o Deputado Barros Munhoz corre o risco ser candidato e perder a eleição em Itapira. O povo de Itapira é politizado e saberá decidir na hora certa. Ninguém quer voltar ao passado e é inegável o avanço da democracia em Itapira. Ninguém mais tem medo. Hoje você não precisa olhar do lado ou para trás quando fala em política. Hoje o empresário cresce sem ter que pedir permissão a prefeitura ou ao prefeito. Hoje todo mundo elogia e critica o prefeito os vereadores a administração em qualquer lugar e qualquer hora. A ditadura acabou e isso deveu a esse grupo que chegou com o Novo tempo, ou seja, Toninho Bellini, Martins, Manoel Marques, Alberto, Sonia e tantos outros. Dessa forma não entendo como fragmentação, mas sim como democratização das eleições, onde qualquer um pode expor suas idéias e ate mesmo disputar as eleições.

NM: O vereador Mino Nicolai declarou recentemente que haverá uma debandada geral do grupo situacionista. Ele disse que como o irmão dele não é mais candidato, todos aqueles que vieram para o Novo Tempo estão em busca de portos mais seguros. O que ele quis dizer com isso, que a sua candidatura ou qualquer outra que possa representar vocês está fadada à derrota? Como você avalia a capacidade de articulação política da cúpula situacionista?

Esse não é o posicionamento dele. Naquele dia o vereador Mino se expressou mal. Ele queria dizer, daqueles traíras que estavam ou estão no governo e já saíram ou sairão na reta final porque acham que em outro grupo poderão estar melhor. Somente saberão em outubro do ano que vem os resultados da eleição, mas já demonstraram desde já que não são nem nunca foram companheiros, apenas usufruíram e agora cospem no prato que comeram.

NM: Você aceitaria Alberto Mendes ou Sonia Santos para vice na sua chapa, caso você seja indicado e aceite ser candidato a prefeito?

Com certeza, desde que o grupo que eu estiver assim decidir, para mim não teria problema nenhum. Tenho bom relacionamento com os dois, nos tratamos com respeito e cordialidade. Apenas divergimos de algumas coisas o que é natural, portanto, nada impede de lá na frente estarmos todos juntos novamente, mesmo com as diferenças existentes. O tempo dirá se isso é possível ou não. 

NM: Você comporia como vice numa chapa que aglutinasse Alberto e Sonia, PCdoB e uma porção de desafetos seus em nome da unidade e da derrota do grupo oposicionista?

Sim, comporia, mas não em nome da unidade ou da derrota do grupo oposicionista. Comporia se entender que a dupla em ganhando vai fazer o que a cidade precisa para continuar crescendo como esta hoje. Comporia por idéias novas que alavanquem ainda mais o crescimento de Itapira. Quanto a desafetos isso e normal em todo governo, quer municipal, estadual ou federal. Acredito que mesmo você tenha muitos desafetos e nem político você é, e tenho certeza que na sua forma de pensar você está certo e eles estão errados. Assim penso eu.

NM: Circula a informação de que você está perdendo o PV e que as suas tentativas de garantir partidos para integrar a base de candidatos governistas fracassaram. Onde está a verdade dessas informações.

Não procede. A verdade e que o Deputado Barros Munhoz de forma antidemocrática esta tentando pegar os partidos da base do Governo Toninho Bellini, usando o Cargo de Presidente da Assembléia junto aos Deputados desses partidos. Com o PV não foi diferente segundo informações que recebi da cúpula do PV na capital. Só gostaria de saber se ele tem medo de disputar conosco a ponto de tentar não deixar nenhum partido para nos ou é outra coisa que não sei. Tendo em vista essas investidas, começamos a adotar a mesma postura para garantirmos um processo eleitoral democrático para o ano que vem.

NM: O que a população de Itapira pode esperar de você, no âmbito das diferenças positivas, como presidente da câmara até o final do próximo ano.

 A melhor condução possível de um processo democrático. Transparecia total quanto aos projetos votados na casa e principalmente seriedade nas votações para o bem da cidade.

BC: Uma pergunta que temos feito para todos os entrevistados: Caso seja eleito prefeito municipal, como será sua relação com o deputado Barros Munhoz? Você aceitaria, ou se preciso for, pediria ajuda ao deputado para questões de interesse coletivo? 

Sim aceitaria. A única coisa que deixo sempre claro, e que o Deputado não precisa ficar esperando a gente pedir. Tendo em vista que seu grupo governou a cidade por trinta anos, ninguém melhor que ele para saber o que a cidade precisa. Se por outro lado ele entender que a cidade não precisa de nada então ele não pode ficar dizendo que a gente não pede. Se também por outro lado ele entender que a cidade precisa de algo, basta mandar que aceitarei de bom grado e ficara demonstrado que sempre será necessário algo mais independente de quem esteja no governo, ele, nós ou outra via.

NM: As suas considerações finais:

Quero primeiramente agradecer a oportunidade desse espaço e dizer que sempre fiz, faço e continuarei a dar o melhor de mim por Itapira, independente da posição que ocupar no cenário político local ou simplesmente como cidadão, porque e nessa terra que eu nasci e aqui pretendo ficar ate meus últimos dias. Quero dizer que antes de criticarmos devemos sempre fazer uma análise de como agiríamos se estivéssemos no lugar de quem estamos criticando. Se faríamos o mesmo que essa pessoa fez nas mesmas condições dela. E que acima de tudo, não somos perfeitos e não temos a pretensão de ser, portanto, somos passiveis de erros e acertos e que todos temos família e muitas vezes deixamos de estar com ela para cumprir o dever que nos propusemos e não sei se muitos que criticam fariam esse sacrifício. Às vezes a ausência de uma pessoa num determinado momento não quer dizer que ela não foi, pode dizer que ela esta em outro lugar tão importante quanto. Quero ao final agradecer a minha esposa Edna, minhas filhas Liz e Laiz, principalmente pela compreensão de minhas ausências que a política me impõe.     

Fonte: Da Redação do PCI

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