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Itapira, 03 de Maio de 2024
Notícia
21/09/2014 | Itapirense recebe prêmio literário que homenageia Carlos Drummond

O bancário aposentado Ariovaldo Carvarzan, de 69 anos, recebeu no final de agosto, mais precisamente no dia 23, o Troféu Carlos Drummond de Andrade, em Itabira-MG, a cidade natal daquele que é considerado um dos maiores poetas de todos os tempos da língua portuguesa. Foi a 49ª pre­miação, fato que por si só demonstra a importância do prêmio. Segundo revelou o próprio homenageado, a premiação foi dada ao con­junto de sua obra.

Itapirense de nascimento, Cavarzan é uma pessoa letra­da e que se dedica à produção de crônicas, contos, poesias e outros escritos, além de já ter quatro livros publica­dos, três deles de orientação espírita-kardecista produzi­dos em parceria com Geziel Andrade; A Esperança, um livro de temática infantil, além de “Cavarzan – O Co­ração Não Pode Esquecer”, livro que dedicou à família perscrutando informações sobre suas próprias origens.

Como principal ferramen­ta de seus escritos, utiliza-se da internet para propagação de sua obra. Por intermédio da rede mundial de computa­dores, amealhou diversos fãs e fez muitas amizades, entre elas uma poetisa catarinense chamada Dioni Fernandes Virtuoso, que indicou seu nome para receber o famoso prêmio. “Foi uma enorme surpresa para mim quando soube (em maio) que meu nome foi indicado. Fiquei muito lisonjeado”, disse.

Funcionário de carreira do antigo Banespa (Banco do Estado de São Paulo), deixou Itapira muito cedo, em 1969, depois que se casou com Elza Lúcia Ravagnani. Por força de seus afazeres profissionais acabou pere­grinando por várias cidades, inclusive a capital paulista, já que chegou a trabalhar junto a direção do antigo banco por vários anos. Aliás, Cavarzan possui um elogiado trabalho de monografia intitulado “Banespa, de Banco Agrícola a Conglomerado Financeiro”. Foi um dos fundadores e até hoje é destacado dirigente a Apabex (Associação de Pais Banespianos de Excep­cionais), espécie de Apae voltada para ex-funcionários do antigo Banespa.

No seu regresso para Campinas, onde está radi­cado há 40 anos, Cavarzan, dentro do avião, cismou de imortalizar em poesia aque­les momentos que prece­deram a homenagem que recebeu e escreveu versos que falam de Itapira, sua terra natal, e de Itabira, terra de Drummond de Andrade.

Ariovaldo Cavarzan dis­se que vem com bastante frequência a Itapira visitar amigos e familiares, en­tre os quais o irmão Célio Caversan Filho e as irmãs Marisete Caversan Oliveira, Magali Caversan , Marisa Caversan da Silva e Mar­lene Caversan Avancini. “Itapira para mim foi tema de inspiração de muitos de meus trabalhos. Possuo pela cidade um carinho inestimável. Tenho fami­liares e muitos amigos aí”, disse em entrevista conce­dida por telefone. Revelou que está empenhado num novo projeto literário, um livro de poesias intitulado “Legado - Rimas Fincadas em Canteiros de Emoções”, com lançamento previsto para o início de 2015. Outro projeto em maturação para o próximo ano diz respeito à compilação de crônicas e contos, que espera ver publicado ainda no ano que vem.

 

ITABIRA E ITAPIRA

 

Ariovaldo Cavarzan, de Campinas a BH, meu lugar foi o 8A.

Das alturas, contemplei, lá embaixo,
um instigante bordado de vicinais,
entremeando resquícios de fios d’água,
ressecados em teias de vidas.

308 foi o quarto do hotel e 28 a mesa, no salão,
na homenagem do Troféu Drummond,
no 8º mês do ano, uma linda noite, 23.

Do alto de Itabira na montanha, avistei o casario,
espremido entre morros de incisões silenciosas,
expondo entranhas de minas alterosas,
em cenário que um dia ao Poeta inspirou.

Respirei fundo ao me ver ante o seu olhar congelado,
no bronze do Memorial imortalizado.

Parecia refletir sobre a eterna sina dos poetas,
de cantar dores de amores, ao vislumbre de
montanhas e em asas de avião.

Oito letras enfeitam nossos sobrenomes e,
ao compor o nome de sua ITA8IRA querida.
o 8 se ajeitou como um B, mais arredondado.

E o 9 do meu assento, nas asas do regresso,
inspirou-me um P invertido ao espelho,
que também pude acomodar em ITAPIRA,
minha igualmente linda terra natal.

Ele, o Poeta Maior, um itabirano
e eu, simples escrevinhador,
de pobres e (al)quebradas rimas, itapirense.

Aviões nos fazem pensar em versos e reversos.
Mas isso é assunto para outra história.

Fonte: Da Redação do PCI

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