Após praticamente 30 meses de idas e vindas e muitas horas de visitas a organismos cartoriais, um grupo de Itapirenses conseguiu nesta semana finalizar o processo que cria a COAPIR – Cooperativa Agropecuária de Itapira e Região. Quem deu a informação foi o médico veterinário José Alair de Oliveira, que será indicado para presidir o órgão.
Oliveira relatou que outras três pessoas tiveram papel decisivo na constituição da cooperativa: o pecuarista José Francisco Miotto Torres, o contador Ricardo Baldassin Neto e o pecuarista Júlio Cesar de Almeida. Torres, Almeida e José Alair de Oliveira integram a Associação dos Produtores Rurais de Itapira (APRI) entidade que funciona há praticamente dez anos e reúne, apesar do nome, essencialmente produtores de leite.
José Alair de Oliveira, que é o atual presidente da APRI, diz que a entidade deixa de existir. “A APRI cumpriu bem seu papel. Como seus estatutos impediam uma maior abrangência em sua esfera de atuação, privilegiando produtores de leite, vejo que a cooperativa chega num momento muito importante, porque vai focalizar os pequenos e médios produtores”, especificou.
No seu entendimento, a classe rural vive um drama relacionado à questão da competitividade dos produtos comercializados. “Os ganhos vem sendo comprimidos ano a ano pela alta de insumos como fertilizantes, medicamentos e a ração para alimentar os animais. Uma cooperativa tem o poder de catalisar as necessidades dos seus associados de uma forma mais abrangente. Possui maior poder de compra e maior poder de negociação na hora de comercializar os produtos. Por tudo isso, acho que estamos no caminho certo”, animou-se.
Indagado sobre qual o próximo passo, José Alair comentou que será o de levar a idéia da cooperativa a um número maior de agricultores e pecuaristas, iniciar um processo consultivo junto a organismos competentes para saber como operacionalizar o órgão e obter o máximo possível de informação a respeito. “A caminhada até aqui foi dura porque a gente ficou sabendo de perto como é difícil superar as barreiras da burocracia para chegar ao estágio final de constituição da cooperativa. Mas tenho consciência do que vem pela frente é ainda mais desafiador”, mencionou.
Intercâmbio
José Alair comentou ainda que durante o processo de criação ele e os demais colegas empenhados neste processo conheceram de perto uma cooperativa leiteira no vizinho Estado de Minas Gerais. “A gente pôde ver de perto como funciona e confesso que me senti ainda mais animado com o relato dos colegas que foram visitar esta cooperativa”, afirmou. Outro ponto que segundo ele será altamente positivo será o de oferecer oportunidade de associação aos chamados ‘agricultores familiares’. Ele citou como exemplo o fato de agricultores com este perfil aqui da cidade terem como única opção para fornecer artigos para a merenda escolar (cujo montante destinado pelo governo federal para custeio da merenda deve obrigatoriamente reservado para aquisição de agricultores familiares devidamente associados a uma entidade classista) se vincularem à Associação 12 de Outubro, do assentamento de Vergel. “Queremos uma entidade fortalecida também com a presença dos pequenos agricultores”, reforçou.
Ele deixou implícito que não existe pressa para anunciar o lançamento oficial da cooperativa. “Estamos no final de um processo eleitoral e depois disso o final de ano vai se aproximar rapidamente. Pretendemos fazer tudo de uma forma muito organizada, sem atropelos”, finalizou.
Zé Alair: “sem pressa, fazer tudo de forma organizada”
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